FOTO JUMENTO
Manequim numa loja chinesa da Baixa de Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Michael Kappeler/Agence France-Presse ]
«German police used a dog and a boat to search for missing Russian artist Anna Mikhalchuk at Lietzen Lake in Berlin. Ms. Mikhalchuk is married to an outspoken Kremlin critic and has been missing since telling her husband she was going out to run errands on March 21.» [The New York Times]
JUMENTO DO DIA
Portas preocupado com a estética da nova ponte
À falta de melhor para fazer oposição Paulo Portas exige que a CML se oponha à construção da nova ponte sobre o Tejo por causa de uma questão de estética, deve achar que é difícil fazer uma ponte mais bonita do que ele.
A TURMA DO CAROLINA MICHAELIS
É curioso o facto de apesar de terem sido feitos inúmeros comentários sobre o incidente na escola secundária do porto ninguém tenha questionado os critérios seguidos na formação das turmas naquela escola, sabendo-se que a turma em causa é uma turma residual. Que critérios foram seguidos para formar esta turma e de que forma foi acompanhada.
Há em muitas escolas a prática de constituir turmas de repetentes sem que as mesmas tenham depois o devido acompanhamento e sem se ter o cuidado de escolher professores com o perfil adequado para enfrentar situações de maior indisciplina.
Receio que o conselho executivo da escola tenha responsabilidades na situação criada. Aliás, tem a responsabilidade de numa fase inicial ter abafado o assunto, comportamento inaceitável da parte de quem gere uma escola.
OS NOVOS MONGES BUDISTAS
Quase tão perfeitos como os populares que o PCP arregimenta para chamarem fascista a Sócrates nas suas manifestações "espontâneas", na China tal como cá os truques são os mesmos. [Link]
VÍCIOS E VIRTUDES
«A defesa de instituições e de regras que têm como objectivo proteger as pessoas delas próprias costumava ser uma característica das religiões tradicionais. Os partidos progressistas, como o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista, começaram por contestar a autoridade religiosa com base na defesa da liberdade de cada um para tomar as suas próprias decisões. Mas agora que chegaram ao poder, desprezam a liberdade individual e limitam-se a substituir uma moral arbitrária por outra. A Igreja Católica tolerava o fumo e era contra a carne na Quaresma. O Partido Socialista tolera a carne na Quaresma mas embarcou numa campanha moralista contra o fumo. Neste contexto, a ASAE funciona como uma espécie de polícia do vício e da virtude. A ASAE não serve só para detectar carne estragada que nenhum consumidor estaria disposto a comer. Serve também para nos proteger de estabelecimentos que gostaríamos de frequentar e de produtos que gostaríamos de consumir. Ironicamente, uma das funções da ASAE é garantir que os hipermercados não abrem ao domingo à tarde. O domingo é um dia consagrado à família, quer os portugueses queiram quer não queiram. Claro que, graças ao projecto de lei do PS, os portugueses poderão agora dissolver a família sem culpa. Ficarão sem nada para fazer ao domingo à tarde.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por João Miranda.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
REESCREVENDO A HISTÓRIA
«Faz hoje oito dias, José Pacheco Pereira escreveu no ‘Público’ o primeiro de dois anunciados artigos onde procede à sua defesa, do director do ‘Público’ e de outros mais que caíram na esparrela montada pela Administração Bush no Iraque, cinco anos atrás. Por causa da amizade e admiração que sempre tive pelo José Pacheco Pereira, não vou deixar em claro aquilo que chega a ser uma indecente alteração das coisas e um notável exercício de transferência de responsabilidades autorais. Servido pelo seu habitual brilhantismo, o veredicto que ele extrai é capaz de impressionar esquecidas gentes: eles, os defensores da invasão do Iraque pelos «marines», são perseguidos, por “delito de opinião”, por uma “pequena turba, alimentada pelo silêncio de muitos” que exige contra aqueles “punição, censura, opróbio, confissão pública de crime”. E é a essa maioria silenciosa que Pacheco Pereira apela para que percebam que os que não viram na invasão do Iraque um momento empolgante da luta pela liberdade é porque foram movidos “pelo antiamericanismo militante, por razões puramente ideológicas e, acima de tudo, por uma ignorância militante” que os leva a achar que “os factos contam pouco” e são facilmente substituídos por “meias verdades e muitas falsidades”. Comecemos então pelos factos e pelas verdades indesmentíveis e passemos depois à ignorância.
Os factos são que, a seguir ao Vietname, o Iraque é já a segunda guerra mais longa de todo o longo cadastro de guerras travadas pelos Estados Unidos no estrangeiro, e não se vê o fim para ela - pela razão simples e elementar de que não se sabe e nunca se soube qual era o fim pretendido para a guerra, fora os pretextos inventados e fabricados para a desencadear. Facto é que morreram já quatro mil americanos e 200.000 civis no Iraque. Facto é que a economia do Iraque está arruinada e que o país produz hoje 20% da sua capacidade extractiva de petróleo, o que contribuiu para que o preço do barril de crude passasse em cinco anos de 35 para mais de cem dólares. Facto é que, apesar do derrube da ditadura de Saddam e da realização de eleições vagamente democráticas (as primeiras e provavelmente últimas por muitos e bons anos), o Iraque não consegue estabelecer um poder civil credível e capaz e é virtualmente ingovernável - no dia em que os americanos se retirarem, o Irão abocanhará a parte xiita, a Turquia a parte curda e o resto do país será resolvido pelas armas entre as três etnias principais. Nem Pacheco Pereira é capaz de dizer o que podem os Estados Unidos fazer agora no Iraque.
Ora, isto aconteceu justamente devido à ignorância e à ganância. A ganância dos que forneceram e armaram os destruidores do Iraque e dos que vieram atrás para a “reconstrução” - empresas como a General Dynamics, a Grumman, a McDonnell/Douglas, a Halliburton, etc., cujos lucros dispararam entre 50 a 200% desde que a guerra começou. E a total ignorância de um «comander-in-chief» (George W. Bush), célebre, entre outras coisas, por julgar que o Kosovo ficava na Ásia e que o Brasil não tinha negros. Não deixa de ser surpreendente que alguém tão preocupado com a manipulação das informações e da opinião pública, como Pacheco Pereira, não tenha tido a serenidade de espírito suficiente para perceber a operação de manipulação montada por Bush - e que não era assim tão difícil de perceber. Basta conhecer um pouco da forma como funciona o marketing político americano e de como se forma uma opinião pública movida por raciocínios maniqueístas primários, para entender qual a íntima razão que levou Bush para o Iraque: porque ele queria absolutamente comprar uma guerra, uma guerra que lhe desse a ele, falhado em tudo - na carreira académica, militar e nos negócios - a vaidade de poder proclamar “sou um Presidente em guerra”. E, nessas coisas, os americanos obedecem cegamente a uma regra de patriotismo idiota: “pelo meu país, com razão ou sem ela”. Basta que um Presidente se anuncie em guerra para que todos cerrem fileiras atrás, mesmo que o seu gesto mais corajoso seja o de aparecer de surpresa às tropas em guerra no «Thank’s giving», carregando ao alto um peru de doze quilos… que depois se descobre ser de plástico.
Claro que pessoas que embarcaram nisto, como Pacheco Pereira, podem sempre usar o eterno argumento do “não sabíamos”. Não sabiam que para justificar a «casus belli», Bush e Blair chegaram ao despudor de fabricar supostas provas de que Saddam apoiava a Al-Qaeda e escondia um poderoso arsenal de armas de destruição maciça... Bem, alguns não saberiam, outros talvez: Durão Barroso jurou ter visto “provas” das armas de Saddam, mas a prova de que não viu provas é que as armas não existiam - logo, ou se deixou enganar como um papalvo ou mentiu quando disse isso. Mas Pacheco Pereira deixou-se enganar porquê? Porque quis. Talvez por americanismo primário militante.
Quando Colin Powell mostrou na reunião decisiva do Conselho de Segurança fotografias e documentos que atestariam a construção de depósitos de armas nucleares e químicas no Iraque e a presença de elementos da Al-Qaeda, Dominique de Villepin, então ministro dos Estrangeiros da França, respondeu-lhe tranquilamente que essas “provas” eram velhas e tinham já sido cabalmente denunciadas como “falsificação grosseira”. E Powell calou-se, incomodado (mais tarde veio dizer que também ele fora enganado pela Casa Branca e pelo Pentágono). E quando El Baradei, presidente da Agência Internacional de Energia Nuclear, e Hans Blix, encarregado da ONU para o desarmamento do Iraque, vieram dizer que não tinham encontrado nada e precisavam de mais umas semanas para confirmar se existiam ou não armas e, mesmo assim, Bush forçou a invasão sem esperar, sem mandato da ONU e sem apoio dos Aliados, à excepção de Blair, Barroso, Berlusconi e Aznar, Pacheco Pereira também não desconfiou de nada? A guerra era assim tão urgente que não podia esperar duas ou três semanas?
Tudo isto tem a importância que tem e que se lhe quiser atribuir. Eu não atribuo uma importância por aí além ao facto de ter feito parte da “pequena turba” que a tempo previu o desastre que se preparava no Iraque. Mas, já que José Pacheco Pereira parece viver tão incomodado com o seu erro de análise ao ponto de pretender reescrever a história, então convém lembrar que o mundo é hoje infinitamente pior do que era antes da invasão do Iraque e por causa dela; que o terrorismo islâmico é hoje uma causa alimentada pela invasão do Iraque e com muitos mais militantes; que a razão profunda para tal - a questão palestiniana - está agora muito mais longe de uma solução do que então; que morreram 200.000 iraquianos e quatro mil soldados americanos convocados pelo seu Presidente para combater uma ameaça que ele sabia não existir; e que tão cedo nenhuma opinião pública estará disposta a ver morrer soldados para enfrentar uma outra ameaça, essa sim real.
Deus me livre de querer a ‘punição’ ou a ‘censura’ de Pacheco Pereira. Mas, já que fala nisso, também não acho que aqueles que, fazendo opinião, ajudam a formar as dos outros, possam passar por cima de tudo o que escrevem com a insustentável leveza de apostar sempre na falta de memória alheia. E, se bem me lembro, já são várias as vezes que José Pacheco Pereira embarca nos grandes embustes planetários: o «bug» do milénio, o terrorismo do antrax, as armas do Saddam e a “pandemia” da gripe das aves. Caramba, Zé! Que o mundo vai acabar, vai. Mas a seu tempo.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Miguel Sousa Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
O DELITO DE OPINIÃO: AS "MENTIRAS"
«Os governos mentem. Nem sequer vale a pena acrescentar a frase "todos mentem", que agora o Dr. House popularizou ao lembrar aos seus assistentes de que é boa prática presumir esse facto para o diagnóstico médico. Nem acrescentar que a vida social se alicerça na mentira "social" e que sem ela não poderíamos viver sem ser num sistema totalitário, em total transparência face ao Big Brother. A única verdade que merece o V grande é a do Divino, mas essa não cuida das matérias terrenas que Deus deixou a César. É cinismo? Não, não é, são os facts of life.
Todos os governos mentem por duas razões distintas, uma má e condenável e outra necessária e conforme o sentido de Estado, a segurança e o bem-estar dos cidadãos, logo, boa. Estive para escrever boa entre aspas, para fazer vénia ao significado moral da palavra, mas de facto não tem muito sentido fazê-lo. É boa mesmo porque é boa, porque se vive na terra e não no Paraíso utópico. A parte condenável da mentira do Estado, dos governos, dos políticos, é a que significa ocultar dados que não se quer que se saibam porque prejudicam a imagem governamental ou dos políticos, para encobrir ilegalidades, enganos, falcatruas diversas, inaceitáveis sob qualquer ponto de vista. Essa parte da mentira é a que exige escrutínio e denúncia pública, a que justifica os direitos da comunicação social num país livre para denunciar os abusos do poder, a que o Parlamento deve ter condições para inquirir e denunciar, é simples de definir e tratar.
Já é mais complicada a mentira necessária que todos os governos democráticos praticam. Como por exemplo, a que leva um ministro das Finanças a negar uma desvalorização da moeda sem ambiguidades, duas horas antes de a anunciar. Ou a que leva qualquer primeiro-ministro português a responder com um enfático "não" se lhes fosse perguntado: conduz o Estado português operações de espionagem nos nossos muito amigos países africanos de expressão portuguesa? Claro que não, nunca, jamais em tempo algum.
Os críticos da intervenção americana do Iraque que andam desde o primeiro dia a bradar "mentirosos" para Bush, Blair, Aznar e Barroso devem estar a pensar, chegados aqui no artigo, que eu vou defender a necessidade da mentira de Estado "boa", para o que se passou com as armas de destruição maciça. Enganam-se porque no essencial, e é aqui o essencial que conta, não houve mentiras nem do primeiro grau, nem do segundo, nem do terceiro. Nem mentira para ocultar uma verdade que se conhecia e se queria esconder, nem mentira com dolo "necessário" para servir um bem maior, legitimar uma invasão que se pensava ser estrategicamente vital para a segurança nacional.
Não houve mentiras porque Bush e Blair estavam convencidos de que armas de destruição maciça existiam no Iraque, como também o estavam Chirac, Putin e o Estado-Maior iraquiano. Os interrogatórios feitos aos responsáveis militares iraquianos mostram que também eles estavam convencidos da existência destas armas e ficaram surpreendidos quando Saddam lhes disse no princípio da guerra que não existiam. Muitos, aliás, continuaram convencidos de que as armas existiam em unidades muito especiais sob o controlo dos filhos de Saddam, Uday e Quday, e que Saddam os estava a enganar.
Havia pouca gente com dúvidas, mas também sem certezas. Havia na CIA, nas Nações Unidas, gente com dúvidas sobre se as "provas" que os americanos apresentaram eram mesmo provas a sério, mas eram mais dúvidas sobre as "provas" do que sobre o facto de Saddam poder ter armas de destruição maciça. Até porque havia o preocupante facto, que hoje não convém lembrar, de que ele não só as tivera como as usara contra os curdos e iranianos. Havia dúvidas muito mais sérias sobre a justeza do política americana de invadir o Iraque, muito mais assertivas, muito mais fundamentadas, mas não era por causa das armas.
A Administração Bush actuou como deve actuar um governo responsável que acha que está em guerra - pela Lei de Murphy, se uma coisa pode correr mal, mais vale prepararmo-nos para que corra mal. Onde errou foi em deixar centrar a sua argumentação nas armas, o que resultou das pressões de Colin Powell e do Departamento de Estado para obter uma resolução das Nações Unidas, e que levou à apresentação de "provas" que vieram a revelar-se inconsistentes ou falsas. A Administração Bush fê-lo porque não tinha nada de melhor a apresentar, não porque não estivesse convencida de que as armas não existissem. As provas materiais que possuíam eram débeis, equívocas e nalguns casos falsas, embora saber quem as "plantou" nos serviços de informação seja toda uma outra história. Sim, algumas "provas" eram "mentira", mas a convicção de que havia armas de destruição maciça não era mentira.
Claro que no estilo moralmente excitado com que se discute o Iraque, pouca atenção se dá aos factos e tudo se move por "impressões" e por duas ou três frases desirmanadas usadas como prova, como é o caso do que disse o inspector Scott Ritter, ou citações de Hans Blix, que só se tornaram tão unívocas depois de não se encontrarem as armas depois da invasão. No caso de Scott Ritter o testemunho foi sempre prejudicado na sua credibilidade pelas suas relações com o governo iraquiano. Blix, por seu lado, no artigo muito crítico que escreveu no Guardian sobre os cinco anos de guerra, admitiu que era "compreensível" que Bush e Blair acreditassem na existência das armas no Outono de 2002, perguntando-se ele próprio, sem saber responder, "porque é que os iraquianos tinham impedido os inspectores das Nações Unidas durante os anos 90 quando não tinham nada que esconder".
É verdade que Blix responsabiliza Bush e Blair pelo que "sabiam em Março de 2003", referindo-se ao trabalho da equipa de inspectores a que presidia e que ocorreu entre as duas datas. A questão só pode ser colocada assim a posteriori, porque o que sabiam "em Março de 2003" é que os inspectores não tinham encontrado as armas e o próprio relatório que Blix apresentou ao Conselho de Segurança em Fevereiro de 2003 não é tão seguro como Blix agora pretende que foi. Entre outras coisas, apresentava reservas sobre o que tinha acontecido a armamento citado em documentos iraquianos e que o governo de Saddam dizia ter destruído sem apresentar provas. De qualquer modo, qualquer observador que leia com isenção a documentação existente na época só pode chegar à conclusão de que a convicção da existência de armas de destruição maciça era legítima, mas tinha uma dose excessiva de voluntarismo. Esse voluntarismo pagou-se caro porque a utilização da existência das armas de destruição maciçva como argumento central de legitimação da invasão revelou-se o principal factor de desautorização de uma guerra que muitos não viam em 2003 com as cores negras com que a vêem hoje. A sua importância na descredibilização da operação foi enorme nas democracias ocidentais e tornou-se incontornável
Quanto à "mentira" é que não vale a pena discutir racionalmente e com apoio dos factos indesmentíveis, de muitos estudos e análises feitos por especialistas e historiadores que não têm a mínima simpatia pela guerra iraquiana nem pela política de Bush, porque já ninguém ouve com o ruído propagandístico. Veja-se, por exemplo, aquela que é considerada a melhor história militar da invasão, Cobra II, de autoria de Michael Gordon e do general Bernard Trainor e que mostra como todos os planos militares americanos foram feitos tendo em conta a existência e possibilidade de um ataque químico ou biológico, com consideráveis custos numa estratégia que fazia da rapidez a sua pedra de toque, que mostra como unidades especiais andaram à procura das armas por todo o lado e a perplexidade com que foi recebida a informação de que estas não eram encontradas. Se de facto tivesse havido a "mentira" deliberada que é assacada a americanos e ingleses, então não seria difícil, pelo mesmo princípio de dolo, encontrar qualquer coisa, uns bidões num armazém, umas ampolas biológicas nalgum sítio. Houve aliás quem sugerisse que os americanos iam fazer isso e, para "mentiroso" antes, "mentiroso depois, deveria ser a regra. Seria aliás quase impossível de verificar se era verdade ou não.
Só que os factos são outros.» [Público assinantes]
Parecer:
Pacheco Pereira tenta explicar o inexplicável.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BIOÉTICA DEFENDE CESARIANAS NO SNS
«Acabar com a discriminação nos partos entre os sectores público e privado é o objectivo da Associação Portuguesa de Bioética (APB). O organismo defende que, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), as mulheres grávidas possam ter o direito a pedir o parto através de cesariana. Jorge Branco, presidente da Comissão de Saúde Materna e Neonatal, defende que o recurso à cesariana deve ser decidido pelo médico. No parecer aprovado, a enviar ao Governo e ao Parlamento, a APB pretende pôr termo "a disparidades gritantes" entre as práticas no sector público e o privado, "sem uma razão suficientemente plausível que o justifique", assinalou Rui Nunes, presidente da APB. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Sabendo-se que o aumento de cesarianas no sector privado se deve a razões de conforto é de estranhar esta proposta, até porque no SNS os médicos podem optar pela cesariana quando há razões clínicas que o justifiquem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Desaprove-se.»
SÓCRATES DIZ QUE A OPOSIÇÃO É CIUMENTA
«José Sócrates não precisou de anunciar uma nova medida no debate quinzenal no Parlamento - estava anunciada há dois dias e dominou ontem o debate com a oposição. Entenda-se com uma oposição pouco convencida da eficácia da redução de 1% no IVA. "Ciúme político", retorquiu José Sócrates, reclamando para o Governo socialista o défice mais baixo da democracia portuguesa e uma medida que, garante, vai ter repercussões na carteira dos portugueses.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Desta vez Sócrates tem razão, a mesma oposição que clama por uma descida de impostos está desejando que tal não ocorra e se assim sucede não consegue esconder a dor de cotovelo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se Jerónimo de Sousa, Louçã, Santana Lopes e Paulo Portas a consultas de ortopedia.»
JAIME GAMA ELOGIA ALBERTO JOÃO
«Jaime Gama desviou os olhares do tema principal, o Congresso da ANAFRE, Associação Nacional de Freguesias a realizar-se no Funchal, quando no encerramento da sessão de abertura proferiu a maior e melhor homenagem que alguma vez um membro do PS fez a Alberto João Jardim. O Presidente da Assembleia da República (AR) escolheu os 30 anos de governos Jardim para no seu discurso apresentá-lo como sendo um case study de sucesso aos autarcas presentes, um exemplo "notável" de "trabalho, sacrifício, tenacidade e determinação" e que, "apesar das divergências políticas", "temos de reconhecer que esta obra histórica tem um rosto e um nome. E esse nome é o do presidente do governo regional da Madeira", disse. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Cada um à sua maneira, Alberto João e Jaime Gama, são dois casos notáveis que podem ser considerados case studys. Alberto anos está a governar há 30 anos enquanto Jaime Gama desempenha altos cargos do Estado há praticamente o mesmo tempo, mas sem o incómodo de se esforçar muito nas eleições.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Gama que compare os fundos destinados à Madeira com os investidos noutras regiões do país.»
PSD PERSEGUE OS SEUS ASSESSORES NA AR QUE NÃO SÃO DO QUADRO NO PSD
«Segundo fontes do grupo parlamentar, a reunião com Conceição Frutuoso de Melo, chefe de gabinete de Santana Lopes, decorreu em dois tempos, tendo sido as secretárias recebidas às nove da manhã e os assessores às nove e meia. O ambiente, segundo as mesmas fontes, foi "muito tenso", com os funcionários que não são do quadro a serem especialmente visados. "Foi dito nessa reunião que assim como há um despacho de nomeação, ele também existe para a exoneração", conta um deputado social-democrata ao DN, que, como outros, ficaram sensibilizados com a situação por que passam os funcionários nomeados politicamente. "Na prática trata-se de uma ameaça de despedimento", sustenta o mesmo deputado, que pediu o anonimato.
Os funcionários da bancada do PSD que não são funcionários do quadro do partido têm desabafado com alguns deputados e revelaram também que não irão ter direito este ano ao aumento legal de 2,1%. O aumento de ordenado, de que todos os funcionários da Administração Pública irão usufruir (incluindo os deputados), não irá ser-lhes aplicado, com a justificação de que são contratados por nomeação política. O clima de "caça às bruxas" ou de "perseguição", como lhe chama um deputado do PSD, levou a que os funcionários e assessores contactados pelo DN se recusassem a falar sobre o assunto, referindo que as primeiras notícias sobre o assunto já haviam sido mal recebidas junto da direcção da bancada laranja.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Um bom exemplo do que se esperaria na Administração Pública se este PSD fosse governo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Manifeste-se a solidariedade deste palheiro com os funcionários perseguidos por Santana Lopes.»
CAVACO CHAMA PROCURADOR PARA FALAR DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
«O Presidente da República ficou “profundamente chocado” com as imagens de violência da escola Carolina Michäelis, do Porto, disse ao Expresso fonte oficial de Belém. Na sequência dos recentes acontecimentos, Cavaco Silva decidiu convocar o procurador-geral da República para discutir a violência nas escolas. O encontro com Pinto Monteiro no Palácio de Belém é já na próxima segunda-feira.
Depois de várias intervenções públicas pedindo calma nas mudanças no sistema educativo, mas também “respeito” pelos professores, Cavaco Silva volta de novo o seu magistério de influência para o agitado sector da Educação. E começa por querer ouvir precisamente o procurador-geral que, esta semana, veio defender que a violência nas escolas não só é um problema preocupante, mas também matéria da alçada do “seu” Ministério Público.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Desta forma Cavaco dá razão às declarações e decisão do PGR de abrir um processo em relação aos incidentes no Carolina Michaelis.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao bastonário da Ordem dos Advogados e ao Procurador Distrital do Porto.»
MENEZES VAI SANEAR A MAIORIA DOS CABEÇA DE LISTA NAS PRÓXIMAS LEGISLATIVA
«Contam-se pelos dedos de uma mão, se tanto, os nomes que em 2005 lideraram listas do PSD à Assembleia da República e que podem repetir o lugar nas legislativas do ano que vem. Luís Filipe Menezes já deixou clara a vontade de renovar as listas, dando voz às bases, com a introdução de primárias que poderão permitir o afastamento de quem contesta a direcção e não têm apoios na máquina do partido. A mudança será mais notória nos cabeças-de-lista.
Fontes da direcção social-democrata contactadas pelo Expresso consideram que a questão é “prematura”, mas não escondem que “devem ser muito poucos os repetentes” em relação ao topo das listas de 2005. Isto, apesar de, nessa altura, o partido ser liderado por Santana Lopes, actual líder parlamentar e aliado circunstancial de Menezes. Mas em 2005 os barrosistas ainda tinham peso.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Desta vez Menezes é capaz de ter razão ainda que o que pretenda seja afastar os que o criticam.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»
FINALMENTE O PCP FALOU (AINDA QUE OBRIGADO) DO TIBETE
«No eixo franco-alemão reside, na opinião de Jerónimo de Sousa, o epicentro de uma operação que tem como “objectivo central aproveitar a maré para, a propósito dos acontecimentos no Tibete, pôr em causa os Jogos Olímpicos de Pequim”, na defesa de “interesses geopolíticos, estratégicos e económicos”.
O PCP sustentou, pela voz do seu líder parlamentar, Bernardino Soares, e com estes mesmos argumentos, a sua oposição no Parlamento, ao voto de condenação pelos acontecimentos ocorridos no Tibete. E essa ideia sai reforçada nas declarações do secretário-geral dos comunistas ao Expresso. Jerónimo de Sousa não acredita na causa independentista dos tibetanos: “Em termos de comunidade internacional ninguém coloca essa questão. Nem o próprio Dalai Lama, que foi deputado na 1ª Assembleia Popular da China, aprovando uma constituição que considera o Tibete como ‘território integrado’”. Defende, contudo, uma autonomia com respeito pelas suas especificidades. Aliás, acrescenta: “Se alguém invadiu o território foram os ingleses no princípio do século XX, através da Índia”. E acrescenta, foi “a Revolução Popular, em 1949, que repôs a verdade histórica”, recolocando a fronteira nos limites definidos antes da ocupação.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Para o PCP sempre que os comunistas lideram o poder todas as actuações, fronteiras e repressões de direitos são absolutamente legítimas. A forma como o senhor Sousa justifica a integração do Tibete na China é ridícula e revela um total desprezo pela história, para o senhor Sousa a história começa e acaba no momento em que lhe interessa, ridículo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor Sousa que estude um pouco mais de história em vez de ler a cartilha dos chineses, que leia, por exemplo, a Wikipedia..»
FRENPROF VAI PERSEGUIR DEPUTADOS DO PS
«A Federação Nacional dos Professores, Fenprof, vai disponibilizar, a partir da próxima semana, o endereço electrónico de todos os deputados socialistas que são, ou foram, docentes para que os seus ‘colegas’ lhes façam chegar as suas queixas sobre o processo de avaliação proposto pelo Governo. “Na qualidade de professores têm responsabilidades acrescidas”, diz Mário Nogueira, que pretende fazer chegar às escolas do país um cartaz com a identificação dos deputados e respectivo «e-mail» oficial.
Em causa estão 45 deputados da maioria que, segundo Mário Nogueira, “não votaram favoravelmente nenhuma das resoluções apresentadas no Parlamento”, esta semana, por todos os partidos da oposição e que visavam suspender o processo de avaliação dos docentes. Segundo o sindicalista, estes parlamentares “puseram os interesses partidários acima dos interesses das escolas e dos alunos” e, por isso mesmo, devem poder ouvir “a voz do povo, das pessoas que representam e pelas quais foram eleitas para a Assembleia”.» [Expresso assinantes]
Parecer:
A estratégia anti-PS é cada vez mais evidente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Sousa se a ideia foi dele.»
LOUÇÃ DEFENDE QUE O EXEMPLO DAS MELHORES ESCOLAS SEJA SEGUIDO
«"Queremos professores e alunos motivados para integrarem plataformas de debate e delinearem os melhores programas. Queremos que os exemplos das melhores escolas sejam seguidos", defendeu Louçã, para atacar as políticas que vêm sendo defendidas, apontando o exemplo do CDS que queria incentivar, com lei, o medo nas escolas.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Será que Louçã estará a defender a privatização das escolas ou que as escolas públicas imitem os modelos de gestão das escolas privadas?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Louçã.»
JÁ HÁ MAIS MUÇULMANOS DO QUE CATÓLICOS
«Los católicos han cedido la primera posición en la clasificación de las religiones en favor de los musulmanes, según una entrevista publicada hoy por el periódico vaticano L'Osservatore Romano monseñor Vittorio Formenti, responsable del Anuario Pontificio.
El 17,4% de la población mundial es católica, frente al 19,2% que es musulmana, indica Formenti, que señala que se trata de un dato sobre el que reflexionar. No obstante, cuando se suman todos los cristianos (católicos, ortodoxos, anglicanos y protestantes) el porcentaje alcanza el 33% de la población mundial.» [20 Minutos]
UE REJEITA BOICOTE DOS JOGOS OLÍMPICOS
«Los ministros de Asuntos Exteriores de la Unión Europea (UE) han aprobado hoy una declaración en la que piden el "fin de la violencia" en el Tíbet, pero descartan por el momento presionar a las autoridades chinas con un boicot político a los Juegos Olímpicos de Pekín 2008.
En el texto, consensuado por unanimidad, ni siquiera se menciona la posibilidad de vincular los Juegos con la condena a la represión ejercida por el gobierno chino sobre la región soberanista del Tíbet . La Unión "reitera su profunda preocupación sobre los acontecimientos"; "condena todo tipo de violencia" y "ofrece sus respetos a las víctimas".» [20 Minutos]
ESTADO INVESTE EM DEZ PARAÍSOS FISCAIS
«O número de paraísos fiscais («off-shores») utilizados pelo Estado passou de dois para dez em 2006. No ano anterior, havia dinheiro público em apenas duas regiões - 233 milhões de dólares nas Caimão e 115 milhões nas ilhas Virgens Britânicas. Isto sem contar com o Luxemburgo, também considerado uma «off-shore» pelas Finanças, mas apenas para efeitos de tributação de «holdings» de empresas. Em 2006, mantiveram-se as duas regiões já usadas anteriormente - com verbas aplicadas de, respectivamente, 98 milhões e 136 milhões de dólares - mas surgiram oito novos destinos para o dinheiro do Estado.» [Expresso assinantes]
Parecer:
No melhor pano cai a nódoa...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Peçam-se explicações ao ministro das Finanças pois já passou uma semana desde a primeira notícia.»
MANUEL PINHO EM BICOS DE PÉS
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que os que defenderam que o IVA não devia ter descido agora, para mais tarde diminuir dois por cento, "não têm credibilidade". "Não demos grande credibilidade a quem há um ano nos propunha um choque fiscal com a descida do IRC, há seis meses defendia que os impostos se deviam manter, há semanas dizia que deviam baixar e há dois dias propunha que se aguardasse, antes de descer o IVA", afirmou.» [Público assinantes]
Parecer:
Quem disse o que o ministro critica?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro.»
ARGOLAS DE FUMO PRODUZIDAS PELO VULCÃO ETNA [imagens]
ILUSÃO DE ÓPTICA
QUASE ATROPELADO NO CÉU
DELL AIR
ASICS