Esta foi uma semana sem novidades, o país esqueceu a criminalidade, o problema de crianças com 10 anos que já são dependentes da heroína nem mereceu atenção, a nova grelha remuneratória não mereceu o mais pequeno comentário por parte dos sindicatos, o PSD quase esqueceu o mapa judicial, ninguém reparou que Menezes assumiu ter doze dedos nas mãos numa entrevista ao JN, o homem da ASAE voltou a dar nas vistas mas percebeu que era melhor apreender congelados do que encerrar mercearias e tascas tradicionais.
A semana foi dominada pela manifestação de professores, familiares e amigos, desde os preparativos até à manifestação propriamente dita. Ficou-se a saber que os professores já querem ser avaliados mas não desta forma, que o único problema do ensino é a ministra que está a destruir um modelo de escolas que já provou ser uma maravilha, não fosse a última “little Cuba” do país.
Por estas horas os professores, familiares e amigos já regressaram a casa, os dirigentes da Fenprof estão a festejar e já pensa numa promoção a membros do CC, Jerónimo de Sousa viu confirmada a estratégia da linha dura fazendo esquecer os tempos de Carvalhas que amoleceram a capacidade de luta do partido, Menezes já faz contas com os seus doze dedos aos ganhos políticos que poderá ter obtido com a ajuda do CC do PCP.
Segunda-feira a realidade continua, os homicidas do passado fim-de-semana continuarão por apanhar, as confusões na PJ proporcionarão novos espectáculos, o parlamento reabre as suas portas substituindo-se à legitimidade das ruas, os alunos terão muitas aulas de revisões e Sócrates terá também que rever a matéria pois terá que explicar porque razão é tão dialogante para decidir onde fica o aeroporto e fica tão autoritário quando estão em causa os trabalhadores.
