segunda-feira, março 03, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Tentando agarrar a água, Parque das Nações, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Reuters]

«Hillary Clinton, en un acto electoral» [El Pais]

[Reuters]

«Barack Obama, en Ohio durante un mitin» [El pais]

JUMENTO DO DIA

Galo da Índia autárquico

Louçã aproveitou o facto de se ter coligado com o PS na autarquia da capital para se armar em galo da Índia, assegurando que não fará coligações autárquicas com este partido, talvez porque neste momento lhe interesse afastar-se do perfume do poder. Sucede que, como Louçã sabe, o contributo do vereador do BE na autarquia de Lisboa tem sido nulo, limitando-se a aproveitar da situação para ganhar protagonismo mediático. Para além dessa coligação não ter tido resultados práticos pois nada alterou a situação de Costa que continua em minoria, o Zé pouco mais fez do que propor a marca Lisboa para as corvinas pescadas na margem sul do Tejo e comidas nos restaurantes Lisboetas.

A AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES

«Como se pode avaliar professores, quando o Estado sistematicamente os "deseducou" durante 30 anos? Como se pode avaliar professores, quando o ethos do "sistema de ensino" foi durante 30 anos conservar e fazer progredir na escola qualquer aluno que lá entrasse? Como se pode avaliar professores, se a ortodoxia pedagógica durante 30 anos lhes tirou pouco a pouco a mais leve sombra de autoridade e prestígio? Como se pode avaliar professores, se a disciplina e a hierarquia se dissolveram? Como se pode avaliar professores, se ninguém se entende sobre o que devem ser os curricula e os programas? Como se pode avaliar professores se a própria sociedade não tem um modelo do "homem" ou da "mulher" que se deve "formar" ou "instruir"?

Sobretudo, como se pode avaliar professores, se o "bom professor" muda necessariamente em cada época e cada cultura? O ensino de Eton ou de Harrow (grego, latim, desporto e obediência) chegou para fundar o Império Britânico e para governar a Inglaterra e o mundo. Em França, o ensino público, universal e obrigatório (grego, latim e o culto patriótico da língua, da literatura e da história) chegou para unificar, republicanizar e secularizar o país. Mas quem é, ao certo, essa criatura democrática, "aberta", tolerante, saudável, "qualificada", competitiva e sexualmente livre que se pretende (ou não se pretende?) agora produzir? E precisamente de que maneira se consegue produzir esse monstro? Por que método? Com que meios? Para que fins? A isso o Estado não responde.

O exercício que em Portugal por estúpida ironia se chama "reformas do ensino" leva sempre ao mesmo resultado: à progressão geométrica da perplexidade e da ignorância. E não custa compreender porquê. Desde os primeiros dias do regime (de facto, desde o "marcelismo") que o Estado proclamou e garantiu uma patente falsidade: que a "educação" era a base e o motor do desenvolvimento e da igualdade (ou, se quiserem, da promoção social). Não é. Como se provou pelo interminável desastre que veio a seguir. Mas nem essa melancólica realidade demoveu cada novo governo de mexer e remexer no "sistema", sem uma ideia clara ou um propósito fixo, imitando isto ou imitando aquilo, como se "aperfeiçoar" a mentira a tornasse verdade. Basta olhar para o "esquema" da avaliação de professores para perceber em que extremos de arbítrio, de injustiça e de intriga irá inevitavelmente acabar, se por pura loucura o aprovarem. Mas loucura não falta.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MENDES BOTA DIZ QUE QUEREM ASSASSINAR POLITICAMENTE MENEZES

«De acordo com um comunicado da distrital social-democrata, Luís Filipe Menezes é alvo, desde que foi eleito, de uma “campanha de assassinato político” que “mobiliza todo o complexo político-mediático, onde se faz sentir a influência do poder tentacular do Governo socialista”. Mais: “Tal campanha conta com a vergonhosa cumplicidade e conivência activa de um conjunto de protagonistas, cujo nome ainda figura na listagem de militantes do PSD.”» [Correio da Manhã]

Parecer:

A dúvida está em saber o que vai ocorrer em primeiro lugar, se o assassínio político ou se a consumação do suicídio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se vai esperar pela execução ou se prefere o suicídio.»

AFINAL HÁ UMA VAGA DE CRIMES

«Responsáveis da Polícia Judiciária (PJ) ligados aos sectores de homicídios, roubos e banditismo estão a preparar-se para reunir de emergência amanhã, em Lisboa, para discutir e delinear estratégias de combate à onda de crimes violentos que assola a Grande Lisboa, com especial incidência na série de mortes ocorridas na última semana em Loures. Na calha estão também propostas de reuniões com a PSP e o Ministério Público, tendo em conta as várias vertentes criminais da situação, soube o JN junto de fonte policial.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Esconder a realidade atrás das estatísticas não resolve o problema.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas antes que a situação se descontrole.»

IMI VAI AUMENTAR

«Dentro de um mês, milhares de proprietários de imóveis serão confrontados com aumentos até aos 120 euros a título de imposto municipal sobre imóveis (IMI), a ex-contribuição autárquica. As notas de cobrança do fisco começam a seguir já esta semana, via Correios. Uma quantia a somar ao aumento de 105 euros aplicados aos contribuintes no ano passado, exigido pela chamada cláusula de salvaguarda do IMI, que amortece o aumento anual do imposto, resultante da actualização do valor patrimonial dos imóveis.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Há que pagar rotundas e foguetório eleitoral autárquico.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»

FISCO BATE MÁXIMOS DE EFICÁCIA

«Para este resultado contribuiu a actividade desenvolvida pela inspecção tributária, mas também a nova eficácia revelada pela justiça tributária. Começando pelo primeiro, os números constantes no relatório mostram que a inspecção conseguiu mais com menos. Ou seja, houve menos inspecções em 2007 (127.841 face às 132.486 de 2006), mas as correcções à matéria colectável aumentaram 56 por cento, para 4671 milhões de euros, e o imposto directamente detectado em falta subiu 15,8 por cento, para 975 milhões de euros. Também os pagamentos voluntários de imposto registaram um acréscimo, quer em relação às correcções efectuadas, quer em relação ao imposto detectado em falta, respectivamente de 29 por cento e de 28 por cento.

O segundo grande contributo veio da Justiça Tributária. As penhoras mais que duplicaram (foram feitas 814.991); as vendas coercivas de bens penhorados cresceram 379 por cento; o número de contribuintes na lista de devedores fiscais aumentou de 247, no seu início, para 8.222 no final do ano passado, permitindo, na sequência de todos os procedimentos levados a cabo antes da publicitação dos mesmos, arrecadar 242 milhões de euros. Tudo somado, as dívidas pagas pelos contribuintes que se encontravam já em processo de cobrança coerciva aumentou para 1.633 milhões de euros em 2007, um novo máximo histórico. » [Público]

Parecer:

Afinal o dr. Macedo não era assim tão indispensável e sabendo-se que o actual não tem feito grande coisa já começa a ser tempo de dizer que os investimentos do passado começaram a dar resultados e que apesar das nomeações duvidosas há no fisco quem saiba o que está fazendo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se os responsáveis que ao contrário dos amigos do ex-secretário de Estado não mereceram louvores.»

BLOGUE DA SEMANA: ÁGUA LISA

O destaque desta semana vai para um velho companheiro de blogosfera, o Água Lisa, um lugar de visita obrigatória pelo que se escreve, pelas formas como se escreve e pela monitorização que faz da diferença entre o PCP da comunicação social e o PCP do Avante.

NESTR

E AGORA ... SEM PÁRA-QUEDAS

CALMA

RED BULL