domingo, outubro 05, 2008

Semanada


Se Fernão de Magalhães ficou na história pela sua viagem de circum-navegação, o PC “Magalhães” vai ficar conhecido por ter dado a volta à cabeça da intelectualidade puritana do PSD. É o Pacheco Pereira que fica histérico, é o professor que mais odeia a ministra da Educação que usou a sua coluna no Público, o blogue não oficial de Belmiro de Azevedo, enfim, andam todos muito incomodados. Primeiro era porque o Magalhães não é inteiramente português, depois ficaram cheios de dúvidas pelos perigos pedagógicos do acesso a um computador pelas crianças, por fim, até ficaram muito preocupados porque a criançada podia ir à página da Playboy. Enfim, a dor de corno tem consequências estranhas no cérebro de alguma intelectualidade cujo passatempo preferido é nada fazer.

Manuela Ferreira Leite não deu a volta ao mundo, mas deu um quarto de volta para ir aos Açores evocar o 25 de Abril e a revolução para protestar contra a falta democracia. Por este andar ainda a vamos ver a fumar e, como se isso fosse pouco, trajando mini-saia e meias de ligas.
Quem também deve andar com a cabeça às voltas é António Costa, presidente da CM de Lisboa, que não sabe para onde se virar com tanta casa camarária alugada na Feira da Ladra da Praça do Município. Diz que nada tem que ver com o assunto, que é coisa do passado, mas lá apareceu para apoiar a sua vereadora que durante vinte anos beneficiou de uma renda que pelo montante inicial deve ter saído nalgum sorteio camarário. Mas parece que a senhora tem um estatuto de Madre Teresa de Lisboa, foram muitas as vozes a defendê-la, mas nenhuma explicou como é que a senhora conseguiu uma renda de vinte contos quando o cidadão comum que alugasse uma casa na mesma altura pagava quatro vezes mais.

Às voltas com a crise financeira andam políticos e banqueiros, a única que não está preocupada, defende que devem ser os mercados a resolver o problema, é Manuela Ferreira Leite que agora já não é administradora de um banco e está na oposição. Por cá chegando os primeiros sinais da crise, os concursos de obras públicas podem ficar sem concorrentes nacionais e já se fala em dois pequenos bancos em dificuldades. Num país dado a investir dinheiro na Dona Branca seria de admirar que todos os nossos bancos tivessem resistido às tentações dos sub-prime. Veremos que a crise nos bater à porta os nossos políticos serão tão a favor da intervenção do estado como o foram em relação aos EUA.

A tentar dar a volta a Francisco Louça está Jerónimo de Sousa que informou que o BE era de esquerda e está em condições de ir para o seu regaço. Ao que parece o BE já não dá caneladas no PCP e até vai às manifestações. Para além dos “comunistas e dos progressistas” são bem-vindos todos os que sejam de esquerda e chamem fascista a José Sócrates, algo que Manuela Alegre ainda não consegue fazer. Agora só resta esperar para ver se o BE quer se o novo MDP/CDE e sentar-se ao lado dos Verdes.