terça-feira, outubro 21, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Bote, Cascais

IMAGEM DO DIA

[Larry Qing / EFE]

«Tomatina china. Decenas de chinos participan en la fiesta del tomate en Dongguang, China, que imita a la original tomatina española. Comenzó en 2007 para promocionar el turismo local; se usaron 15 toneladas de tomates.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Alípio Ribeiro, ex-director nacional da PJ

Alípio Ribeiro foi director nacional da PJ e saiu depois de um mau desempenho à frente daquela polícia e depois de intervenções públicas desastrosas. Mas o magistrado ainda não percebeu que por vezes é melhor fechar a boca, não vá entrar mosca ou sair asneira, e aproveitou a tomada de posse como inspector do MP naquela polícia para tecer considerações que faziam crer que se estava a ouvir o ministro a dar posse a um novo director.

Ver um ex-director dizer que é necessário dar uma nova dinâmica à PJ e que tal não depende da falta de meios mas de propósito para a promover. Então o que faltou a Alípio Ribeiro quando esteve à frente da PJ?

A CRISESINHA

Manuela Ferreira Leite bem corrigiu a pedido da entrevistadora, mas para ela a crise financeira é uma crisesinha. Foi evidente que a partiu daí se engasgou e perdeu embalagem, chegou mesmo a desorientar-se e, talvez por influência das últimas conversas com Santana Lopes, voltou a considerar o quiulómetro de autoestrada como unidade monetária, afirmando que seis quilómetros pagavam uma das suas propostas. Enfim, ficamos à espera de saber quantos quilómteros custasm todas as suas propostas.

A desorientação de Manuela Ferreira Leite foi total quando a entrevista chegou à questão da escolha de Santana Lopes para Lisboa, chegou mesmo a chamar dirigente ao ex-líder. A ser verdade o que saiu na comunicação social a propósito da última reunião da comissão política do PSD, Manuela Ferreira Leite mentiu ao dizer que não ia reunir a comissão política por causa de Lisboa, porque na sua agenda está a crise e o orçamento. Mentiu porque foi público que na última reunião da comissão política um dos pontos da ordem de trabalhos era precisamenet Lisboa, ponto que foi retirado da agenda por causa das vozes contra a candidatura de Santana Lopes. Manuela Ferreira Leite nunca desmentiu os jornaios, designadamente, o semanário Sol.

Manuela Ferreira Leite demonstrou mais uma vez quão desastrosa pode ser quando fala, o que justifica a estratégia de silêncio. Ao primeiro descuido o discurso perde fluidez, a linguagem desce em qualidade e deixa de conseguir raciocinar com fluidez. A lição até vinha razoavelmente bem estudada, até ao momento em que foi confrontada com a candidatura de Santana Lopes, um tema que apesar de incontornável estava muito mal preparado.

Para a história fica a afirmação da crisesinha.

A BOLHA DA CHINA

«Novidades velhas: a bolha americana. A crise chega à Europa. Mas quem quiser mesmo viver ansioso pode começar já a preocupar-se com a bolha da China.

Um economista de direita, Tyler Cowen, descreveu há tempos dois cenários para o futuro desta crise. O optimista: dois anos de recessão. O pessimista: dez anos de depressão global. Na verdade, deveríamos chamar-lhes o "cenário mau" e o "cenário muito mau". E mesmo o cenário muito mau poderia transformar-se em cenário péssimo se rebentasse a bolha da China, que o economista não descrevia, mas que vulgarmente se subentende da seguinte forma: os EUA e a Europa deixam de poder importar tantos produtos chineses por causa da sua recessão, levando a China a importar menos matérias-primas ou até a falhar pagamentos por elas. Se a China não tiver quem lhe compre os produtos, e uma vez que o seu mercado interno é ainda reduzido, terá de tentar explorar outros mercados para compensar as perdas. Confere com o título da Folha de São Paulo, ontem: China busca América Latina para manter expansão.

Não faço ideia sobre a probabilidade de rebentar a bolha económica da China. Esperemos que seja pequena - como esperámos com todos os sucessivos cenários pessimistas que se foram confirmando nos últimos meses - e que não ocorra no curto prazo.

Mas o que me preocupa mesmo é a bolha política da China. Nos últimos anos transferimos grande parte da capacidade produtiva mundial para um regime que parece estável mas que é sobretudo opaco. Nem toda a gente fica contente, e muita fica até desempregada, mas na verdade este estado de coisas tem sido confortável para as partes envolvidas. Nós ganhamos produtos baratos que ajudam a disfarçar os nossos rendimentos estagnados. Eles ganham em crescimento económico e capacidade para anestesiar o descontentamento interno. Toda a gente parece ganhar, até um dia - e quando "toda a gente parece ganhar até um dia", estamos perante a primeira característica de uma bolha.

A outra característica de uma bolha é que ninguém sabe quando vai rebentar. A incerteza impede-nos de a esvaziar a tempo. E aí chegamos a um ponto crucial: a opacidade é tão grave nas empresas como nos regimes políticos. Uma democracia é previsível porque é maleável. Uma ditadura parece previsível mas é apenas rígida. Na verdade, é mais de quebrar do que de torcer. Olhem para o regime chinês: todos nos garantem que dali não virão surpresas. Mas será? Quando nos apercebermos de que andámos a transferir grande parte da produção mundial para um regime que ninguém sabe como se comportará daqui a dez ou vinte anos, a insegurança é capaz de tomar conta. Se o crescimento económico diminuir por lá, o descontentamento é capaz de tomar conta. Em tempos, tivemos oportunidade de moderar a bolha, exigindo à China uma fasquia mais elevada de respeito pelos direitos dos trabalhadores e pelo meio ambiente. É natural que alguns líderes mundiais voltem a falar agora nessas exigências, mas pode ser demasiado pouco, demasiado tarde.Dir-me-ão: a China parece sólida. E eu direi: sabem o que mais parecia sólido, aqui há uns anos?» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CONTRIBUINTES INSPECCIONADOS AMEAÇAM FISCO

«Os contribuintes que sofreram inspecções do Fisco e viram a sua matéria colectável corrigida (e aumentada) estão a ameaçar os serviços de Finanças com pedidos de indemnização ao abrigo do novo regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado, que entrou em vigor este ano. O CM teve acesso a várias reclamações graciosas, nas quais os contribuintes obrigados a pagar mais impostos ameaçam a Administração Fiscal com o recurso "ao dever de ressarcimento agora previsto no recente Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado (Lei 67/2007 de 31 de Dezembro). Os contribuintes alegam "má-fé e falta de cooperação da Administração Tributária" no processo inspectivo, particularmente na fundamentação jurídica que serve de base às correcções de imposto.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Era de esperar mas não é preocupante. É evidente que já não se deve trabalhar para as estatísticas e o Fisco deve avaliar o seu sucesso pelos montantes efectivamente recuperados e não pelas conclusões dos relatórios das inspecções. A nova lei implica uma mudança de cultura dos serviços de inspecção tributária.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Melhore-se a qualidade das inspecções.»

AUMENTA A VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES

«Os crimes contra as mulheres não só aumentaram este ano como estão mais violentos. "As agressões são sempre preocupantes, mas notamos nos últimos tempos uma mudança na forma dos crimes: são mais violentos, mais brutais", disse a presidente da União da Mulher -Alternativa e Resposta (UMAR) ao DN, no dia em que milhares de mulheres de todo o mundo marcharam em Vigo, Espanha, contra a violência de género.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Espero que Jerónimo de Sousa não nos venha dizer que é o resultado do desemprego criado pela política de direita de José Sócrates, como já o fez com o aumento da criminalidade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Altere-se o Código Penal.»

CONFUSÃO NOS PROFESSORES

«As acusações entre Mário Machaqueiro, um dos organizadores e da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APED), e Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma Sindical, sobem de tom. O também presidente da Fenprof não entende a razão deste protesto que diz não ser contra a política do Governo mas "anti-sindical". "Não acreditamos em coisas espontâneas. Esta manifestação, e a confusão que está a gerar, não serve os interesses dos professores", disse ao DN. Mário Nogueira diz até ter "desconfianças, que o tempo vai acabar por provar, que aqui há dedo do ME".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ou estou muito enganado ou anda uma grande luta partidária para aproveitar os protestos dos professores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se para ver qual a maior manifestação.»

ALÍPIO RIBEIRO REGRESSA À PS COM O PÉ ESQUERDO

«O antigo director da Polícia Judiciária apontou esta segunda-feira, na sua tomada de posse como inspector do Ministério Público, algumas criticas a esta estrutura considerando urgente "uma nova dinâmica" para que sejam "alcançadas respostas adequadas e socialmente perceptíveis".

O procurador-geral adjunto Alípio Ribeiro foi hoje empossado pelo Procurador-Geral da República como inspector do Ministério Público, desconhecendo onde vai ser colocado.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Depois do seu mau desempenho na PJ esperava-se mais cuidado ao abrir a boca.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se a escolha.»

A CABRA-MONTÊS VOLTOU AO GERÊS

«A Esta é a história extraordinária de uma espécie selvagem que, de forma fortuita, regressou ao território de onde tinha sido expulsa pelo homem há mais de um século. Extinta das penedias do Gerês na última década do século XIX, a cabra-montês voltou timidamente em 1999 e, desde então, não tem parado de se reproduzir. Hoje, existem cerca de 300 exemplares: 40 na Serra Amarela e os restantes na linha de fronteira que divide o Parque Nacional da Peneda-Gerês do parque galego Baixa Límia-Serra do Xurês, segundo uma estimativa da bióloga Gisela Moço, que tem vindo a monitorizar a população de cabra-montês.» [Público assinantes]

MODELO ARGENTINA COM 11 ANOS

«Lakshmi Camila Colombero es la nueva sensación de Argentina. Es una modelo que mide 1,76 metros de altura, calza un 39 y tiene unas medidas consideradas como perfectas en el mundo de la moda: 90-60-90. Eso sí, tiene 11 años.

Se trata de la nueva Nicole Neumann, modelo, actriz y presentadora de televisión argentina que a finales de octubre cumplirá 28 años y que comenzó su carrera a la misma edad que Lakshmi Camila. "Si llego a ser Nicole Neumann 2, me muero. Es el sueño de toda chica", dice la joven a la web extremista.com [20 Minutos]

RAINHA DE INGLATERRA PERDEU 47 MILHÕES NA BOLSA

«Si primero el Tesoro británico le denegó el dinero solicitado para evitar que su Monarquía entre en crisis económica en el año 2011, este lunes el diario británico Daily Mirror asegura que la soberana se ha quedado sin el 37% de sus inversiones en Bolsa.

Ni la Monarquía británica se libra de la inestabilidad en los mercados financieros. Según este diario, la reina Isabel II habría perdido más de 47 millones de euros en Bolsa.» [20 Minutos]

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. Choveram prémios dardos n'O Jumento, vindos do "Câmara de Comuns", "Homem ao Mar", o "Terra de Espantos" e "A Forma e o Conteúdo"
  2. O "Café Margoso" solidarizou com a campanha contra o tráfico humano.
  3. O "Cu-Cu" gostou de ver a celulite de Pamela Andersen.
  4. O "Câmara de Comuns" gostou do cartoon "o capitalismo morreu".
  5. O "Sentido de Estado" gostou de ver a última moda.

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VLADIMIR BOROWICZ

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