Pelos vistos Manuela Ferreira Leite nunca ouviu falar da famosa lei de Gresham que estabelece que a má moeda afasta a boa moeda, o que é estranho pois é sabido que a líder do PSD costuma ouvir Cavaco Silva com toda a atenção. Se conhecesse a lei que Cavaco tornou famosa em Portugal saberia que a escolha de Santana Lopes para candidato a Lisboa poderia afastar alguns dos que lhe são mais próximos. Para já o saltitão Marcelo já saiu, aguardando-se agora pela evolução de Pacheco Pereira. Resta saber qual a taxa de câmbio deste negócio cambial de Manuela Ferreira Leite, qual a moeda de troca que usou para ficar com Pedro Santana Lopes no seu porta-moedas.
Se a escolha de Santana ainda foi feita ao abrigo do seu voto de silêncio, de tal forma que ninguém sabe muito bem os termos do acordo, o mesmo não se pode dizer da posição do PSD em relação ao orçamento. Pelos vistos a confusão com a pen não prejudicou a líder do PSD que tomou uma posição definitiva com base no pouco que se disse na comunicação social, já que nunca poderia ter tido tempo para estudar o documento com o cuidado que se espera do líder do maior partido da oposição. Só que com as sondagens a penalizar o silêncio Manuela Ferreira Leite preferiu agir à Santana Lopes, falar primeiro e pensar depois, desta forma toma posições políticas mais rápidas do que a sua própria sombra.
Contrariando a crise José Sócrates brindou os portugueses com a devolução de uma pequena parte do que os portugueses lhe deram durante três anos, nem a avaliação dos professores resistiu à bondade do Orçamento de Estado. A isto a oposição chama um Orçamento de Estado eleitoralista, o ideal seria o Governo continuar a espremer os eleitores para que estes votassem no PSD, PCP e BE de forma a que o próximo Governo, provavelmente liderado por Manuela Ferreira Leite, com Portas em vice-primeiro-ministro e Santana Lopes em ministro da Presidência, pudesse abrir os cordões à bolsa.
