Os nossos jornalistas bem se esforçam, vão ao aeroporto sempre que está para chegar um avião com turistas mas o azar é mais do que muito, o nosso turismo é pouco dado à arqueologia azeteca e os portugueses vindos daquelas bandas chegam bronzeados e com ar de quem andou a beber Margaritas com a água até ao joelho, bem, no pressuposto de que a maré estava vazia.
O melhor que conseguiram foi encontrar uns quantos turistas nas partidas que queriam que as agências de viagens lhes devolvessem o dinheiro pois o H1N1 não constava no pacote que tinham comprado. O momento mais dramático foi protagonizado por um recém-casado que dizia indignado porque depois de ter dado o laço não queria dormir com a esposa mais o H1N1, isso de fazer amor aos espirros não dá muito jeito.
A TVI ainda teve sorte, lá ficou a saber que a linha Saúde 24 estava saturada, lá entrevistou um representante corporativo a contar das suas mágoas. Mas isso nem é novidade, todas as desgraças naturais que acontecem no país se devem às más condições de trabalho no Estado.
Agora resta esperar que por um fim-de-semana prolongado, pode ser que um dos nuestros hermanos traga o H1N1 n bagagem e o espalhe bem pelo país. Se isso suceder os nossos jornalistas andarão excitados até que chegue a época dos incêndios ou até à próxima entrevista do senhor Palma do sindicato dos magistrados do Ministério Público.
Até lá teremos que ter muito cuidado, se alguém se lembrar de dar um espirro é muito provável que na esquina seguinte seja rodeado pelos jornalistas e carros de exteriores das televisões. Na sexta-feira será dado como morto no jornal nacional e a culpa será de José Sócrates porque não distribuiu atempadamente os Tamiflu que estava guardado num armazém.