A guerra a que estamos a assistir em torno da prescrição de medicamentos genéricos mostra bem a incapacidade que Sócrates tem revelado a enfrentar os grupos de pressão. De um lado, as farmácias tentam forçar a venda de genéricos, do outro, os médicos querem fazer valer as suas opões, no meio uma ministra que não sabe muito bem o que decidir e se refugia na lei. Aliás, esta dificuldade em lidar com a força dos grupos de pressão no sector fiou evidente quando Sócrates substituiu Correia de Campos, muito provavelmente o melhor ministro do seu Governo, pondo fim a um processo de reformas, para dar lugar a uma gestão medrosa do sector, onde o suposto diálogo não é mais do que uma tentativa desajeitada de agradar a gregos e troianos.
Os médicos até poderão ter razão ao não aceitar a substituição dos medicamentos que prescrevem, mas a verdade é que ninguém os obriga a explicar a razão porque consideram que o medicamente que prescrevem, muito mais caro do que o genérico apesar de apresentarem uma composição semelhante. A Ordem dos Médicos insistem em defender que ninguém pode pôr em causa a decisão de um médico, quando se sabe que os médicos portugueses são os primeiros a alterar o tratamento decidido por um colega ou que emitem centenas de milhares de falsos atestados de doença. Há muito que o exercício da medicina se transformou num negócio tão pouco transparente como o das farmácias, não são poucos os médicos que transformam a sua assinatura, protegida pela Ordem dos Médicos, numa fonte de rendimentos sem qualquer esforço.
As farmácias tendem a transformar-se num imenso oligopólio, beneficiando de lucros exagerados à sombra de um mercado do medicamento sem qualquer concorrência. O seu imenso poder financeiro, alimentado por lucros fáceis e generosos, levou a que o Estado seja refém dos seus interesses. A Associação Nacional de Farmácias aparece associada ao negócio da produção de genéricos, lança cartões de crédito, faz campanhas políticas quando o Governo os incomoda e o seu presidente aparece frequentemente a falar em público em termos que nem os líderes das confederações patronais usam.
De um lado está a Ordem dos Médicos tentando manter o mercado da assinatura médica, recorrendo à falsa preocupação com a saúde dos portugueses. Do outro estão as farmácias que estranhamente preferem vender medicamentos genéricos que por serem mais baratos geram (teoricamente) comissões de vendas mais pequenas. No meio está uma ministra que não sabe o que fazer e os portugueses que pagam uma factura pesada porque o Governo não tem uma política clara para o sector e ao fim de quatro anos nem sequer conseguiu promover a venda da unidose, uma das suas promessas eleitorais.
Os médicos até poderão ter razão ao não aceitar a substituição dos medicamentos que prescrevem, mas a verdade é que ninguém os obriga a explicar a razão porque consideram que o medicamente que prescrevem, muito mais caro do que o genérico apesar de apresentarem uma composição semelhante. A Ordem dos Médicos insistem em defender que ninguém pode pôr em causa a decisão de um médico, quando se sabe que os médicos portugueses são os primeiros a alterar o tratamento decidido por um colega ou que emitem centenas de milhares de falsos atestados de doença. Há muito que o exercício da medicina se transformou num negócio tão pouco transparente como o das farmácias, não são poucos os médicos que transformam a sua assinatura, protegida pela Ordem dos Médicos, numa fonte de rendimentos sem qualquer esforço.
As farmácias tendem a transformar-se num imenso oligopólio, beneficiando de lucros exagerados à sombra de um mercado do medicamento sem qualquer concorrência. O seu imenso poder financeiro, alimentado por lucros fáceis e generosos, levou a que o Estado seja refém dos seus interesses. A Associação Nacional de Farmácias aparece associada ao negócio da produção de genéricos, lança cartões de crédito, faz campanhas políticas quando o Governo os incomoda e o seu presidente aparece frequentemente a falar em público em termos que nem os líderes das confederações patronais usam.
De um lado está a Ordem dos Médicos tentando manter o mercado da assinatura médica, recorrendo à falsa preocupação com a saúde dos portugueses. Do outro estão as farmácias que estranhamente preferem vender medicamentos genéricos que por serem mais baratos geram (teoricamente) comissões de vendas mais pequenas. No meio está uma ministra que não sabe o que fazer e os portugueses que pagam uma factura pesada porque o Governo não tem uma política clara para o sector e ao fim de quatro anos nem sequer conseguiu promover a venda da unidose, uma das suas promessas eleitorais.