domingo, abril 12, 2009

Semanada

Nesta quadra de ressurreições a “velha esquerda” fez ressuscitar as utopias de Abril, primeiro foram os comunistas renovadores (ninguém sabe muito bem o que pretendem renovar pois do seu passado só sobram escombros e um PCP assumidamente estalinista) a propor a unidade da esquerda em Lisboa, depois foi Vasco Lourenço, o nosso Chavez em versão soft, a emitir um abaixo assinado que mais parece um apelo à substituição do parlamento por uma assembleia do MFA.

Se por cá a “velha esquerda” insiste em ressuscitar as utopias de Abril, em Bruxelas Durão Barroso enterrou as suas memórias de George Bush e entregou-se no regaço de Obama, de quem se assume um fervoroso admirador. Durão Barroso não perdeu os tiques da sua juventude estalinista, faz o que aprendeu a fazer, a reconhecer e obedecer ao dono, seja ele George Bush ou Obama.

Enquanto a esquerda não percebe o mundo não se prepara como uma receita de cozinha, restando-lhe o saudosismo José Sócrates revela-se um provinciano e apoia a candidatura de Durão Barroso, cedendo a vaga de comissário ao PSD. Se a nova esquerda sonha com uma segunda oportunidade para as suas utopias, a nova esquerda de Sócrates revela-se provinciana e apoia Barroso só porque ele tem uma qualidade única na Europa, é português.