Seria mais confortável agradecer a todos os capitães de Abril ou optar por escolher para símbolo do Movimento dos Capitães uma personalidade mais consensual, eu próprio faço parte dos que vêm em Salgueiro Maia o jovem capitão que melhor simboliza os valores do 25 de Abril. É por isso que defendo que o novo aeroporto de Lisboa se deveria designar Aeroporto Salgueiro Maia.
Mas muitos dos que odeiam Otelo Saraiva de Carvalho são os mesmos que desprezaram Salgueiro Maia durante muitos anos, que condenaram, quase todos os militares que se envolveram no 25 de Abril a carreiras militares modestas. O que muitos odeiam em Otelo de Saraiva de Carvalho é mais a coragem e a generosidade que demonstrou do que os disparates que referem.
A nossa direita nunca foi amante da democracia, ainda hoje tem dificuldades em ser oposição, os seus líderes ainda estão convencidos que um governo de direita vai mais de encontro ao que consideram ser a ordem natural das coisas. Entre a ditadura e uma democracia a direita optou por não afrontar o regime, era preferível uma ditadura ligeira do que correr risco com eleições que consideravam desnecessárias. Odeiam em Otelo o mesmo que odeiam em todos os militares de Abril, a coragem e a generosidade, qualidades que poucos dos seus líderes do pós-25 de Abril demonstraram ter, a regra foi mesmo a cobardia, a cobardia que levou partidos de direita a emitir comunicados em apoio do socialismo.
Mas não é só a direita que detesta Otelo, os que à esquerda queriam aproveitar-se da generosidade de muitos militares em favor dos seus projectos também detestam Otelo. O PCP teve em Otelo um dos maiores obstáculos ao controlo do poder militar e, mais tarde, foi humilhado numas eleições presidenciais.
Como o Público ontem o definiu Otelo Saraiva de Carvalho é o herói imperfeito, um herói que resulta de uma mistura de ingenuidade, coragem, frontalidade e voluntarismo, uma mistura que nalguns momentos da sua carreira se revelou desastrosa, mas que em muitos outros foram necessárias para a democracia que somos hoje.
Entre as asneiras que cometeu e os contributos que deu para a democracia pesam infinitamente mais os segundos, ainda que muitos vejam nessas asneiras uma oportunidade para desvalorizar Otelo, aliás, foram muitos , mesmo entre os militares, que o marginalizaram, que se envergonharam da sua presença, algo que não teria sucedido se tivesse alinhado com o PCP como Vasco Gonçalves ou Rosa Coutinho ou se tivesse feito parte dos que ajudaram a normalizar o ambiente dos quartéis recorrendo ao saneamento de muitos dos que fizeram o 25 de Abril.
Foi graças à coragem de Otelo e de muitos jovens militares que sem se terem envolvido em aventura foram marginalizados e esquecidos que hoje somos uma democracia, é graças a Otelo que muitos dos que hoje o condenam vivem à custa das mordomias políticas da democracia, beneficiando de pensões chorudas e enriquecendo em cargos públicos.
Mas muitos dos que odeiam Otelo Saraiva de Carvalho são os mesmos que desprezaram Salgueiro Maia durante muitos anos, que condenaram, quase todos os militares que se envolveram no 25 de Abril a carreiras militares modestas. O que muitos odeiam em Otelo de Saraiva de Carvalho é mais a coragem e a generosidade que demonstrou do que os disparates que referem.
A nossa direita nunca foi amante da democracia, ainda hoje tem dificuldades em ser oposição, os seus líderes ainda estão convencidos que um governo de direita vai mais de encontro ao que consideram ser a ordem natural das coisas. Entre a ditadura e uma democracia a direita optou por não afrontar o regime, era preferível uma ditadura ligeira do que correr risco com eleições que consideravam desnecessárias. Odeiam em Otelo o mesmo que odeiam em todos os militares de Abril, a coragem e a generosidade, qualidades que poucos dos seus líderes do pós-25 de Abril demonstraram ter, a regra foi mesmo a cobardia, a cobardia que levou partidos de direita a emitir comunicados em apoio do socialismo.
Mas não é só a direita que detesta Otelo, os que à esquerda queriam aproveitar-se da generosidade de muitos militares em favor dos seus projectos também detestam Otelo. O PCP teve em Otelo um dos maiores obstáculos ao controlo do poder militar e, mais tarde, foi humilhado numas eleições presidenciais.
Como o Público ontem o definiu Otelo Saraiva de Carvalho é o herói imperfeito, um herói que resulta de uma mistura de ingenuidade, coragem, frontalidade e voluntarismo, uma mistura que nalguns momentos da sua carreira se revelou desastrosa, mas que em muitos outros foram necessárias para a democracia que somos hoje.
Entre as asneiras que cometeu e os contributos que deu para a democracia pesam infinitamente mais os segundos, ainda que muitos vejam nessas asneiras uma oportunidade para desvalorizar Otelo, aliás, foram muitos , mesmo entre os militares, que o marginalizaram, que se envergonharam da sua presença, algo que não teria sucedido se tivesse alinhado com o PCP como Vasco Gonçalves ou Rosa Coutinho ou se tivesse feito parte dos que ajudaram a normalizar o ambiente dos quartéis recorrendo ao saneamento de muitos dos que fizeram o 25 de Abril.
Foi graças à coragem de Otelo e de muitos jovens militares que sem se terem envolvido em aventura foram marginalizados e esquecidos que hoje somos uma democracia, é graças a Otelo que muitos dos que hoje o condenam vivem à custa das mordomias políticas da democracia, beneficiando de pensões chorudas e enriquecendo em cargos públicos.