FOTO JUMENTO
Brasão do edifício da Alfândega de Lisboa, Largo do Terreiro do Trigo, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Vincent Yu/Associated Press]
«A British boy posed with a water gun in front of Thai soldiers in Bangkok, Thailand, Monday. Prime Minister Abhisit Vejjajiva said the military campaign to end antigovernment protests at the Government House is “nearly complete.”» [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Manuela Ferreira Leite
A Páscoa passou e nada se sabe acerca da escolha da líder do PSD para cabeça de lista às eleições europeias.
MÁRIO NOGUEIRA ESTÁ DE FÉRIAS?
Ou o PCP mudou de estratégia e deixou de organizar esperas nas visitas públicas do primeiro-ministro?
AVES DE LISBOA
Material para o ninho
Melro-preto (fêmea) [Turdus merula]
Local da fotografia: jardins da Fundação Gulbenkian

CRESCIMENTO ECONÓMICO E DEMOCRACIA
«A ideia simpática de que a democracia e o crescimento económico se reforçam mutuamente foi defendida inúmeras vezes nas últimas décadas. No entanto, a prova está longe de ter sido feita.
Desde logo, os princípios que regem a democracia e os que regem o mercado são diferentes, podendo até revelar-se pontualmente contraditórios. A democracia dá um voto a cada pessoa adulta; no mercado o peso de cada um depende do dinheiro que tiver.
Nem a democracia se resume a eleições. Implica também o respeito pelo Estado de direito e pelas liberdades. Fora de um contexto onde esses valores sejam vividos, as eleições arriscam-se a prejudicar, em vez de ajudar, as reformas democráticas. É que as eleições aprofundam divisões na população (The Economist de 28 de Março). Vejam-se o Quénia, a Nigéria, o Congo, o próprio Iraque...
Depois, a experiência nem sempre confirma a tese de um ciclo virtuoso democracia-crescimento económico. É o caso de Portugal: o maior crescimento da nossa história económica deu-se antes do 25 de Abril, na década de 60, sem democracia (naturalmente existiram então factores externos que, em parte, explicam esse rápido crescimento). O Chile sob a ditadura de Pinochet alcançou apreciáveis resultados económicos.
Inversamente, temos o caso da China. O fulgurante crescimento da economia chinesa não trouxe progressos democráticos significativos. O regime deixou funcionar o mercado, atenuando a colectivização própria da ortodoxia comunista. Mas o poder político continua na mão do Partido Comunista Chinês.
Ora muitos, entre os quais me incluo, pensavam que na China aconteceria algo semelhante ao que se passou na Revolução Francesa: uma burguesia emergente e enriquecida pelos negócios a certa altura acharia intolerável continuar marginalizada das decisões políticas e do acesso a cargos no Estado. No séc. XVIII francês era a aristocracia que monopolizava o poder político e social, ignorando o "terceiro estado"; na China é o PCC quem manda.
Ora não é uma evolução democrática que vemos na China, mesmo sem falar do que se passa no Tibete. Decerto que existem no país pequenos grupos, formados sobretudo por intelectuais, a lutar pelas liberdades e pelos direitos humanos. Mas a repressão das autoridades chinesas sobre esses movimentos não diminuiu com o enriquecimento do país.
Há na China 300 milhões de utilizadores da Internet, um meio propício a difundir ideias de liberdade; só que a Internet na China é fortemente vigiada e censurada pelo poder.
O presidente do Parlamento chinês (um órgão de fachada, que pouco se tem reunido nos últimos tempos) disse há semanas que o seu país jamais adoptaria uma democracia pluralista de tipo ocidental. E a actual travagem do crescimento económico chinês para 6% anuais, se nos parece uma taxa excelente, para eles é dramática: o abrandamento já terá criado mais de 20 milhões de desempregados, obrigando a um regresso maciço de trabalhadores às terras de origem.
A China ainda é um país pobre, não obstante os progressos recentes; o seu rendimento por pessoa está ao nível do da Albânia. Por isso multiplicam-se na China os distúrbios sociais, que assustam Pequim. O crescimento económico gerou grandes expectativas, agora frustradas para muitos chineses. A crise reforça a repressão antidemocrática, até porque está enraizada na China a ideia de que o país se desagrega sem a ditadura do Partido Comunista.
O interessante, porém, é tentar perceber as razões que impediram progressos democráticos quando a China crescia a 12 ou 15% ao ano. Talvez a satisfação trazida a centenas de milhões de chineses por terem saído da extrema pobreza os tenha compensado da falta de liberdade política - se com este regime melhoraram, porquê mudar? À melhoria económica soma-se o orgulho nacionalista de um país de tão antiga e elevada civilização, humilhado pelos ocidentais nos últimos séculos, se estar a tornar uma grande potência. As despesas militares da China aumentaram 15% num ano...
Nada é tão simples como pensamos, sobretudo tratando-se de culturas muito diferentes das nossas. No fundo, sabemos pouco sobre o desenvolvimento económico e sobre a democracia. E menos ainda sabemos sobre as relações entre um e outro fenómeno. Os simplismos são enganadores.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Fransisco Sarsfield Cabral.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»


«"Não temos nenhum caso identificado de carência alimentar que as escolas não resolvam", assegurou Maria de Lurdes Rodrigues, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita à Escola Secundária Aurélia de Sousa.
Questionada sobre a sugestão do director-geral de Saúde, Francisco George, de as cantinas escolares abrirem durante as férias para suprir necessidades alimentares de algumas crianças, a ministra criticou o alarmismo gerado em torno do assunto.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Não me parece que a estratégia da ministra revele muita inteligência.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ministra se já ouviu falar na crise.»
RIBEIRO E CASTRO NÃO FICOU ADMIRADO COM A SUA EXLUSÃO DAS LISTAS
«"É sabido que não pensamos da mesma maneira, não vemos as questões do país e da União Europeia da mesma forma, não exprimimos os mesmos valores, nem a mesma linha - e, portanto, no caminho da direcção do partido, a separação que foi confirmada não espanta minimamente", afirmou José Ribeiro e Castro, numa declaração à Agência Lusa.
O eurodeputado escusou esclarecer, para já, se aceita o desafio do líder do CDS-PP, Paulo Portas, que disse na última reunião do Conselho Nacional que contava com Ribeiro e Castro para "um lugar de destaque" nas listas das legislativas. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Nem eu.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Peça-se Ribeiro e Castro uma boa razão para continuar como deputado europeu.»
O ESPECTÁCULO DAS EUROPEIAS VAI COMEÇAR NO PSD
«Rui Rio e Castro Almeida preparam-se para defender Marques Mendes como cabeça de lista do PSD às eleições para o Parlamento Europeu marcadas para Junho. Os dois vice-presidentes do PSD vão, assim, enfrentar a preferência de Manuela Ferreira Leite, que, ao que o PÚBLICO apurou, recai em Paulo Rangel, actual líder da bancada parlamentar social-democrata. O confronto deverá ocorrer na Comissão Permanente, marcada para amanhã e que antecede, em algumas horas, a reunião da Comissão Política Nacional do PSD.
A questão das eleições europeias no PSD foi discutida no passado sábado num almoço, em Ponte de Lima, que reuniu Rui Rio, Castro Almeida, Marques Mendes, o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, Francisco Araújo, e Carvalho Martins, ex-governador civil de Viana do Castelo, e terá servido para preparar a estratégia para a reunião de amanhã, uma vez que a divergência entre os pró-Marques Mendes e os favoráveis à solução Paulo Rangel não deixa de ser melindrosa, já que acaba por revelar duas tendências latentes no seio da actual direcção social-democrata.» [Público assinantes]
Parecer:
Não basta a Ferreira Leite ter definido um perfil, isso só serviu para nos entreter.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite quando é que se decide.»

O TITATNIC NAUFRAGOU HÁ 97 ANOS
AUGUSTA WESTLAND