segunda-feira, abril 13, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

"REVOLUÇÃO - ACENDE O RASTILHO", PCP, Lisboa

IMAGEM DA SEMANA

[Andrew Parsons/Reuters]

«Demonstrators scuffled with police as they called for help brokering a cease-fire between Sri Lankan forces and Tamil Tigers during a protest at parliament in London Tuesday. Protesters blocked the Westminster Bridge and about six people were arrested. Two protesters jumped into the River Thames. » [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Luís Filipe Menezes

Pode compreender-se o sentimento de vingança de Luís Filipe Menezes pela forma como Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira e outros o trataram enquanto foi líder do PSD. Mas ao aproveitar todas as oportunidades par se vingar acaba por se colocar ao mesmo nível dos que os derrubaram sem se preocuparem com as consequências para o PSD.

O estatuto de ex-dirigente de um grande partido obriga a uma postura que Menezes não tem querido ou conseguido manter.

SANTANA LOPES NO FLICKR

Dei com as imagens da campanha de Santana Lopes no Flickr e o que mais me impressionou foi a má qualidade e o ar de falsete do candidato em muitas das imagens. Santana decidiu copiar Obama enquanto candidato e até o imitou no amadorismo, a grande diferença é que todos queriam ver um Obama descontraído nos bastidores enquanto poucos estarão interessados

Adoro especialmente esta, não tanto pela pose que quase suscita uma gargalhada mas pelo título que lhe foi dada: Brainstorming!

E o que dizer desta? Se não fosse a esferográfica até diria que Santana Lopes estava a mudar a água às azeitonas:

E o que dizer de Santana "em trabalho", como titula a fotografia seguinte? Trabalha tanto que até usa dois computadores em simultâneo, um não tem nenhuma aplicação em uso e o outro, que tanta atenção desperta a Santana não tem nada no ecrã. Com tanto trabalho não admira que os computadores acabem por aviar devido aos curto-circuitos provocados pelos pingos de suor!

JÁ QUE NÃO ME OUVEM VÃO TER QUE ME VER!

Quando se esperava que Manuela Ferreira Leite anunciasse o nome do cabeça de list às europeias, até porque a líder havia prometido fazê-lo na Páscoa, somos surpreendidos por outdoors que nos mostra a fotografia da senhor, para o caso de nos termos esquecido da sua cara. Manuel Ferreira Leite está zangada com os portugueses e já que estes não a ouvem decidiu que ao menos vão ser obrigados a vê-la, daí o seu sorriso irónico na fotografia.

Manuela fez um bom esforço, descobriu o elixir da juventude combinando pequenos retoques de Photoshop com um visual que ela considera ser mais jovem dos que os casacos Dior que marcou a sua imagem até aqui. Agora aparece com o mais parecido com ganga que encontrou mas lá usou as duas voltas do colar de pérolas com o fecho em ouro bem visível porque naquele pescocinho não entra pechisbeque, um pequeno tique que estraga tudo.

Depois da versão Bratz de Manuela Ferreira Leite de óculos escuros e deste cartaz começo a achar que na sua forma de se apresentar também está o dedinho de Pacheco Pereira.

AVES DE LISBOA

Raspanete materno

Calor materno

Pato-real (fêmea) [Anas platyrhynchos]
Local da fotografia: jardins da Fundação Caloust Gulbenkian

O CLUBE DOS AMIGOS DO MÁRIO

«A verdade é que os sintomas dessa medonha doença revestem-se de algum mistério. Mesmo sem sair do exemplo do dr. Barroso, o dr. Soares poderia achar incoerente que, nos idos de 1974, o homem que trocou o Governo pela Europa andasse a louvar a Revolução Cultural chinesa em plenários e folias similares. Estranhamente, não acha. Na abalizada opinião do dr. Soares, passar de Bush, presidente livremente eleito dos EUA, para Obama, presidente livremente eleito dos EUA, é uma inconcebível monstruosidade. Já passar, ou nem sequer passar, dos psicopatas que decoram o altar das esquerdas para a convivência democrática será, presumo, uma evolução naturalíssima. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Alberto Gonçalves.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A CRISE E A EXCEPÇÃO

«Há dias, num programa de televisão, Fernando Ulrich, presidente do BPI, fez uma proposta que dá para pensar. Não teve a oportunidade de a desenvolver, mas a ideia ficou no ar. Se o desemprego é um dos problemas mais sérios, se não o mais grave, vale a pena tentar tudo para o impedir ou aliviar. Propõe então o banqueiro que o Governo permita, por lei, imagino, que os empresários contratem livremente quem quiserem e precisarem, sem estarem submetidos às regras rígidas do Código do Trabalho e das convenções colectivas. Por outras palavras, as empresas poderiam contratar e despedir livremente quem quisessem. Segundo percebi, essas condições só se aplicariam aos novos recrutamentos e durante um período considerado de crise ou excepcional. Quanto aos antigos empregados, recrutados ao abrigo das leis existentes, tudo se manteria como está. Prazos, garantias e direitos ser-lhes-iam preservados.

O banqueiro tem razão. A proposta necessita evidentemente de mais reflexão, assim como de consideração sobre outras disposições gerais do regime de trabalho. Seriam úteis alguns cuidados (como tudo na vida) para castigar os abusos (não para prevenir, pois dessa forma, com o legislador que temos, ficaria tudo invalidado). Mas o sentido geral da sugestão é positivo. Não existem só empresários com vontade de despedir quem já trabalha. Há muitos que não fazem novos recrutamentos porque receiam o que vem a seguir, nomeadamente a destruição da empresa. Em tempos de enorme incerteza, há evidentemente uma grande retracção dos projectos de novas contratações. Mesmo quando estas são necessárias. Há milhares de pequenas empresas que poderiam eventualmente contratar alguns trabalhadores por uns meses, um ou dois anos, ou até por tempo incerto, mas que o não fazem por receio do futuro imediato. Sabem que as exportações estão a diminuir aceleradamente, não sabem quando as perspectivas mudam de sentido e não estão dispostos a correr riscos excessivos. Têm a certeza que o crescimento da economia é negativo e não há sinais de recuperação a curto prazo. E estão conscientes que tanto o consumo privado como o público se vão manter em baixa por um tempo. Nestas condições, só com liberdade de contratação aceitariam criar algum emprego.

As vantagens de um período excepcional deste tipo são muitas. Talvez houvesse menos apelo da economia paralela. Os impostos e os descontos para a Segurança Social teriam uma quebra menor. Haveria menos despesa com o subsídio de desemprego. Uma parte dos trabalhadores ameaçados de desemprego, em sectores em dificuldade, poderia transitar, temporariamente, para outras empresas. E sobretudo poder-se-ia criar algum emprego. Para os trabalhadores e suas famílias, creio que os ganhos seriam indiscutíveis. Um ou dois anos de emprego, ou mesmo uns meses, são sempre melhores do que nada. Em muitos casos, melhores do que o subsídio de desemprego. E, sempre, melhores do que o rendimento mínimo garantido, a Sopa dos Pobres e as instituições. Além disso, como é sabido, ter alguma hipótese de trabalhar, mesmo precariamente, é uma maneira de ficar dentro do circuito e de ter oportunidades que, em situação de mero desemprego, não aparecem. Para já não falar da dignidade de um qualquer emprego comparada com o desespero do desemprego. Com estes dispositivos excepcionais, talvez haja menos discriminação de idade: os grupos etários mais penalizados, sejam os jovens que acabaram os estudos, sejam os adultos de mais de quarenta ou cinquenta anos, estariam em condições iguais a toda a gente e seriam menos desfavorecidos. As oposições a este género de soluções serão imensas. De grande parte da esquerda e da maioria dos sindicatos. Até talvez alguma direita, por oportunismo, acabaria por fazer demagogia contra esta solução. Mas os desempregados teriam outra ideia.

Ao lado desta, muitas outras medidas de excepção deveriam ser estudadas e postas em prática. Dada a doutrina geral do Estado de protecção social e do "modelo europeu", feitos, note-se, para tempos de fartura, é pouco provável que haja em Portugal coragem e liberdade suficientes para pensar em soluções que, aparentemente, prejudicam os trabalhadores e são de cariz liberal. Mas é verdade que precisamos de imaginação e desprendimento ideológico, sem os quais será muito difícil sair da crise. Mais: com a intervenção crescente do Estado (em muitos casos por necessidade evidente), é provável que, amanhã, nos encontremos com uma economia, uma sociedade e uma legislação mais burocráticas, mais dirigistas, mais rígidas e menos competitivas do que actualmente. Pior: também é natural que as aspirações a protecções e subsídios cresçam e se estabeleçam como predominantes. A velha parábola do peixe e da cana de pesca aplica-se na perfeição. A tendência para dar o peixe, já agora cozinhado, é manifesta. A vontade de dar a cana ou, melhor ainda, de ensinar a pescar, está em desfavor. As melhores e mais bondosas intenções podem ser ruinosas para a economia e sobretudo destruidoras da energia para a autonomia e a liberdade. O almoço gratuito é generoso, mas absolutamente errado. Aliás, todas as protecções actualmente concedidas deveriam estar, especialmente em período de crise, ligadas a obrigações de trabalho produtivo, de reciclagem, de serviços públicos ou de apoio à comunidade. Tal como a bateria de subsídios às empresas, a começar pelos fundos não reembolsáveis, deveria ser substituída por crédito (incluindo microcrédito a trabalhadores e empresários independentes). A verdade é que os governos gostam que se dependa deles. Apreciam o facto de haver velhos, jovens e desempregados que lhes estão gratos. Ficam felizes por verem empresas bater-lhes à porta a pedir apoios. Regozijam-se ao ver cada vez mais gente pedir autorização e licença para fazer seja o que for. Mas, numa altura em que o número de desempregados se aproxima do meio milhão, vale a pena tentar um esforço extraordinário. Em poucas palavras: perante uma situação excepcional, como a que vivemos actualmente, são necessárias medidas excepcionais. Sem vergonha nem complexos.» [Público assinantes]

Parecer:

Por António Barreto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AO LÉU

«A história das mini-saias das lojistas cidadanescas de Faro é um sonho erótico para nós comentadores. Tem tudo: sexo; moralismo; direitos humanos e uma santa senhora chamada Pulquéria. É uma mina, com veios suficientes para todos nós explorarmos um só nosso.

A mim tem-me divertido que ninguém tenha notado na ausência de normas para os funcionários. Onde está a proibição de depilarem o escroto? Ou de desabotoarem a camisa para abanarem o medalhão de bronze entre os caracóis macacóides do peito? Ou o tanger do fio dental, através do jogo nádega-contra-nádega de um passo gingão?

Ou os homens também não dão vontade de lhes saltar para cima? Não é proibida a discriminação? Porque serão só as gajas a ter de refrear a sexualidade galopante que as faz derramar as mamas sobre o balcão? Acaso faltam aos machos lugares onde anichar o novo cartão do cidadão, se houver ocasião de entreter algum freguês?

Também tenho gostado de detectar a osmose de fantasias sexuais dos jornalistas para o tecido das notícias. No PÚBLICO de ontem, apesar de admiravelmente factual e contido, Idálio Revez não resistiu a propagar a feliz combinação que é "decote generoso". Fica-se com a ideia que o conceito de generosidade, aplicado às mamas, não foi da autoria da Dona Pulquéria, mas sim de algum macho lusitano que até nem se importaria que nesse aspecto houvesse, por parte das mulheres, menos forretice.

É ouro puro e caso para agradecer de joelhos. Ao léu.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MANUELA FERREIRA LEITE RECUPERA NS SONDAGENS

«Depois de seis meses em queda na intenção de voto dos portugueses, a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, está há três meses a recuperar, lenta mas progressivamente, a confiança de alguns eleitores.

Segundo uma sondagem CM/Aximage, entre o final do mês de Março e o início de Abril, a líder social-democrata subiu para os 25,1% na intenção de voto, ainda que bem longe do actual primeiro-ministro, com 38,1%. Contudo, José Sócrates sai penalizado pelos eleitores, com um ligeiro decréscimo percentual face ao mês anterior (38,3 %), ou seja, menos menos 0,2 pontos percentuais.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Por este andar ganharia as eleições se fossem daqui a ... cinco anos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns a Manuela Ferreira Leite.»

PORQUE NÃO A OUVEM?

«Por que razão Manuela Ferreira Leite se queixou de que não era ouvida o suficiente no País, designadamente pelo Governo PS? Segundo uma sondagem CM/Aximage, os inquiridos respondem à cabeça que se deve à falta de credibilidade: 12,5 por cento. O outro motivo, a curta distância da primeiro, prende-se com a sua "má actuação como governante" (11,9 por cento). Mas dez por cento dos portugueses sustentam que a presidente social-democrata é "má comunicadora". Mais, 18,1 por cento dos entrevistados, que votarem PSD em 2005, apontam a má comunicação no seu diagnóstico.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Digamos que uma boa parte dos portugueses estão pouco interessados em saber o que diz.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Manuela Ferreira Leite que volte a adoptar a sua estratégia inicial, o silêncio. Nessa altura não se queixva de que ninguém a ouvia.»

O PICANÇO-BARRETEIRO É A AVE DO ANO EM PORTUGAL

«Com apenas 17 centímetros, o picanço-barreteiro, Lanius senator, conseguiu a proeza de impor-se como Ave do Ano de 2009. A escolha da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), como explica um coordenador da organização, Domingos Leitão, não foi só por esta ser "uma ave representativa das espécies agro-florestais", mas também "por representar as aves que antes eram comuns e agora estão em declínio."

Para ser escolhido, o picanço-barreteiro teve de bater a concorrência, uma vez que os sócios da SPEA tiveram de escolher entre três espécies. Agora, esta pequena ave tem a responsabilidade de representar todas as espécies agro-florestais e lutar contra a sua progressiva diminuição, que já lhe valeu o rótulo de espécie "quase ameaçada" em Portugal.» [Diário de Notícias]

E O AIRO ESTÁ A DESAPARECER NAS BERLENGAS

«O airo, ave semelhante a um pequeno pinguim que escolhia as Berlengas para nidificar, e onde aparecia às centenas, está em extinção acelerada, tendo este ano sido avistados apenas quatro exemplares. As causas apontadas para o desaparecimento do airo das Berlengas são, segundo especialistas ouvidos pela Lusa, a pressão exercida pelas milhares de gaivotas, as redes de emalhar, fatais para estas aves que passam muito tempo no mar, e também o aquecimento do planeta.

O airo encontra-se no Norte da Europa, sendo que a ilha da Berlenga era o limite sul da sua distribuição. Dados publicados em 1952 identificaram seis mil casais de airos (ou arau-comum) na Berlenga. "Não temos estudos científicos continuados no tempo para identificarmos com rigor uma causa para o desaparecimento do airo", afirmou à Lusa Ivan Ramirez, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). » [Público assinantes]

FERREIRA LEITE CANDIDATA ÀS EUROPEIAS?

«Luís Filipe Menezes afirmou ontem à TSF que Manuela Ferreira Leite poderá ser a candidata do PSD às eleições europeias. A convicção resulta dos cartazes com o rosto da líder do partido que andam a ser afixados pelos sociais-democratas.

"É lógico tentar deduzir que vai ser ela própria a cabeça-de-lista", argumentou o ex-líder do PSD . Inquieto com a demora do partido a anunciar o candidato às europeias - PS (Vital Moreira), PCP (Ilda Figueiredo) e CDS-PP (Nuno Melo) já o fizeram -, Menezes diz que até apoiaria Ferreira Leite, embora isso implicasse escolher um novo candidato para disputar as legislativas. "Teremos aí uma tentativa de apresentar em Conselho Nacional outro candidato a primeiro-ministro. Se assim for até me parece inteligente a opção por um outro candidato. Pressuporia uma grande consulta partidária, não poderia ser um golpe de Estado", esclareceu.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

A melhor piada de Luís Filipe Menezes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

CÃO-DE-ÁGUA PORTUGUÊS JÁ ESTÁ NA CASA BRANCA

«A notícia só deveria ser divulgada dentro de dois dias, mas a identidade do “primeiro cão” da família Obama já está a circular na Internet: chama-se Bo, tem seis meses, e confirma-se: é um cão de água português, oferecido pelo senador do Massachusetts, Edward Kennedy. Bo já está na Casa Branca.Apesar de a grande estreia estar marcada na agenda da Casa Branca para terça-feira à tarde, são vários os jornais com edições online que mostram o cão do Presidente norte-americano.» [Público]

Parecer:

Confesso que gosto mais do "português" da Casa Branca do que o da Comissão Europeia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Quando se realizar o próximo Conselho Europeu sugira-se a escolha de um cão-de-águia português para a Comissão, ao menos estes bichanos conhecem o dono.»

RUSLAN LOBANOV

DOC MORRIS PHARMACIES