sexta-feira, janeiro 08, 2010

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Panteão Nacional, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Hyungwon Kang/Reuters]

«MOON STRUCK: The moon hung over the U.S. Capitol dome in Washington after midnight on Thursday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

José Sócrates disse, numa entrevista dada à France 24, que em Portugal a prioridade é o emprego e não o défice, uma afirmação politicamente correcta à esquerda mas que me suscita muitas dúvidas. A coberto da prioridade do emprego há lugar a muita generosidade eleitoralista que em vez de criar emprego apenas ilude as estatísticas.

O problema é que o défice cria dívida pública e mais tarde ou mais cedo serão os do costume a pagar. Além disso esse aumento da dívida pública é financiado à custa da economia que, por sua vez, tem menos capacidade para criar emprego.

A MÃE DE CAMUS ENFIM RESGATADA

«Em O Estrangeiro, Albert Camus tem duas frases que são das mais perturbadoras que já abriram um livro: "Hoje, a minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem." Camus morreu faz, hoje, 50 anos. Ou talvez tenha feito há três dias, não sei bem. Sei é que três anos antes dele morrer, deu uma conferência de Imprensa em Estocolmo. Acabava de ganhar o Nobel de Literatura. A sua pátria, a Argélia, estava a ferro e fogo e fugia-lhe entre os dedos. O estudante do liceu Bugeaud, o guarda-redes do Racing de Argel, o mediterrânico da margem Sul, estava dilacerado pela separação das duas comunidades da sua pátria. Para quase todos a solução simples convinha: ou francesa ou árabe. Mas ele gostava daquele "e" copulativo que, na política, tantas vezes traz a solidão. A direita francesa chamava-o traidor. A esquerda e os nacionalistas da FLN diziam-no dúbio. Naquela conferência de Imprensa, um jovem argelino interpelou-o. Camus lembrou a sua mãe, que nunca vira a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (brancos) de Argel. E disse: "Eu creio na justiça, mas defenderei a minha mãe antes da justiça." Correu, então, que Camus se bandeara para os reaccionários. Agora, o Presidente argelino Bouteflika disse: "Qualquer um de nós daria essa resposta. O que prova que Camus é dos nossos." O tempo reconhece as mães e aponta os justos. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MAIS UMA FACE OCULTA NO PROCESSO FACE OCULTA

«O Tribunal de Aveiro admitiu a jornalista Manuela Moura Guedes como assistente no processo 'Face Oculta', apurou o CM.

O requerimento foi recebido esta quinta-feira. Já em Novembro a jornalista da TVI tinha anunciado a intenção, estando desde essa data para saber se podia ser constituinte nas certidões do Departamento de Investigação e Acção Penal de Aveiro.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Esta Manuela Moura Guedes ainda vai acabar por se apaixonar pelo Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Alerte-se o Moniz para esse risco.»

ALEGRE JÁ NTEM MAIS DE 500 FÃS

«A página não é oficial, mas Manuel Alegre já reúne no Facebook mais de 500 apoiantes a uma eventual candidatura às eleições presidenciais de 2011. A expectativa é que o socialista se apresente como candidato no final do mês.

A página na rede social Facebook intitulada ‘Manuel Alegre para Presidente da República em 2011’ foi criada por apoiantes do ex-candidato presidencial no passado dia 1 e as mensagens de apoio rapidamente se multiplicaram. À hora de fecho desta edição a página contava com 559 fãs.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Por este andar vai ter mais fãs do que a Ruth Marlene.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «A Ruth que se cuide, nem as fotografias da Playboy a ajudarão a bater o Manuel Alegre.»

DIA SEM CALÇAS EM 35 CIDADES DO MUNDO

«Sem programa para domingo? Que tal "pregar uma partida gigante" aos lisboetas? Só precisa de estar disposto a ficar sem calças no metro e de capacidade para o fazer sem perder a compostura. Estas são as regras essenciais para participar na 2.ª Viagem Anual de Metro "Sem Calças!" em Lisboa, explica Francisco, um dos organizadores, também conhecido como "agente Somos".

Na verdade, há mais algumas regras. "Não tragam tangas, nem nada que possa ofender os outros passageiros", diz o site da iniciativa (improvlisboa.blogspot.com). E usar kilts, saias, calções, vestidos e colãs não conta - apenas cuecas e boxers respeitam o espírito da iniciativa. O objectivo é o mesmo das outras acções do grupo ImprovLisboa: trazer um pouco de caos e alegria à vida na capital. "É uma partida sem vítimas e que, em princípio, causa sorrisos", diz Francisco. » [Diário de Notícias]

ALFRED WEISSENEGGER

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