sábado, janeiro 16, 2010

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Pormenor de flor (ampliada 5x)

IMAGEM DO DIA

[Red Huber-AP]

«A manatee surfaces at Blue Spring State Park in Orange City, Fla. Wayne C. Hartley, Blue Spring Park service specialist, says he counted 217 manatees for a two-day statewide survey.» [The Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva, candidato a Belém

O que poderá levar a "boa moeda" a condecorar a "má moeda"? Só pode ser o excelente humor de Cavaco Silva, o senhor "boa moeda" lembrou-se dos tempos em que Santana se comparava a Cristo denunciando os que o tentaram matar à nascença ou sofrendo com as chagas provocadas pelas facadas que ia recebendo, vai daí e lembrou de gozar com o vereador da CML, decidiu-lhe dar-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.

Depois da perseguição de Herodes, das traições de Judas decidiu meter-lhe a cruz em cima!

Quem diria que Cavaco Silva com aquela "cara de pau" afinal tem um humor refinado.

«Em nota divulgada na sua página na Internet, a Presidência da República adianta que Santana Lopes será agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, que distingue "destacados serviços prestados ao País no exercício das funções dos cargos que exprimam a actividade dos órgãos de soberania ou na Administração Pública, em geral, e na magistratura e diplomacia, em particular", de acordo com a justificação oficial.» [Diário de Notícias]

O QUE O CÔNSUL DO HAITI NO BRASIL PENSA DA TRAGÉDIA

Enfim, um bom exemplo de sacana.

O HAITI É PIOR DO QUE O TERRAMOTO

«A maior tragédia das Américas. E não falo de um desses azares telúricos episódicos, como o terramoto. O maior azar dos haitianos é mais fundo e constante: não têm país. Nos anos 50, Franz Fanon escreveu um livro célebre entre os povos colonizados: Pele Negra, Máscaras Brancas. Fanon era também antilhano (desse grande grupo de ilhas caribenhas a que o Haiti também pertence), mas era da Martinica, ainda hoje território francês. Ele falava do drama dos descendentes de escravos negros que imitavam a sociedade branca. "Emprrregado", diziam eles, carregando nos 'erres' como os franceses, para logo escorregarem na tendência natural: "Emprrregado, uma ga'afa de ce'veja!" A escravatura foi crime, cujas ambiguidades Fanon ilustrou. Só que ele falava de pouco comparado ao que sucedeu ao Haiti. A seguir aos EUA, o Haiti é o primeiro país independente das Américas, foi abandonado aos escravos logo em 1804. Mais que drama, lá foi tragédia, foi "pele negra, máscaras negras". Arrancados de onde vieram, ficaram ao "vudu"- -dará na terra desconhecida. Não tiveram, Fanon, a sorte - afinal, a sorte - de se integrarem num edifício social que, apesar de ambíguo, é um edifício. Hoje, a Martinica é ela, a República Dominicana é ela, a Jamaica é ela - e o Haiti não é nada. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A HIPÓTESE DA CALÚNIA

«Segundo as notícias, o livro "lança a suspeita de que os pais da criança terão participado na ocultação do cadáver". Moita Flores tem razão quando diz que não é o facto de essa tese não ter sido acolhida judicialmente que impede a sua abordagem: muito do jornalismo de investigação aborda teses que a justiça não logra provar. Se o livro é ou não calunioso depende da seriedade e da lealdade da abordagem. Ora o que sei é que enquanto Amaral era o principal investigador do caso as notícias publicadas com base em "fontes" policiais acusavam os McCann de terem ocultado o cadáver da filha e até da sua morte. O facto de, após sair da PJ, Amaral publicar um livro nesse sentido faz suspeitar de que seria uma das fontes dessas acusações. A confirmar-se, essa suspeita faria dele o rosto de um dos crimes mais cometidos e menos investigados, o de violação do segredo de justiça, e caracterizá-lo-ia como um polícia mais preocupado com o linchamento dos que considerava suspeitos que com o cumprir da lei e o apurar da verdade - uma vergonha de polícia, portanto.

Mas, claro, isso é apenas uma hipótese. Afirmá-lo sem provas seria calúnia. E se para Moita Flores (e Amaral e sua editora) explorar num livro a hipótese de uma mãe e um pai serem autores de uma coisa hedionda é tão aceitável, não se entende porque se insurge contra um julgamento que, segundo ele, "enxovalha" Amaral ao colocar a hipótese de este ter decidido fazer dinheiro e fama à conta do enxovalho dos McCann. A não ser que tenhamos para a liberdade e a honra pesos diferentes conforme estão em causa "os nossos" e "os outros". Uma questão de simpatia, portanto - mas, até ver, a simpatia não é um direito constitucional.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ICH BIN EINE LESBE

«Chamo-me Joana Manuel. Sou actriz de profissão, é verdade, ao contrário da minha amiga e companheira de activismo Raquel Freire, que é realizadora de cinema e nada obscura enquanto tal. No dia 10 de Outubro de 2008 estive nas escadarias da Assembleia da República, vestida de noiva e com uma barriga falsa, para participar numa acção de protesto e cidadania contra o desfecho antecipado da discussão que no Parlamento decorria acerca das propostas de BE e PEV para a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. A acção era simples, directa e clara nos seus objectivos: mediatizar um protesto contra uma injustiça social e política, radicada no preconceito e na discriminação de cidadãos da República em função da sua orientação sexual, em desrespeito claro do artigo 13.º da nossa Constituição Democrática. Encenámos dois casamentos, entre mim e a Raquel Freire, e entre o Paulo Jorge Vieira e o Marlon Francisco, que também se dispuseram dar a cara pela luta naquela acção. O objectivo foi alcançado, as imagens surgem sempre que se debate o tema, e durante o ano que entretanto passou foram objecto de discussão e questionamento. No passado dia 8 de Janeiro foi com uma alegria incompleta que assisti nas galerias à quase totalidade do debate parlamentar que resultou na aprovação desta lei para o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, e, na sequência do protesto de 2009, participei num brinde e expressei-me em boa consciência sobre o dia apesar de tudo histórico que estávamos a viver. Naturalmente, os media deram-nos atenção. Mais uma vez o objectivo foi alcançado.

Espantou-me, no entanto, e entristeceu-me assistir à noite à reportagem da jornalista Ana Romeu para o Telejornal da RTP. Ao rever a dita reportagem na Internet ficou-me ainda o sabor amargo da manipulação e do mau jornalismo. Mas isto são dissertações para outras repartições. Sucede que a jornalista termina a sua reportagem dizendo, em off, o seguinte: "Talvez por isso se explique que estas imagens que vão correr mundo reflictam essa vergonha e o preconceito que ainda subsiste: estas duas mulheres são actrizes, nenhum casal homossexual se disponibilizou a assumir este papel". Durante os dias que se seguiram, foram vários os ecos que recebi desta reportagem: acudam, a mulher não é lésbica, é uma actriz contratada, isto é tudo uma palhaçada. Reservo-me, reserva-me a democracia o direito de responder.

Fala-se por aí da minha heterossexualidade como se a comunicação social tivesse descoberto um facto extraordinário e obscuro. Não descobriu, ele nunca foi escondido, desde a acção original dos casamentos encenados em Outubro de 2008. Sabem que não sou lésbica porque eu o disse. A luta é minha porque os homossexuais deste país são meus concidadãos e eu respeito-os e defendo-os como tal. Ao fazê-lo estou a defender-me a mim. Eu sou eles. Eles são parte do meu nós.

A acção original - ou deveria dizer o pecado - foi planeada pelas Panteras Rosa (das quais a Raquel Freire é membro desde a formação do grupo em Portugal em 2004) face à inevitabilidade do chumbo das propostas de Outubro de 2009, em resultado da disciplina de voto imposta pelo PS aos seus deputados. No Verão de 2004, um mês antes da primeira acção das Panteras contra a discriminação e a homofobia, na qual participou a Raquel, eu cantei a convite da ILGA - Portugal no Arraial Pride, então atirado por Pedro Santana Lopes para o Parque do Calhau, em Monsanto. À clandestinidade sempre convieram as matas mais do que as praças públicas, imagino que tenha sido o raciocínio. O nosso percurso paralelo, meu e da Raquel, de algum modo começou nesse ano. E cinco anos depois, cinco anos de luta e de expressão contínua acerca da igualdade de direitos, foi natural o gesto que fez a Raquel convidar-me para ser o seu par nesta performance interpelante. Esclareçamos então de uma vez: nenhuma outra mulher, lésbica ou não lésbica, se recusou a "assumir o papel", porque a nenhuma outra mulher foi proposto que "assumisse o papel". Ninguém me contratou. Ninguém me pagou. Assumi uma luta que é minha e dei a cara por ela naquele momento porque assim se proporcionou. E orgulho-me disso.

Não estive em frente à AR como actriz, mas como activista. Sou - ou estou - heterossexual, é verdade, mas isso é do meu foro privado. Do meu foro público é a cidadania e a luta por uma sociedade mais democrática e mais igual. Esta luta é tão minha como de qualquer lésbica, e ir para a cama com homens não me retira o direito de dar a cara por aquilo em que acredito. Sou cidadã eleitora e contribuinte da República Portuguesa e ofende-me essa discriminação. Para nós, naquele momento como hoje, a orientação sexual dos intervenientes foi absolutamente irrelevante, mas vejo que há muitas pessoas que perfilham um estranho conceito de cidadania. Como dizia Brecht, depois de levarem os ciganos, os judeus, os pretos, os homossexuais, os comunistas, talvez levem essas mesmas pessoas e elas comecem a perceber do que falo. Lagarto, lagarto, lagarto. » [Público]

Parecer:

Por Joana Manuel.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

ARROGÂNCIA ESPANHOLA

«As autoridades espanholas já fizeram saber ao Governo português o seu desagrado pela forma como está a decorrer o processo de extradição dos dois presumíveis membros da ETA detidos no sábado em Portugal. Fonte do Ministério do Interior considera negativo o facto de a justiça portuguesa ter decidido dar mais 20 dias ao advogado dos presos José Galamba para que prepare as alegações de Garcia Arrieta e Iratxe Yanez Ortiz de Barron contra a sua transferência para Espanha.

O ministro do Interior, Alfredo Rubalcalba, vaticinou há dois dias que o mandado de detenção europeia , emitido no domingo pelo Juiz da Audiência Nacional, Grande Marlaska, apressaria a extradição. A ETA é um caso sempre urgente para o Executivo espanhol, ainda mais numa altura em que Espanha assume o semestre da Presidência da União Europeia e receia que os terroristas aproveitem este "palco" para cometer um ou vários atentados.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Para as autoridades espanholas os tribunais portugueses deveriam despachar por encomenda do governo espanhol.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Zapatero que em Portugal todos os cidadãos, incluindo aqueles de que o governo espanhol não gosta, têm direitos.»

PJ INVESTIGA HÁ NOVE ANOS

«A Polícia Judiciária está a investigar eventuais crimes de abuso de poder e participação económica em negócio num caso que remonta a 2001 e que envolve, já como arguidos, Jorge Coelho e Luís Parreirão, ex-secretário de Estado das Obras Públicas. Ambos já rejeitaram publicamente terem cometido qualquer tipo de ilegalidade. No processo há mais três arguidos.

O caso remonta a 2001, quando a autarquia vendeu, por cerca de 4,5 milhões de euros, um terreno ao Estado para a construção da actual via circular de Santarém, com o compromisso de que essa verba iria ser canalizada para regularizar as contas do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA). Só que, segundo o próprio CNEMA, o dinheiro nunca chegou às suas contas, por decisão do anterior presidente da Câmara de Santarém, José Miguel Noras. As negociações entre a Câmara de Santarém, o CNEMA e o Instituto de Estradas de Portugal começaram em 1998» [Diário de Notícias]

Parecer:

Começo a achar que deviam equipar a PJ com cascos de carvalho para melhorar a qualidade dos processos envelhecidos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Ministério Público se está à espera de que Jorge Coelho se candidate a um cargo público para relançar o processo.»

COREIA DO SUL DÁ DE COMER À COREIA DO NORTE

«Em finais de 2009, o Programa Alimentar Mundial (PAM) advertira para nova escassez crónica de alimentos na Coreia do Norte, após uma série de colheitas fracassadas. Um terço das mulheres e crianças sofrem de subnutrição crónica, segundo o PAM.

É a primeira vez em dois anos que o regime de Kim Jong-il aceita ajuda da Coreia do Sul. A atitude de Pyongyang surge num momento em que este regime volta a acenar com a possibilidade de negociações sobre o seu programa nuclear e para reduzir a escalada de tensões na península coreana.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Recorde-se que a Coreia do Norte é o regime maravilha do Bernardino Soares, aquele deputado emproado que é líder parlamentar do PCP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se uma explicação para tanta fome na Coreia do Norte a Bernardino Soares.»

ANGOLA: JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS PRESIDENTE VITALÍCIO

«As recomendações feitas por organizações da sociedade civil, no sentido de que "não houvesse retrocesso" e o Presidente da República continuasse a ser eleito directamente pela população, como previa o texto constitucional até agora em vigor, não foram ouvidas. O Presidente de Angola passa a ser eleito pela Assembleia Nacional, contra o que era inclusive o parecer de alguns dirigentes no MPLA, partido no poder desde a proclamação da independência, em 11 de Novembro de 1975.

O recente congresso daquele partido (que abandonou a designação por extenso Movimento Popular de Libertação de Angola, para ser pura e simplesmente MPLA), consagrou o projecto de o respectivo líder se apresentar às eleições encabeçando a lista dos candidatos a deputados. E lançou a ideia de, consequentemente, o Presidente só ser eleito, para um mandato renovável de cinco anos, na sequência das legislativas de 2012.

Até agora, José Eduardo dos Santos ainda nunca foi eleito, uma vez que as presidenciais de 1992 se ficaram pela primeira volta, nas quais não chegou a averbar 50 por cento dos votos expressos. O reatar da guerra movida pela UNITA ao MPLA fez com que já não houvesse segunda volta, entre José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi.» [Público]

Parecer:

Por este andar a filha é dona de Angola e Arredores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a expulsão do MPLA da Internacional Socialista.»

MAIS UM EMPURRÃO NA CANDIDATURA DE ALEGRE

«Manuela Neto, da comissão coordenadora do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC), que esteve na origem da candidatura de Manuel Alegre às presidenciais de 2006, disse que o encontro “é inequivocamente um apelo à sua recandidatura”.

“Existe um desejo colectivo de mudança, e Manuel Alegre reúne todas as condições para mudar Portugal”, frisou Manuela Neto, acrescentando que o militante socialista é a única pessoa “com ideias que extravasam os partidos políticos, desde a esquerda à direita”. “A corrente de apoio tem aumentado significativamente em todo país, porque as pessoas acreditam que podem mudar o rumo do país, invertendo aquilo a que assistimos nos últimos quatro anos”, observou.» [Público]

Parecer:

Uma boa parte dos seus apoiantes aposta

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver se Alegre se candidata à margem e contra o PS.»

OBAMA APLICA TAXA A WALL STREET

«O Presidente norte-americano Barak Obama lançou ontem um forte ataque aos banqueiros de Wall Street - que acusou de estarem a regressar aos "lucros maciços" e aos "bónus obscenos" -, numa declaração em que anunciou uma nova taxa sobre as instituições financeiras com activos acima de 50 mil milhões de dólares (34,4 mil milhões de euros).

O objectivo desta colecta extraordinária é recuperar as perdas originadas pelo plano de auxílio ao sector financeiro, o chamado TARP (Troubled Asset Relief Program). Mas as palavras de Obama mostram que pretende que a taxa funcione como uma espécie de penalização sobre as instituições que estiveram na origem da crise mundial.

"A minha determinação é conseguir recuperar todo o dinheiro que pertence ao povo americano. E essa determinação resulta da constatação de que a banca regressou aos lucros maciços e aos bónus obscenos", afirmou Obama. A mesma banca que "deve a sua existência ao povo americano", acrescentou. Com esta nova colecta, o presidente norte-americano pretende recuperar até um máximo de 117 mil milhões de dólares (80,6 mil milhões de euros), no prazo de dez anos. Feitas as contas, é o valor que os bancos abrangidos pelo TARP receberam, mas ainda não devolveram ao Tesouro.» [Público]

Parecer:

Pelos vistos a aplicação de taxas aos bancos não põem em causa o mercado financeiro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adopte-se uma taxa idêntica em Portugal.»

POLÍCIAS BRITÂNICOS MULTADOS POR BRINCAREM NA NEVE

«Varios policías de Oxford fueron filmados mientras utilizaban sus escudos como improvisados trineos para deslizarse por la nieve en Boars Hill, una colina de Oxford (Reino Unido), durante su horario de servicio, según publica la BBC.

Un ciudadano llamado Rick Latham grabó las imágenes y subió la filmación al canal de vídeos Youtube. En éstas se puede ver cómo uno de los policías se desliza por una pendiente, mientras que sus colegas lo observan sonriendo.» [20 Minutos]

FIRE AND ACE [Link]

CHIP POLINO

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