sexta-feira, janeiro 15, 2010

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Barco, Alcochete (Imagem enviada por A. Cabral)

IMAGEM DO DIA

[Mathieu Belanger/Reuters]

«FIELD TEST: Canadian army Capt. Blaise Lapointe walked between cones during his rehabilitation in Quebec Wednesday. Capt. Lapointe stepped on a landmine while he was defusing a bomb under heavy fire in Afghanistan last year.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

António Mendonça, ministro das Obras Públicas

Isto deve ser sina dos ministros das Obras Públicas, Mário Lino recorreu à invenção de um deserto na margem sul para justificar a construção do novo aeroporto na Ota, agora é António Mendonça que para diz que Lis justificar o TGV boa vai ser a praia dos espanhóis de Madrid, uma espécie de Monte Gordo dos de Ayamonte.

Se dantes o país ficou a imaginar caravanas de camelos com partida em Almada e chegada em Setúbal, agora estou a imaginar um Madrilista a apanhar o TGV, descer em Santa Apolónia e ir às conquilhas no Terreiro do Paço.

Digamos que obras de tão grande importância merecem argumentos menos idiotas.

A CONDIÇÃO DO PCP PARA APOIAR O ORÇAMENTO

Como era de esperar o PCP foi negociar o orçamento com o único objectivo de aproveitar o tempo de antena. Para que o PCP apoiasse o orçamento o governo teria que pedir a adesão de Portugal ao extinto COMECON.

RED BULL CORTOU AS ASAS A ANTÓNIO COSTA

António Costa deve explicar aos lisboetas o negócio que fez com o objectivo de trazer a Red Bull Air Race para Lisboa. Ou prova que os argumentos da oposição camarária são falsas e estamos perante uma vingança do PSD porque Rui Rio perdeu o negócio ou fica em maus lençóis. Não é aceitável que uma autarquia que quase esquece que os lisboetas existem com o argumento fácil das dificuldades financeiras, venha agora gastar uma fortuna para dar festa ao povo.

O HAITI, O DIABO E O TERRAMOTO

«O televangelista Pat Robertson foi um falhado candidato à presidência americana, em 1988. Se calhar não lhe perdoaram ter anunciado o fim do mundo para 1982, o que não aconteceu. Ontem, ele explicou-nos o Haiti: "O país estava sob o domínio dos franceses, do Napoleão, acho que o III, então, fez um pacto com o diabo." É uma explicação razoável, embora tenha sido Napoleão I que foi derrotado pelos haitianos, em 1804. A verdade é que o país nunca funcionou e, agora, isto. O Haiti é metade de uma ilha, a outra funciona e ele, não. País católico, foi previdente em dar-se a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para padroeira, mas ela deve fartar-se com tanto pescoço de galinhas cortado nas cerimónias vudus. Tirando o terramoto, vou tentar outra explicação, que não a de Robertson, para a infelicidade haitiana. Ele foi fundado por escravos. Camponeses, analfabetos e escravos, vindos de outro continente, viram-se com um país nas mãos. Um país ou já tem raízes ou é enxertado - arrancado aqui para ir plantar ali é que não. Camponeses, analfabetos e escravos ibéricos, enviados para Taiwan, onde acabariam por mandar em meia ilha, também seria uma desgraça. O Haiti é o único país de escravos das Américas que cresceu sem tutela - não cresceu. Com terramoto isso nota-se mais ainda.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

LEGISLAR COM RESERVA MENTAL

«Na sexta-feira passada, fui parte, pela primeira vez, de uma sessão parlamentar em que a maioria de esquerda estabeleceu a sua unidade, para uma vitória pírrica, numa declarada reserva mental. Todos sabemos que o Parlamento e a actividade parlamentar estão hoje, aqui como em outros lados, prisioneiros de coreografias, efeitos especiais, dependências de interesses diversos, cálculos de sobrevivência, negociações forçosas, enquanto a representação dos cidadãos vai ficando mais adulterada em nome de um pseudopragmatismo político. Mas apresentar uma proposta de lei cuja substância é contraditória com o subterfúgio de que essa contradição se resolva por portas travessas, ou apoiar essa proposta, após dura crítica, por força de acordos de bastidores, não é pragmatismo nem realismo político, mas um logro indecoroso.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Se Maria José Nogueira Leite tem esta opinião da democracia e do parlamento porque não deixa de ser deputada? Toda gente perceberia, perdidas as eleições não é por estar na AR que chega a ministra, até porque Ferreira Leite que saneou bons deputados para a meter lá deve estar de partida.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se e sugira-se à senhora que dê o lugar a quem aprecie melhor a democracia parlamentar.»

SÓ 200 MIL MILHÕES?

«No PÚBLICO de anteontem, Luísa Pinto dava notícia do "estado calamitoso a que chegou o património edificado em Portugal". Segundo um estudo da associação das empresas de construção civil (AECOPS), custará 200 mil milhões de euros reabilitar e conservar os edifícios degradados. E levará 20 anos.

Embora os números sejam redondos de mais, parece pouco. Embora inclua infra-estruturas e exclua as barragens, é pouco porque não inclui a demolição dos mamarrachos e o realojamento das vítimas deles. Nem tão-pouco se devem demolir todos os mamarrachos nem restaurar todos os edifícios bonitos porque a beleza da paisagem portuguesa assenta em contrastes, sobretudo no contraste entre a realidade prática, a antiguidade desprezada, a arquitectura despropositada e os poucos edifícios bonitos.

As cidades excessivamente preservadas, como Óbidos, são creepy. A última vez que lá estive, no Natal do ano passado, à procura de uma única ginjinha caseira (que não encontrei), senti o mesmo arrepiante desconforto de artificialismo e de regimentação que senti quando visitei a Disneylândia da Califórnia. Idealmente, a parte desses 200 mil milhões que se pouparia em não reabilitar edifícios que, apesar de degradados, ficam melhores como estão, poderia ser gasta na demolição dos mamarrachos de que nem sequer os habitantes gostam.

Preservar a paisagem portuguesa não é só reabilitar. É também demolir e construir. Para não falar na obstipação e no barulho das obras.» [Público]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUANDO A ESMOLA É GRANDE...

«Em nome do interesse nacional, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel afirmou ao CM que o partido dará "apoio sem reservas" à candidatura do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, à vice-presidência do Banco Central Europeu.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Paulo Rangel não faz mais do que o seu dever, com Durão Barroso o PSD há anos que ocupa a vaga de comissário europeu que pertence a Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se a generosidade de Paulo Rangel.»

MAIS UM PACOTE PARA CRIAR EMPREGO

«A Iniciativa Emprego 2009 renova algumas das medidas aprovadas no ano passado e reforça parte dos apoios.

A redução da taxa social única para as empresas com trabalhadores que no ano passado recebiam o salário mínimo será também estendida aos casos de trabalhadores que no ano passado recebiam 475 euros em resultado da negociação colectiva e que este ano tenham um aumento de, pelo menos, 25 euros.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O problema destes pacotes é que custam muitos milhões de euros e no fim ninguém avalia o seu impacto, ficando-se por saber que emprego foi criado, quais foram os beneficiários e quanto receberam.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Desaprove-se todo e qualquer pacote que não seja transparente e para o qual não esteja prevista qualquer avaliação final.»

ERC CONDICIONA NEGÓCIO DA TVI

«O parecer da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), aprovado pela unanimidade dos membros do conselho regulador, é vinculativo quando é negativo, o que significa que o processo só poderá avançar quando a Ongoing vender a sua participação na Impresa.

"Se não houver alterações" na participação da Ongoing na Impresa, "o parecer continuará a ser negativo. Se e quando a situação for alterada nos termos em que está descrito, então passa automaticamente a positivo", explicou à Lusa o presidente da ERC, José Azeredo Lopes.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A decisão da ERC faz todo o sentido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

SANTANA JÁ TEM ASSINATURAS SUFICIENTES PARA LANÇAR A CONFUSÃO NO PSD

«"Posso confirmar que já tenho o número de assinaturas suficiente para convocar um congresso extraordinário do partido. Já tenho um número de assinaturas que ultrapassa o mínimo exigível. Julgo que nunca aconteceu na história do PPD/PSD", disse, em declarações à agência Lusa.

Santana Lopes adiantou ainda que "a partir de amanhã [sexta-feira]" irá entregar o pedido para a convocação da reunião magna social-democrata, que espera possa realizar-se no início de Março.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Vai começar mais um espectáculo de Santana Lopes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Rserve-se lugar.»

O QUE É FEITO DA ESQUERDA

«»O Governo manifestou abertura em relação às propostas que o CDS-PP levou para a reunião com o ministro das Finanças.

Por isso, deverá ser agendada para os próximos dias, uma nova reunião para discutir aspectos concretos. Foi esta informação foi comunicada hoje, quinta-feira, aos jornalistas pelo dirigente democrata-cristão, Luís Queiró, que se mostrou confiante num futuro acordo com os socialistas. [Jornal de Notícias]

Parecer:

Perante o oportunismo político do PCP e do BE só resta negociar com a direita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Negocie-se.»

BRITÂNICO RECUSA-SE A ANDAR VESTIDO

«Nos últimos sete anos, Stephen Gough passou a maior parte dos dias preso na Escócia. Ontem, quarta-feira, recebeu um aviso da Justiça britânica de que poderá passar o resto da sua vida na prisão. Tudo porque se recusa a andar vestido...

Stephen Gough, tem 50 anos e é um ex-fuzileiro naval britânico. Segundo uma reportagem do jornal inglês "Independent", Gough foi considerado, em Dezembro, culpado por andar nu.» [Jornal de Notícias]

QUANTO VAI CUSTAR A RED BUL AIR RACE

«O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, admitiu ontem que existe uma cláusula contratual relativa ao exclusivo publicitário da corrida de aviões Red Bull que pode vir a inviabilizar a prova na capital, prevista para Setembro.

O autarca falava no final de uma reunião de câmara em que todos os vereadores da oposição criticaram, com veemência, o contrato "leonino" firmado entre a Associação Turismo de Lisboa (ATL) - de que o município faz parte - e a Red Bull, com vista à realização do espectáculo aéreo. Diz o documento que as Câmaras de Lisboa e de Oeiras terão, juntamente com a ATL, de pagar à Red Bull 3,5 milhões de euros pela corrida, assegurando também todas as suas necessidades logísticas. O acordo é bastante diferente daquele que vigorou nas anteriores edições, que tiveram lugar no Douro. As Câmaras de Gaia e do Porto nunca pagaram mais de 400 mil euros cada uma aos organizadores da prova, cujo risco comercial esteve sempre do lado de uma empresa privada, a Extreme, que intermediava o negócio.

Já as autarquias de Lisboa e de Oeiras, que se preparam para acolher a edição deste ano, vão ficar dependentes do apoio de patrocinadores para conseguirem reunir pelo menos parte significativa dos 3,5 milhões. Só que o contrato assinado pela Associação de Turismo de Lisboa estabelece que o exclusivo publicitário da área onde se realiza a prova, entre Alcântara e Algés, pertence à Red Bull - tal como os direitos de transmissão televisiva. Toda a área ou apenas uma parte? Redigido em inglês [ver caixa], o documento levantou ontem grandes dúvidas quer aos vereadores quer a António Costa, que vai pedir esclarecimentos à ATL.» [Público]

Parecer:

Começo a concordar com Pedro Santana Lopes, fico com a impressão de que assinaram o contrato à pressa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicitem-se explicações a António Costa.»

MAIS UMA BATALHA POPULISTA?

«O Governo diz desconhecer quantos serviços fechariam na área do cancro se os critérios que anunciou para a sua reorganização fossem cumpridos, mas o PSD fez as contas e vai hoje apresentá-las no Parlamento no debate que, por sua iniciativa, visa discutir a situação da oncologia em Portugal. Estimativa: pelo menos 21 das 55 unidades de saúde que prestam cuidados na área do cancro fechariam, afirma a vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Rosário Águas. "É uma política no mínimo leviana deixar sair um documento sem pensar no que resultaria da sua aplicação cega."

Há muito que os especialistas defendem que o tratamento do cancro está demasiado fragmentado e que para haver maior qualidade é necessária concentração. Nesse sentido, a Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas (CNDO) fez sair este mês um documento onde surgem os requisitos necessários para que uma unidade preste cuidados em oncologia. Um deles define como 500 o número mínimo de novos casos por ano para que um serviço se mantenha aberto.» [Público]

Parecer:

O melhor é deixar tudo como está, neste país é impossível reformar seja o que for.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mantenha-se tudo como está enquanto não passar a vaga bloquista que parece dominar até os partidos à direita.»

HAITI 48 HORAS DEPOIS [Link]

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