domingo, junho 20, 2010

Semanada

Esta semana Portugal perdeu Saramago ao mesmo tempo que a Presidência da República perdeu o que restava de vergonha, a ausência da Cavaco Silva na homenagem ao prémio Nobel foi um gesto que fica mal a um político que se preze mas, mesmo assim, inadmissível num Presidente da República. Todos sabemos que Saramago não era um amigo de família, que detestava o político Cavaco Silva, mas a verdade é que fez mais por Portugal do que aquele que agora desempenha as funções de Presidente da República e que não tem dimensão para engrandecer o cargo para que em má hora os portugueses o elegeram.

A verdade é que os nossos políticos de direita exibiram pequenez perante a morte de Saramago, enquanto em Espanha até o líder do PP presta homenagem a Saramago num artigo publicado no El Pais, em Portugal nem o líder do PSD, nem o do CDS foram capazes de ira além de breves declarações de conveniência. A única personalidade de direita que deu a cara foi Marcelo Rebelo de Sousa, mas percebendo o grave erro que estava a cometer conspurcou a sua declaração com uma tentativa idiota de dizer que a ausência do Presidente da República era apenas física, como se houvesse algum português que não o conhecesse, a ele e a Cavaco Silva.

Enquanto Cavaco Silva como o seu cozido das furnas descansado e longe de funerais incómodos a direita digladia-se, de um lado os cavaquistas que tentam manter o exclusivo para a candidatura , do outro os católicos que ficaram surpreendidos com a forma ligeira, senão mesmo oportunista, com que Cavaco prescindiu dos seus princípios para evitar a perda de votos dos gays. Tentam pressionar Bagão Félix, Santana espreita a sua vez e acaba de aparecer um Freitas do Amaral convencido de que a sua declaração de apoio a Cavaco Silva resolve o problema.