quarta-feira, junho 16, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Évora

JUMENTO DO DIA

Alberto Martins, ministro da Justiça

Alberto Martins descobriu uma forma simples de resolver os problemas de Portugal, basta rever as estatísticas.

O PROBLEMA DE PASSOS COELHO

Até agora Passos Coelho subiu nas sondagens ajeitando o penteado e pouco mais, beneficia mais do suposto cansaço provocado por Sócrates junto dos eleitores do que das suas propostas confusas. Só que a estratégia das palavras bonitas que nada dizem vai esgotar-se e Pedro Passos Coelho vai ter que tentar explicar melhor o que pensa pois até agora tem sido muito confuso, propõe uma mistura de populismo com liberalismo económico, num dia parece ser do BE, no outro poderia militar no CDS.

UMA MÚSICA PARA O PRIMEIRO JOGO DE PORTUGAL NO MUNDIAL

AS ESTATÍSTICAS OFICIAIS EXIGEM RIGOR

«Portugal mantém-se, apesar dos avanços feitos nos últimos anos, bastante atrasado em matéria de estatísticas oficiais. Comparando com muitos dos países da União Europeia, por cá os dados são quase sempre escassos, desactualizados, incompletos. O sector da segurança é, neste contexto, uma excepção positiva. O Relatório de Segurança Interna é publicado anualmente desde há mais de uma década e a Direcção-Geral da Política de Justiça foi criada em 2006 precisamente com a missão de trabalhar as estatísticas do sector.

Acontece que, de acordo com uma investigação do DN (ver págs. 2 e 3), entre 2005 e 2009, desapareceram 14 721 registos de crimes com armas de fogo dos dados oficiais divulgados pelo Ministério da Justiça. Confrontado com esta diferença, o gabinete do ministro Alberto Martins confirmou-a, justificando-a com "um processo de afinação que estava em curso".» [DN]

Parecer:

Editorial do DN.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O ATAQUE ESPECULATIVO AO EURO

«É bom que os portugueses tomem consciência do que se está a passar no mundo e nomeadamente na União Europeia, a que pertencemos. Conhecem, obviamente, o que se passa em Portugal, visto sentirem na carne as dificuldades que existem: o desemprego crescente; o alargamento das manchas de pobreza; as pensões que, com maior frequência, conduzem agora à "pobreza envergonhada"; as escandalosas desigualdades sociais; os cortes orçamentais, que se reflectem negativamente nas vidas difíceis dos pequenos funcionários e da classe média-baixa; etc. E para agravar a situação, noutro plano, o endividamento externo, público e privado, a dificuldade do crédito externo, até para os bancos, etc.

Contudo, perante uma crise global complexa e com várias dimensões, é muito importante também que haja um conhecimento do que se está a passar nos Estados membros da União, nas respectivas populações e, nomeadamente, nas da Zona Euro, que estão a ser atacadas pelos especuladores que pretendem destruir o euro e, a partir daí, desintegrar a própria União Europeia, o que - diga-se - seria uma tragédia, não só para a Europa mas também para o mundo, em especial o Ocidente, no seu conjunto.» [DN]

Parecer:

Por Mário Soares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AI, SE O INE QUISESSE...

«Num episódio da célebre série televisiva americana Os Homens do Presidente, os ditos (os homens do Presidente) assustaram-se quando souberam que ia mudar a forma da contagem dos pobres. Com o novo método haveria mais quatro milhões de pobres, o que seria desastroso tornar público num ano de eleições (nos Estados Unidos, o Presidente é também o chefe do Governo e responsável pelo descalabro social e económico). Um assessor soube ser cru: "Eles pobres já eram. O que muda é que agora lhes dizemos." Nas ciências económico-financeiras a fronteira entre o insucesso e o sucesso é tão ténue que ora erguemos a taça de champanhe ora atiramos cinza para os cabelos consoante o que nos dizem do nosso estado. A ilusão que temos de nós vale mais do que aquilo que somos. É por isso que fiquei ligeiramente desapontado quando o ministro das Finanças garantiu, ontem, que a nova base de contas do Instituto Nacional de Estatística (INE) é "mera mudança metodológica" e "sem impacto". Atendendo que estamos em crise por causa das más notas dadas por juízes (agências de rating) que deviam ser réus pelas boas notas que deram aos pais da mãe de todas as crises (Lehman Brothers e primos), não sei se em matéria de estatísticas a fuga para frente não seria o melhor. Um INE europeu doidamente optimista é do que precisamos. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A DEMOAGOGIA NAS PENSÕES

«Na semana passada, foi a vez do PSD. Passos Coelho propôs tectos para as pensões, que depois aparentemente já eram só para a Caixa Geral de Aposentações, ao mesmo tempo que falava da acumulação de pensões. A proposta consegue, ao mesmo tempo, ser confusa, demagógica e propor o que já existe.

Faz sentido que existam tectos para as pensões de reforma. Os sistemas de pensões não funcionam numa lógica pura de seguro social, pelo que têm também uma função redistributiva. Também só agora, quando o nosso sistema começa a maturar, é que a discussão começa a ser relevante em Portugal. Por isso mesmo, a última reforma da segurança social introduziu um tecto para as pensões do regime geral correspondente ao salário do Presidente da República. Sendo que, para todos os funcionários públicos entrados depois de 1993, aplicam-se as regras do regime geral. Este tecto, contudo, não se aplica, nem deve, a quem formou pensões altas com base em carreiras contributivas longas, sempre com remunerações elevadas. Aliás, o impacto material desta norma é reduzido. Não apenas a pensão média de velhice para o regime geral tem valores muito baixos (454 euros), como o último decil começa em 1066 euros. Estes valores servem bem para revelar como a introdução de tectos nas pensões é, hoje, uma questão completamente marginal para a sustentabilidade financeira do sistema.» [DE]

Parecer:

Por Pedro Adão e Silva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PORQUE NÃO PRIVATIZAR OS CTT

«A privatização dos CTT figura no PEC de 15 de Março como uma das 18 empresas a privatizar no período 2010-2013. Os motivos apresentados são de dois tipos. Argumentos gerais para todas as empresas a privatizar (diminuição da dívida pública e ganhos de eficiência) e razões específicas para os serviços postais e o transporte de energia (partilha de riscos, benefícios da gestão orientada para o mercado e preparação para enfrentar os desafios da liberalização).

Esta é uma linguagem de madeira que, no caso dos CTT, esconde uma realidade perigosa. A prudência aconselha a que não se privatize ainda a empresa e que se encete antes o trabalho - até aqui, no essencial, descurado - de adequação ao processo de liberalização total do sector que se aproxima.

Na realidade, parece que se visa apenas a obtenção de receita rápida a todo o custo, não curando de evitar os previsíveis efeitos económicos e sociais negativos nem de potenciar os benefícios que a liberalização e a» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Avelino de Jesus.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O JUMENTO EM MADRID?

«Un grupo de representantes del sector videográfico ha presentado en el Congreso de los Diputados 40.000 firmas de ciudadanos que reclaman una legislación "urgente y eficaz" contra la piratería audiovisual y que fomente la distribución legal de contenidos en soporte físico y 'on line'.

Las firmas llegaron al Congreso dentro de las alforjas cargadas por un burro con el que los promotores de la iniciativa querían simbolizar la lentitud con la que los poderes públicos están abordando este problema en España, en contraposición con otros países que ya han tomado medidas mucho más contundentes.» [El Mundo]

"NÃO TENHO ESCUTAS NEM MARICAS"

«A ausência de qualquer deputado na assinatura do protocolo de colaboração entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a empresa de painéis solares RPP Solar, levou o empresário Alexandre Alves a criticar os políticos, considerando que estão mais interessados em debater os problemas das escutas no âmbito do processo ‘Face oculta’ e os direitos dos homossexuais.

O empresário, também conhecido por ‘Barão Vermelho’, promotor do investimento, disse na última segunda-feira, em Abrantes, ter convidado todos os deputados para a cerimónia, onde ficou estipulado que a RPP Solar vai receber 128 milhões de euros de incentivos fiscais e financeiros para criar emprego e dar formação. “Convidei os deputados todos e não puseram cá os pés. Têm mais que fazer. Aqui não tenho escutas para resolver. Não tenho maricas aqui ao pé de mim”, disse. » [CM]

Parecer:

Os deputados estão mais interessados na calhandrice do que na criação de emprego.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

A PARANÓIA DA CRISE ACABA COM AS PONTES

«As pontes no calendário de férias dos portugueses parecem ter os dias contados. Socialistas e sociais-democratas não dão nada como fechado, mas vão dizendo que a ideia de colar os feriados aos fins-de-semana tem pernas para andar. O DN fez as contas: só nos próximos três anos, o tempo da vigência do PEC, são catorze as pontes em risco de cair.

O projecto de duas independentes na bancada do PS dá que falar há alguns dias. Mas até agora o debate foi quase limitado à polémica redução do número de feriados. Teresa Venda e Rosário Carneiro incluíram o 5 de Outubro, Dia da República, numa lista de feriados a extinguir, em que se contam ainda o do 1.º de Dezembro, Dia da Restauração, o Corpo de Deus e o 1.º de Novembro, Dia de Todos os Santos.» [DN]

Parecer:

Um dia destes vou gozar do dia de Carnaval nas vésperas do Natal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se bom senso aos políticos, gastem menos e deixem-se de tretas.»

GOVERNO COMBATE O CRIME POR VIA ESTATÍSTICA

«O Governo "apagou" das estatísticas oficiais mais de metade dos registos de crimes com armas de fogo. A base de dados oficial do Ministério da Justiça (MJ), disponível na Internet, apresentava até há um mês 28 192 entradas para crimes com armas de fogo, de 2005 a 2009. Mas, esta semana, os números eram bem diferentes, na mesma tabela e para o mesmo intervalo de tempo. Havia apenas 13 471 crimes registados para a série estatística de cinco anos.

No espaço de um mês desapareceram 14 721 registos, que foram cirurgicamente retirados à soma dos anos de 2005 a 2009.

A oposição, em bloco, exige que o ministro da Justiça, Alberto Martins, vá dar explicações ao Parlamento. Hoje mesmo, PSD, PCP e CDS-PP vão enviar requerimentos formais a pedir o agendamento de uma audição, com carácter de urgência, a este governante responsável por esta base de dados (ver texto ao lado). » [DN]

Parecer:

Se assim for é uma idiotice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se uma explicação ao ministro da Justiça.»

UM DEFICIENTE MUITO AFOITO

«Uma perseguição que durou mais de meia hora culminou ontem num despiste, tendo o condutor do veículo em fuga sofrido ferimentos ligeiros.

O indivíduo, com cerca de 30 anos, não obedeceu à ordem de paragem de uma patrulha da GNR, pelas 18.05, em Águeda, e a perseguição terminou em Alquerubim, Albergaria-a-Velha, quando o veículo se despistou e ficou imobilizado junto a um muro. Fonte da GNR disse ao DN que "o indivíduo, deficiente motor, não possuía habilitação legal para conduzir o Fiat Uno em que seguia não tinha seguro nem inspecção periódica desde 2004". O veículo estava referenciado pelas autoridades para apreensão. A caça ao homem teve início depois de o indivíduo desobedecer a uma ordem de paragem da GNR, juntos de uns semáforos, em Águeda. O homem acelerou e fugiu, percorrendo várias localidades do concelho de Águeda, inclusive o IC2. "Um popular apercebeu-se da situação e arremessou-lhe um vaso para o carro", adiantou fonte da GNR. A fuga terminou na localidade de Alquerubim, em Albergaria-a-Velha, quando o homem se despistou, ficando encarcerado e a viatura imobilizada. O ferido foi transportado ao Hospital de Aveiro.» [DN]

Parecer:

Deficiente e com pouco juízo.

OS CHINESES GOSTAM DE CORTIÇA

«Portugal é o maior produtor mundial de cortiça, mas para muitos chineses a matéria-prima que cobre o pavilhão português na Expo 2010, em Xangai, é uma novidade que querem levar para casa.

"Os visitantes arrancam pedaços da cobertura do pavilhão, o que nos obrigará a um plano de manutenção, com reposição de várias placas de cortiça", explicou à agência Lusa o comissário geral de Portugal na exposição, Rolando Borges Martins.» [i]

VEM AÍ AIS UM PEC

«Num comunicado divulgado esta tarde, no qual são avaliados os planos de austeridade anunciados em 12 países da zona euro, a Comissão Europeia (CE) destaca que, tanto no caso de Portugal como de Espanha, “as metas são apropriadamente ambiciosas e reflectem uma consolidação orçamental substancial”.

Contudo, Portugal e Espanha têm de “especificar as medidas a serem incluídas nos seus orçamentos de 2011, no montante de 1,75 por cento e 1,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente, a fim de atingir as novas metas”, considera a Comissão.» [Público]

Parecer:

O comunicado de Bruxelas é uma forma diplomática de exigir medidas adicionais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo próximo orçamento.»

LORD V