domingo, junho 27, 2010

Semanada

Esta semana foi marcada por um duelo entre o pessimista salvador Cavaco e o primeiro-ministro, o primeiro encarregou-se de aconselhar os portugueses a não consumir e a exportar os seus capitais e os investidores estrangeiros a abandonar Portugal, enquanto o outro se manifestou cansado de puxar uma carroça cheia de pessimistas. Pela primeira vez um país tem um presidente da República assume um discurso político que só pode ter por consequência a destruição da sua economia, razão que muitas paragens era motivo para sujeitar o presidente a exames psiquiátricos, mas por cá não faz mal, o mesmo Cavaco que aposta tudo faz para afundar o país surgirá dentro em breve como o salvador portador de boas notícias.

Enquanto o cavaquismo oficial tenta resistir à história promovendo o desânimo colectivo, o cavaquismo ofícios, representado no PSD pela deputada Manuela Ferreira Leite e o seu escudeiro Pacheco Pereira está, no mínimo, desanimado. As sondagens que dão uma vitória expressiva a Sócrates não derrotam José Sócrates mas infligem uma pesada derrota ao cavaquismo, seja na versão septuagenária de Manuela Ferreira Leite, seja na versão mais jovem do pequeno de cabeça e rabo grandes.

Os únicos vencedores desta semana foram os borlistas das auto-estradas que graças aos cálculos eleitorais de Passos Coelho podem respirar mais algum tempo, os outros contribuintes, incluindo os que mal têm para comer continuarão a pagar-lhes as viagens em auto-estrada. Os autarcas revolucionários como o do Porto têm uns votos garantidos, o problema vai ser quando Pedro Passos Coelho tiver de explicar porque defende escolas e saúde pagos e tudo faz para manter as borlas nas auto-estradas. Ainda alguém vai lembrar-se de insinuar que nenhum dos empresários seus amigos está interessado em auto-estradas. Bem, não me admiraria nada que quando Pedro Passos Coelho passar a defender a construção de estradas o empresário Ângelo Correia aposte neste sector. Estaremos cá para analisar a relação entre as políticas de Passos Coelho e as apostas de investimento de alguns empresários.

Pelos lados do Ministério Público continua a haver muita pica quando o alvo dos nossos libidinosos magistrados é José Sócrates, esta semana houve um que por pouco não alugava alguma Chaimite e ia ao parlamento algemar Sócrates e informá-lo de que era arguido por ter incomodado um jantar da família Moniz. Enfim, as escolas de direito ou mesmo o Centro de Estudos Judiciários deveriam ter uma cadeira designada “Como não cair no ridículo.