Mas quando começa o campeonato a sério descobrimos que os jogadores são os mesmos, os novos não chegam para implementar o modelo de jogo e no banco estão os suplentes do costume começam as dificuldades. Se ainda por cima a equipa joga mal e aparece um dos velhos jogadores a atirar as culpas para o treinador as coisas complicam. Afinal, o treinador mudou, mas a equipa é a mesma, com os mesmos vícios, os mesmos indispensáveis, os mesmos a mandar no balneário.
Como se isso não bastasse nem sempre as novas tácticas se revelam tão eficazes como pareciam quando foram estudadas, poderão agradar a alguns adeptos que querem ver golos a qualquer custo, mas a maioria dos adeptos não se revê na forma de jogar da equipa. A equipa começa a soçobrar.
Pedro Passos Coelho começou bem, trouxe algumas caras novas consigo mas tem e vai continuar a ter grandes dificuldades em mudar uma equipa que só sabe jogar de uma única forma, que é incapaz de mudar de modelo de jogo, que conta com os jogadores do costume e tem no banco os indispensáveis do costume.
De pouco serve definir uma nova estratégia se Pacheco Pereira vem a público questionar a estratégia e se acaba, como no caso da comissão parlamentar de inquérito, por fazer o que o velho balneário quer. A comissão de inquérito é um bom exemplo de como Pedro Passos Coelho não consegue mudar a equipa, ele bem quer um jogo mais inteligente mas os seus jogadores preferem continuar a jogar como dantes, atirando bolas para a área na esperança de marcar um golo de um ressalto ou, pior ainda, na esperança de o árbitro assinalar uma grande penalidade inexistente.
Uma coisa é ter treinado putos com sucesso e até ter ganho campeonatos nos escalões juvenis, outra é mudar uma equipa com vícios, jogadores cansados e enriquecidos, com figuras de peso que se julgam mais importante do que o treinador. Uma coisa é juntar um grupo de experts e definir uma táctica, outra é implementá-la e ganhar a confiança dos adeptos. É fácil dizer que se vai criar emprego, a dificuldade está em convencer os eleitores de que a melhor forma de promover a criação de emprego é alterar as regras do mercado de trabalho com o objectivo de facilitar o desemprego.
Pode ser muito difícil conseguir à fase final e liderar a equipa no campeonato do mundo, trambolhão aqui, rasteira acolá lá se chegou à fase final. O problema é que agora é mesmo necessário provar que os supostos conhecimentos técnicos farão com que a equipa jogue melhor. Não estou a ver Pedro Passos Coelho chegar à final continuando a ter Manuela Ferreira Leite na defesa, Pacheco Pereira no meio campo e Marques Mendes no ataque, mesmo que conte com os conselhos de um Marcelo Rebelo de Sousa armado em treinador de bancada.
Com uma equipa destas nem mesmo com Cavaco Silva a marcar faltas que ninguém viu e grandes penalidades que só ele imaginou Pedro Passos Coelho terá condições para ganhar qualquer campeonato, promete muito mas ficará pela primeira fase. Um pouco o que está acontecendo a Carlos Queiroz.