segunda-feira, junho 21, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

JUMENTO DO DIA

Marcelo Rebelo de Sousa

Ao tentar limpar a imagem de Cavaco Silva pela sua ausência nas homenagens a José Saramago o comentador Marcelo Rebelo de Sousa tentou idudir os portugueses ao mesmo tempo que ainda tornava Cavaco Silva ainda mais pequenino. É triste que um país tenha um Presidente da Repúblcia cujos actos tenham de ser explicados por um comentador muito imaginativo.

O desempenho do cargo de Presidente da República não deixa margens para dúvidas e dispensa interpretações de Marcelo, quando o Presidente da República está é porque assimn o quis, quando não está é porque esteve ausente.

EU tenho vergonha de um país onde o Presidente em vez de estar presente na homenagem a um homem da grandeza de Saramago prefere deglutir um cozido das Furnas. Marcelo que se deixe de tretas, uma mensagem de conveniência é o que qualquer um faz quando não quer ir a um funeral.

UMA LIÇÃO PARA A DIREITA PORTUGUESA

Uma boa parte da direita portuguesa é burra, idiota, pouco dada a respeitar o pensamento alheio, arrogantes, inculta, ciumenta das capacidades alheias, é isso que explica a ausência de uns na homenagem a Saramago e a forma hipócrita como outros se lhe referira, como se a simples diferença ideológica permitisse menorizar a dimensão do homem. Quer queria, quer não, goste-se ou não dele, Saramago superou-se e superou-nos, não custa nada admiti-lo, é um tributo que merece quem nos elevou enquanto povo.

Custaria muito a um líder da direita escrever palavras como as que esqcreveu o Mariano Rajoy, o líder da direita espanhola?

«La fuerza de la palabra

Con José Saramago desaparece un novelista enérgico, comprometido con la fuerza de la palabra. Sus libros son testimonio de ello. Intensos, arrebatados, desvelan la precisión visionaria de quien escribía desde dentro, invocando una pasión íntima que surgía de la imaginación, pero que no renunciaba a tener los pies en la tierra, palpando sus contradicciones y sus injusticias. Sé que no compartíamos el mismo horizonte político. Él creía en unos ideales que no son los míos, pero eso no impide que aprecie en su obra la convicción compartida de que la dignidad del hombre, más allá de las diferencias, siempre cuenta. Sus personajes mostraban esta forma de pensar. En ellos latía un aliento pesimista que dejaba abierta una puerta a la esperanza, a la espera de que el lector sacara sus propias conclusiones acerca de su conducta: de lo que hacía con su vida y de cómo lo hacía. El año de la muerte de Ricardo Reis, Memorial del convento o Ensayo sobre la ceguera son ejemplos de este proceder literario. Saramago fue uno de los grandes escritores del siglo XX y un gran amigo de España. El reconocimiento internacional que mereció su obra fue, también, un homenaje esperado al portugués: una lengua portentosa, bella y fértil desde sus orígenes; una lengua próxima, íntima, hermana, como el pueblo que la habla y que siente a través de ella.» [El Pais]

Cambada de idiotas!

APOSTA

Aposto que Cavaco Silva, ou alguém próximo dele, vai defender que as cinzas de José Saramago fiquem no Panteão Nacional, dando lugar a uma cerimónia presidida pelo próprio Cavaco Silva.

O EMPLASTRO

Francisco Loução lembra-me aquele adepto do FCP que ganhou a algunha do emplastro por se colar sistematicamente aos jornalistas das televisões, o líder do BE não perde uma oportunidade para aparecer nos ecrãs, até parece que anda sempre por perto dos jornalistas. Apareceu tantanas vezes na televisão a falar de José Saramago que até fiquei a pensar que tinha aderido ao PCP, era amigo íntimo de Saramago ou nos últimos dias de vida o escritou abandonou o PCP para se filiar no BE.

DESCULPA DE MAU PAGADOR

Cavaco justificou a sua ausência nas homenagens a José Saramago dizendo que fez o que lhe cabia fazer como Presidente e que os funerais é coisa para amigos e familiares. Enfim, a tacanhez é tanta que nem merece um comentário, só não percebi porque razão mandou o chefe da Casa Civil ao funeral, terá sido para se livrar das críticas?

MEMORIAL DEL ÁRBOL

«Tu abuelo, nos contaste, intuyendo el final de su existencia en la Tierra, fue diciendo adiós a los amigos, a su familia, a la naturaleza, porque quería estar lúcido y presente cuando la muerte llegara. Por eso, se abrazaba a los árboles que guardaban las páginas escritas de su vida.

Me llega la triste noticia de tu muerte y te evoco, el verano pasado, en la biblioteca de tu casa de Lanzarote. Vuelves a ser el perfecto anfitrión, el hombre cortés, inteligente, generoso, al que le gusta compartir la amistad. Me honra ser tu invitado. Pilar, tu compañera, tu cómplice, parece señalar en silencio a todos y cada uno de tus personajes en ti: al Ricardo Reis que se compadece de la soledad de los poetas y ayuda a no temer la memoria, a los inventores de artefactos angélicos que quieren enseñar a los seres humanos a volar "aunque les cueste la vida", a aquel alfarero que libra a los esclavos de una nueva caverna porque se niega a aceptar ciertas cegueras que imponen desigualdad y dolor.

Tú, que has sido también todos los nombres, no terminas aquí. 2010 es ya, para siempre, el año de la muerte de José Saramago, pero tus libros forman un maravilloso bosque de dignidad. Y yo me abrazo al árbol para mantener tu memoria..» [El Pais]

Parecer:

Por Luis Rodriguez Zapatero.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM AVIÃO DO TAMANHO DO PÉNIS

«O jornal que mais vende em Portugal, o Correio da Manhã, ofereceu-nos ontem este título na primeira página: "José Saramago - Estado paga avião no funeral do escritor". Por todo o mundo, os jornais que mais vendem geralmente têm aquela atitude que os franceses definem como "cocorico", de cantar de galo com as coisas pátrias. Felizmente, por cá, não. Os jornais populares portugueses são os garantes da necessária sobriedade. Morreu o único Nobel de Literatura português? Poupem os jornais no tamanho dos títulos, e dê-se a Saramago a mesma importância do assunto vizinho: "Professor mostra pénis e dá aulas". E poupe também o Estado, não gastando em avião militar com quem foi morrer longe. É de aplaudir esta contenção de gastos (houve também contenção de inteligência, mas prefiro não tratar desta ). Um dos defeitos dos jornais populares é exacerbarem as cores nacionais, empolgarem, empurrarem para atitudes impensadas . Sabe-se como, há pouco mais de 100 anos, o New York Journal, de William Randolph Hearst (o magnate de imprensa retratado no filme Citizen Kane), acirrou os americanos a declararem guerra a Espanha. Com os nossos jornais populares estamos livres disso. Eles não nos dão ganas de atacar ninguém, só nos fazem sentir pequeninos. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CAVACO MANDOU O CHEFE DA CASA CIVIL

«O Presidente da República, Cavaco Silva, não esteve presente nas cerimónias fúnebres, ao contrário do primeiro-ministro, José Sócrates, que já se deslocou à Câmara Municipal de Lisboa, mas teve em sua representação o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Nunes Liberato, e o Chefe da Casa Militar, tenente-general Carlos Alberto de Carvalho dos Reis.» [CM]

Parecer:

Eu diria que mandou o Liberato à cremação para evitar ficar queimado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o nanismo presidencial.»

CINZAS DE SARAMAGO FICAM EM LISBOA

«Na mensagem que leu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o autarca recordou a ligação de Saramago à cidade de Lisboa, onde viveu, trabalhou, tendo presidido à Assembleia Municipal. António Costa sublinhou ainda que "Lisboa foi uma das personagens mais queridas, mais amadas, em toda a sua obra".

"As cinzas de José Saramago descansarão na cidade de Lisboa, mas a sua obra é uma obra que é património de toda a humanidade e a sua mensagem, o seu desassossego, continuarão a desinquietar-nos e a desinquietar todos aqueles que lerem a sua obra", afirmou o autarca lisboeta.

António Costa revelou o desejo de apresentar a cidade de Lisboa como última morada ao Prémio Nobel da Literatura, depois de ontem Pilar del Rio, viúva do escritor, ter esclarecido que as cinzas de Saramago iam ficam em Portugal, onde "pudesse de vez em quando depositar uma flor". » [CM]

Parecer:

Quem fiquem no Panteão Nacional ou num monumento público.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apoiem-se as iniciativas nesse sentindo.»

ANTÓNIO BARRETO DEFENDE MAIS AUSTERIDADE

«Apesar de a crise ser mundial, o especialista reconhece que as soluções têm de ser encontradas por cada país. 'Alguns países começaram a corrigir seriamente a despesa pública, a despesa orçamental, as políticas orçamentais', afirmou o sociólogo, dando como exemplo a França e a Alemanha, que apresentaram um plano de corte na despesa de cem mil milhões de euros e 90 mil milhões de euros, respectivamente. 'Qualquer um destes países fez melhor do que Portugal, porque cortou na despesa e não mexeu nos impostos. Portugal fez ao contrário, mexeu nos impostos e não cortou na despesa ou cortou pouco', acrescentou. » [CM]

Parecer:

Desde que anda próximo de Cavaco Silva é capaz de ter aprendido umas coisas de economia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso amarelo.»

ALMEIDA SANTOS E MIGUEL RELVAS DEFENDEM REDUÇÃO DE UNICÍPIOS

«Desde 1855 que não se extingue um concelho ou uma freguesia em Portugal. E desde 2005 que o "tabu" tem vindo a ser alimentado" pelos diversos governantes e dirigentes autárquicos. O presidente do PS colocou o dedo na ferida. Almeida Santos sustenta que "nos tempos actuais não se justifica a existência de 308 municípios" e propôs a sua redução, o que permitiria "uma poupança brutal que seria usada em favor dos cidadãos". O secretário-geral do PSD concordou. "A reforma administrativa do País é imperiosa", afirmou Miguel Relvas.

Em Portugal, mais de metade das freguesias tem menos de mil habitantes e há 36 concelhos com menos de cinco mil habitantes, de acordo com censos de 2001 e quatro concelhos que têm uma só freguesia: Alpiarça, São João da Madeira, Barrancos e São Brás de Alportel. Uma constatação que leva Almeida Santos a defender "a redução do número de municípios, porque há freguesias com meia dúzia de eleitores e isso não se justifica num mundo em que as comunicações são rapidíssimas". O socialista quer que a extinção de municípios se faça pela "via da fusão" e garante que "a poupança financeira dessa medida seria brutal. Uma redução que seja feita "numa base voluntária", devendo o Estado "promover estímulos para que os municípios se fundam". » [DN]

Parecer:

O modelo municipalista é um anacronismo, um absurdo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se a uma reforma séria e não apenas à eliminação de alguns municípios.»

ANDREW AAA