No futebol, como em quase tudo neste país temos um problema de lideranças, olho para a Administração Públicas e vejo gente fraca à frente dos serviços, olho para os partidos e a regra é a mesma, veja-se a sequência de líderes do PSD ou os que se preparam para substituir José Sócrates no PS, nem mesmo o PCP se escapou a uma liderança fraca durante alguns anos.
E o pior é que os portugueses começam a habituar-se e a preferir lideranças fracas pois sentem que desta forma não há governos e cada grupo corporativo consegue obter mais ganhos à custa do colectivo. Os eleitores querem que se governe mas os grupos que mais ganham com lideranças fracas tudo fazem para debilitar quem ouse governar, veja-se o que sucedeu na anterior legislatura, formou-se uma imensa coligação de interesses para impedir o país de ser governado com uma maioria absoluta. O argumento era o diálogo, mas hoje já todos perceberam que o objectivo era obter ganhos, como agora se assiste com as SCUT.
Desde o 25 de Abril foram escassos os líderes políticos com dimensão, tivemos Sá Carneiro, Ramalho Eanes, Mota Pinto, Jorge Sampaio, Mário Soares e pouco mais, tudo o resto foi gente fraca, por vezes mesmo mesquinha, sem dimensão nem grandeza para liderarem o país. Em vez de líderes temos tido especialistas em intriga, em golpes baixos, gente que pensa curto e perto, sem grandeza de projectos nem visão de futuro, gente que em vez de pensarem no país pensam segundo a sua própria pequena dimensão.
Veja-se o exemplo que nos tem sido dado por Cavaco Silva, entre a grandeza de reconhecer o valor a um antigo adversário político e a mesquinhez familiar optou pela segunda, entre a dignificação da instituição e o lodaçal das intrigas optou por permitir a conspiração do seu assessor que inventou escutas em Belém, em vez de apontar para o futuro do país oferece-se como se Portugal fosse uma mercearia à procura de guarda-livros. Enfim, um fraco rei faz fraca a forte gente.