Os dirigentes políticos portugueses são exemplares, desde Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã que sonham com a ditadura do proletariado e passam o tempo a emitir certificados de democratas ou de não democratas a outros políticos, até Marcelo Rebelo de Sousa que se especializou em inventar jantares chegando ao ponto de dizer qual o prato principal o vinho e a sobremesa mas usa o seu tempo de antena para chamar mentiroso a Sócrates.
E o que dizer de um conhecido assessor presidencial que inventou escutas a Belém que até levaram o crédulo Cavaco Silva a estar preocupado com a privacidade dos seus emails? É evidente que nem Fernando Lima, nem Cavaco Silva são mentirosos, é bem capaz de ser verdade que Sócrates mandou escutar o palácio para descobrir a receita dos carapaus alimados da dona Maria.
Os responsáveis do PSD também não são nada mentirosos, como, por exemplo, Miguel Frasquilho que no BES diz que Sócrates está a enfrentar a crise externa e no parlamento diz que a crise foi provocada por Sócrates. Aliás, ainda hoje, ao ver o debate sobre as políticas de austeridade, reparei que o PSD descobriu finalmente aquilo que andou a negar durante três anos, já reconhece que há uma crise internacional e que é preciso fazer-lhe frente, isto é, foi preciso ter que ceder deixar passar um programa de austeridade para recorrer à crise para se desculpar.