Durantes as últimas décadas o país primeiro criou direitos e depois gastou sem sequer fazer as contas, desde os anos setenta que não deve ter havido um único ano sem défice orçamental. Os políticos disputam os cargos propondo ofertas aos eleitores, oferecendo novas borlas, novos subsídios, e os eleitores gostam escolhem os que oferecem mais glorificam os que no passado mais ofereceram, pouco se importando com a origem do dinheiro, tem-lhes sido indiferente que as benesses sejam pagas com os seu próprio dinheiro, com dívida pública ou com fundos comunitários.
O país tornou-se na Scutelância, o país das borlas e o modeloque apenas se preocupa com a forma de gastar a riqueza soçobrou, a combinação da crise internacional com a dívida pública levou-o à falência.
Mas os políticos não perceberam e se até aqui disputavam o voto dos eleitores oferecendo e escolhendo os destinatários das prendas sociais, agora disputam os votos escolhendo os portugueses que devem assacar com as responsabilidades. Uns desprezam os funcionários públicos, outros preocupam-se porque o aumento do iva atinge os pequenos comerciantes que constituem o músculo da sua máquina partidária. Dantes disputavam a maximização dos votos, agora degladiam-se para minimizar os prejuízos eleitorais.
Num momento de crise profunda de um modelo que foi ou caminha a passos rápidos para a falência, quando seria de esperar um projecto colectivo sem o qual Portugal nunca poderá superar esta crise, os dirigentes políticos lutam pela sobrevivência no poder, seja este a liderança governamental ou partidária, dividindo os portugueses. Tramam-se mais uns para que os outros fiquem contentes e justifiquem o sacrifícios dos vizinhos com velhas acusações de gandulagem, no próximo OE as vítimas serão outras ou muito provavelmente as mesmas.
E enquanto o sacrifícios de alguns dá ao país a sensação de sobrevivência de um modelo económico e social falido a Scutelândia salva-se mais um ano, até porque o aumento das exportações dão mais um ano de vida à economia. ´Parece que o país terá mesmo que ir à bancarrota para que os portugueses percebam que este imenso esquema de borlas conduzirá os portugueses à miséria.