sexta-feira, outubro 01, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Flor da Quinta da Bela Vista

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Numa quinta do Minho

A MENTIRA DO DIA

Numa decisão inédita e inesperada os ambientalistas portugueses vão lançar a campanha "salvemos os peixinhos do Rio Águeda", lembrando a famosa campanha do "salvemos o lince da Serra da Malcata". O mais curioso desta decisão é que os ambientalistas estão convencidos de que a quase extinção dos peixinhos do Rio Águeda não se deve à falta de água, a algum despejo de uma fábrica ou à poluição resultante de esgotos, é uma consequência colateral da pré-campanha para as presidenciais.

A última legislatura deve ter sido uma boa época para os peixinhos do Rio Águeda, Manuel Alegre, o seu maior inimigo, andou ocupadíssimo, e em vez de pescar nas águas do rio da sua terra entre duas linhas de poesia andou pela capital em busca de uma pescaria de votos e simpatizantes.

Cada vez que Correia de Campos fechava uma maternidade ou um SAP os peixinhos apanhavam um susto ao ouvirem o vozeirão do pescador, mas acabavam por ficar tranquilos, o velho pescador não estava à beira rio. Foram cinco anos durante os quais os peixinhos puderam alimentar-se e procriar-se à vontade, durante toda uma legislatura não tiveram de se cruzar com os anzóis de Manuel Alegre.

Mas acabou a vida prazenteira dos peixinhos do Rio Águeda, quando esperavam que Manuel Alegre andasse pelo país numa tentativa de encher os xalavares de votos, começando pelos dos renitentes marxistas, leninistas, trotskistas, maoistas e pecês arrependidos do Bloco, eis que o candidato presidencial não lhes larga a barbatana.

Ouviram dizer que o governo tinha adoptado um PEC e saíram das pedras pensando que o poeta ia agarrar os microfones da comunicação e foram enganados, aquele que durante cinco anos tinha trocado as canas de pesca pelos microfones enganou-os, em vez do vozeirão anti-Sócrates de outros tempos o poeta optou por regressar aos anzóis. Quando o governo adoptou o PEC 2 voltaram a ser enganados, pensaram que era dessa que podia subir as águas do rio descansados, que uma palavra do candidato era inevitável, mas enganaram-se, voltaram a cair nos anzóis do poeta.

Agora que o país caminhava para a bancarrota e pagava juros mais altos do que os cobrados pelo crédito instantâneo pensaram que podiam mesmo voltar a nadar tranquilamente nas águas do rio, era impensável que o candidato ficasse calado, ele que nunca se calou por nada, nenhum peixinho do Rio Águeda imaginou que desta vez o candidato não falasse. Azar, voltaram a enganar-se, o candidato voltou a trocar a urna dos votos por um xalavar cheio de peixinhos.
É tempo de gritar “salvemos os peixinhos do Rio Águeda!”, a pescar a este ritmo os peixinhos daquele rio vão desaparecer ainda antes de Alegre terminar a sua carreira política.

JUMENTO DO DIA

Teixeira dos Santos

O ministro das Finanças, um homem que como todos sabem é muito espirituoso, comparou as medidas de austeridade a um antibiótico que deve ser tomado apenas quando é necessário. Pela forma como tratou a função pública eu diria que Teixeira dos Santos está clinicamente enganado o que mostra que seria tão bom médico como tem sido ministro das Finanças. As medidas que adoptou não foi um tratamento a antibióticos o que ele fez foi amputar os dedos aos funcionários públicos. Pior ainda, as previsões económicas que andou a fazer nos últimos dois anos não foram diagnósticos médicos, foram adivinhações mais próprias do prof. Mamba do que de um professor de economia.

A FALSA SOLUÇÃO

A transferência do fundo de pensões da PT pode tapar um buraco orçamental cuja existência Teixeira dos Santos desmentia ainda há uma semana, numa tentativa de enganar os portugueses e os mercados, ignorando que é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo. Só que é uma má solução já que recebe-se agora para gastar mais tarde. É como se o governo tivesse recorrido ao crédito sem nos dizer qual a taxa de juro que vai ter de pagar, por isso Teixeira dos Santos está obrigado a informar os portugueses sobre as consequências do negócio.

«O "coelho da cartola" para o Governo garantir o cumprimento do défice orçamental em 7,3% do PIB este ano chama-se fundo de pensões da PT. O ministro das Finanças anunciou ontem ao País que aquele fundo de pensões vai ser transferido para o Estado, o que permitirá um encaixe extraordinário de 2,6 mil milhões de euros. Esta verba será registada como receita da administração pública, permitindo tapar o buraco das contas públicas, que é afinal maior do que se previa, como ontem admitiu o ministro das Finanças.» [DN]

O PAÍS DA FARTURA

Neste momento vale a pena recordar que em vez de dois submarinos o governo de Guterres queria quatro, que as linhas de TGV decididas por Durão Barroso eram muitas mais e que quanto ao aeroporto na Ota estavam todos de acordo. O país estava doido?

O argumento de que a culpa foi do aumento do serviço da dívida é uma fraca desculpa, quem recorre ao crédito, seja uma família, uma empresa ou o Estado, deve questionar-se se aguenta o pagamento da dívida se os juros subirem a níveis superiores ao normal.

ÀS VEZES VAI-SE À PROCURA DE LÃ E SAI-SE TOSQUIADO

Foi assim que Sócrates respondeu a Paulo Portas depois deste o ter questionado sobre a redução do investimento público. Sócrates tem toda a razão ao responder neste termos a Portas, mas a verdade é que o tosquiado fui eu e não me recordo de ter ido em busca de lã.

UMA PERGUNTA AO MINISTRO DAS FINANÇAS

Quanto é que a PT vai pagar em impostos por conta das mais-valias obtidas na venda da VIVO?

MEDIDAS ADOPTADAS EM PORTUGAL SÃO MAIS DURAS DO QUE AS DA GRÉCIA

É só comparar:

«Em termos de carga fiscal, Atenas vai avançar com um aumento em dois pontos percentuais do IVA, para 21% face aos 19% actuais. Os impostos sobre o álcool e o tabaco também vão subir pela segunda vez este ano.

A mais impopular de todas as medidas será, no entanto, um corte de cerca de 30% em alguns rendimentos da função pública, como os subsídios de Natal e de férias, o que vai permitir pagar menos um salário por ano. Ao mesmo tempo, as pensões dos antigos funcionários do Estado serão congeladas.

Este segundo conjunto de medidas visa não só convencer Bruxelas, que desenhou um plano de ‘back up' para ajudar a Grécia, mas também as agências de ‘rating', que na semana passada anteciparam novos cortes no ‘rating' se nada for feito.

As medidas hoje anunciadas equivalem a cerca de 2% do PIB grego. A missão do Governo é emagrecer drasticamente o saldo negativo das contas públicas de cerca de 13% para um valor que respeite o Pacto de Estabilidade e Crescimento, inferior a 3% do PIB, até 2013.» [Diário Económico]

A MEDIDAZITA QUE FALTOU

«Ele é vogal de uma dessas entidades reguladoras portuguesas - insisto, não é ministro de país rico, é um vogal de entidade reguladora de país pobre - e foi de Lisboa ao Porto a uma reunião. Foi de avião, o que nem me parece um exagero, embora seja pago pelos meus impostos. Se ele tem uma função pública é bom que gaste o que é eficaz para a exercer bem: ir de avião é rápido e pode ser económico. Chegado ao Aeroporto de Sá Carneiro, o homem telefonou: "Onde está, sr. Martins?" O Martins é o motorista, saiu mais cedo de Lisboa para estar a horas em Pedras Rubras. O vogal da entidade reguladora não suporta a auto-estrada A1. O Martins foi levar o senhor doutor à reunião, esperou por ele, levou-o às compras porque a Baixa portuense é complicada, e foi depositá-lo de volta a Pedras Rubras. O Martins e o nosso carro regressaram pela auto-estrada a Lisboa. O vogal fez contas pelo relógio e concluiu que o Martins não estaria a tempo na Portela. Encolheu os ombros e regressou a casa de táxi, o que também detestava, mas há dias em que se tem de fazer sacrifícios. Na sua crónica nesta edição do DN, o meu camarada Jorge Fiel diz que o Estado tem 28 793 automóveis. Nunca perceberei por que razão os políticos não sabem apresentar medidas duras. Sócrates, ontem, ter-me-ia convencido se tivesse também anunciado que o Estado passou a ter 28 792 automóveis. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A ESTRATÉGIA DE PASSOS COELHO É UM ENIGMA

«Em ciência política, é comum partir do princípio da racionalidade dos actores políticos. Significa isto que se atribui a todos os líderes políticos a capacidade de, perante um objectivo, e com alguma informação, o de escolher o melhor caminho para alcançar esses mesmos objectivos. Mas há qualquer coisa de sistematicamente irracional nos líderes recentes do PSD, dificilmente explicável à luz dos conhecimentos que existem sobre os processos políticos. Por exemplo, a decisão de Manuela Ferreira Leite de não fazer campanha eleitoral nas últimas eleições desbaratando a vitória nas recentes europeias, ou agora toda esta conduta de Passos Coelho.

Se, até justamente, o PSD apenas queria contribuir para que o governo tomasse mais medidas de cortes de despesa do Estado, devia tê-lo feito sem perder a postura de credibilidade que interessa a um partido que quer ser Governo. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Marina Costa Lobo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A TERRA A QUEM TRABALHA

«É, só que não basta ter ideias, é preciso muito trabalho. Sobretudo no lado da Oposição, que não tem ao seu dispor a máquina do Estado. Mas a Oposição também é paga pelos contribuintes e por isso podemos exigir-lhe mais.

Fiquei chocado, confesso, com a reacção do responsável da Economia do PSD, António Nogueira Leite, à vinda do director-geral da OCDE a Portugal, ao que este disse, e ao conteúdo do relatório que ele veio trazer. É verdade que todo esse pacote foi feito para apoiar o governo português. Pelo menos é que me parece mais justo deduzir. Mas o apoio não foi dado ao Eng. Sócrates ou ao partido de que é líder, mas sim a um Estado que está mais uma vez a ser ameaçado pelo andamento dos juros nos mercados internacionais.

Essa dedução é tanto mais legítima, quando pensamos que as outras duas instituições internacionais que importam actualmente nestas matérias, a Comissão Europeia e o FMI, fizeram exactamente o mesmo, embora de forma mais discreta. Temos de nos habituar a isto. Perante uma economia global cada vez mais global, a política tem de ser cada vez menos caseira e as organizações internacionais precisam de intervir cada vez mais, mesmo no acompanhamento da política doméstica de cada país.

Se Portugal estivesse em período de eleições legislativas, talvez se tivesse de pedir mais cuidado a esse tipo de intervenção. Mas, de facto, não está.

E fiquei também chocado com a falta de oportunismo político, revelado pela mesma reacção. Talvez tenha sido por falta de atenção. É que, de facto, o documento que a OCDE produziu é seguramente um dos melhores documentos sobre aquilo que está mal na condução da economia portuguesa. O PSD tinha ali uma fonte de críticas, fundamentadas, quanto ao papel do governo na economia, às falhas nas reformas que não foram feitas, aos problemas que nem sequer foram equacionados.

E o que diz o relatório? Fácil, diz que se deve reduzir a carga fiscal sobre o trabalho e aumentar os impostos indirectos, ao consumo. Com isso baixam-se os custos do trabalho e contribui-se para a diminuição do consumo. Com dois anos de reuniões com economistas, o PSD ainda não se tinha lembrado disto? Não faz mal. Está agora aí, naquela que podia ser uma bofetada ao governo.

Que mais? Aproximar a legislação que afecta os trabalhadores com contratos a termo certo, dos restantes com contratos permanentes; e alterar a forma de atribuição do subsídio de desemprego, de modo a estimular a procura e aceitação de novos empregos.

Há mais propostas destas, simples e eficazes, e que não se percebe como não foram utilizadas como (boas) armas de arremesso contra o governo.

Há sempre lógica nas coisas, quando a queremos encontrar. Neste caso, a lógica é a de que a Oposição do PSD segue a lei do menor esforço. Como tem de fazer frente a uma autêntica máquina de propaganda do Governo, como não tem capacidade de mobilizar esforços para elaborar propostas alternativas fundadas em investigação, reflexão, discussão, a Oposição prefere avançar com a política da terra queimada.

Sempre foi assim, mas agora essas falhas revelaram-se no seu extremo, com o ataque à recente intervenção da OCDE, banal e até útil para o país.

Esta falha da Oposição não será porventura fácil de ultrapassar. O que temos é um partido, o PSD, contra o Estado, contra o governo, e um partido com dificuldade em arregimentar boas cabeças para um trabalho demorado e não excessivamente interessante. Para além disso, não há garantia de se ganharem as eleições, e todo o trabalho pode ir por água abaixo.

Mas a verdade é que o "povo" gosta de quem trabalha e por isso as hipóteses de recompensa podem ser boas. Veja o PSD: há dois anos (ou mais) que instalou a moda das "reuniões de economistas" - que são a antítese do que aqui se defende. Pelos vistos, essas reuniões não têm tido grande impacto nas sondagens. Que tal experimentar o contrário, reuniões de trabalho, com resultados concretos? Esse caminho obriga a que não se descure as contribuições de todos, incluindo as de uma organização de qualidade garantida como é a OCDE. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Pedro Lains.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PASSOS COELHO JÁ QUER AJUDAR O PAÍS A SAIR DA CRISE


«O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que os sociais democratas estarão "à altura das suas responsabilidades" para "encontrar uma maneira de tirar o país da situação em que ele se encontra".

No final de uma visita ao Instituto de Ciências Aplicadas e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o líder social democrata frisou ainda que as novas medidas de austeridade apresentadas quarta feira pelo Governo são "o início" e "não o fim" das negociações em torno das contas do Estado.

"A proposta que o governo apresentou e que precisa de ser explicada e detalhada será apresentada com a proposta de Orçamento no Parlamento e marcará não o fim, mas o início da conversa e do caminho que haveremos de encontrar para sairmos da grave situação em que estamos".

E acrescentou: "O PSD estará com certeza à altura das suas responsabilidades para, no Parlamento, encontrar uma maneira de tirar o país da situação em que ele se encontra".» [DN]

Parecer:

Mudou de opinião num par de horas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se é agora que ele vai apresentar as suas propostas.»

AO QUE ISTO CHEGOU!

«A primeira lista de material e equipamento que a PSP apresentou à tutela, no início do ano, como necessário para o cumprimento das suas missões de ordem pública, exigia uma despesa de 20 milhões de euros. Ontem, em conferência de imprensa, o comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP) assumiu tratar-se de equipamento cuja falta "tem vindo a ser identificada ao longo dos anos" e que a exigência da operação de segurança da Cimeira da NATO em Novembro "catalisou" a urgência da sua aquisição.

A compra dos seis blindados, os quais o intendente Magina da Silva fez questão, em rigor, de explicar que se tratam de "veículos de transporte de pessoal com protecção balística" (semelhantes aos da foto), faz parte desse inventário de falhas identificado pela PSP. "A sua utilização não se esgota, como é óbvio, na Cimeira da NATO. É sabido que a PSP tem competência sobre mais de 300 zonas urbanas sensíveis e, apesar de ser um facto que a criminalidade violenta e grave desceu 11%, também é verdade que a PSP tem de entrar nessas zonas em situações de alteração de ordem pública graves, envolvendo armas de fogo." O comandante da UEP lembrou que "a PSP é a única força de segurança urbana europeia que não possui este tipo de veículos indispensáveis a garantir, não só a segurança dos cidadãos, mas também para protecção dos agentes policiais".» [DN]

Parecer:

Um dia destes teremos de comprar carros blindados para andar em Lisboa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário ao ministro da Administração Interna.»

PAPÁS DESCUIDADOS

«Um menino de três anos foi apanhado com 20 gramas de marijuana numa escola pré-primária de Lake City, na Florida (EUA), depois de ser denunciado à professora por um colega.

Uma busca permitiu encontrar dois saquinhos de marijuana, que a criança afirmou pertencerem ao seu pai.

Suspenso pela escola durante o resto do dia, o jovem foi entregue à mãe, que negou ter qualquer conhecimento sobre a proveniência dos estupefacientes. Nada foi encontrado numa busca policial à casa onde residem.» [CM]

CGTP DÁ O SEU CONTRIBUTO PARA COMBATER A CRISE

«A CGTP disse hoje que vai "intensificar a luta" contra "a chantagem dos agiotas internacionais", na sequência do pacote de medidas de austeridade anunciado pelo Governo, mas remete para sexta feira um anúncio da decisão, após a reunião do conselho nacional. Segundo o jornal Público o conselho nacional da CGTP vai propor amanhã à assembleia de dirigentes e activistas sindicais a realização de uma greve geral para 24 de Novembro, antes da aprovação final do Orçamento do Estado para 2011.» [DN]

Parecer:

Era de esperar, Carvalho da Silva não está neste mundo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recuse-se a adesão à greve geral com objectivos políticos.»

CRISE?

«A Porsche AG anunciou hoje que o 911 Speedster pode esgotar já em Outubro. O automóvel custa 275 mil dólares (201400 euros) e as encomendas aumentam a cada hora que passa.

Os automóveis começam a ser distribuídos em Novembro e a produção está limitada a 356 viaturas, avança a Bloomberg.As previsões vendas de automóveis de luxo para este ano são favoráveis à indústria, garantem a Daimler e a BMW. Já a Volkswagen afirma acreditar que os carros de luxo que estão a apresentar também vão esgotar.» [i]

APROXIMAR OS FUNCIONÁRIOS DOS TRABALHADORES DO SECTOR PRIVADO

«Pode parecer um direito adquirido, mas não é: ao contrário do que acontece com os salários do sector privado, que não podem ser beliscados, se o Governo quiser, pode cortar os salários na Função Pública.

Na Função Pública não há disposições legais que proíbam expressamente a redução salarial. Os trabalhadores do Estado "não têm um direito formal de manter rendimentos iguais ou maiores [os do passado], pode haver um corte nominal dos salários", explicou recentemente Tiago Duarte, professor na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, ao Negócios. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Cinicamente o aumento do desconto para a CGA é justificado como uma aproximação aos trabalhadores do sector privado. Mas a aproximação só funciona naquilo que há de pior.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o cinismo.»

BEBÉ NASCE TRÊS SEMANAS DEPOIS DE A MÃE MORRER

«Há mais de três semanas que Edil, de 28 anos, morreu no Hospital de Santa Ana, em Turim, Itália. Exactamente 22 dias após a morte, a jovem deu à luz uma menina, com apenas 800 gramas mas que se encontra de boa saúde.

Edil, a mãe, esteve três semanas ligada a uma máquina, foi alimentada por uma sonda e recebeu injecções para controlar a pressão sanguínea. Os médicos continuaram a tratar de Edil como quando era viva, pela simples razão de que dentro dela ainda havia uma vida. Quando a jovem morreu o feto encontrava-se no sexto mês de gestação.» [Jornal de Notícias]

O MOMENTO BLOQUISTA DE MANUEL ALEGRE

«O candidato a Presidente da República, Manuel Alegre defendeu esta quinta-feira uma maior contribuição da banca para fazer face à crise, escreve a Lusa.

Na visita à Planimolde, empresa do presidente da Mesa da Assembleia Municipal da Marinha Grande (PS), Manuel Alegre afirmou que «num plano de equidade e justiça, deveria exigir-se à banca uma maior contribuição para a resolução da crise e dos problemas do país». » [Portugal Diário]

Parecer:

Sem saber muito bem para onde se virar Alegre reage à Louçã, com um argumento da treta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

DIVERSIDADE NAS CIDADES PRECISA DE SER PROTEGIDA

«Na paisagem urbana, à beira de uma auto-estrada ou num jardim rodeado de trânsito, escondem-se habitantes que associamos às paisagens naturais. Sapos parteiros, rãs verdes, tritões, salamandras e cobras com pernas. A biodiversidade das cidades também precisa de ser protegida, alertam os biólogos.

A história de Raquel Ribeiro, bióloga do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, podia ter um título que já vimos noutro lado: a princesa e o sapo. E quem fala de sapos fala de rãs, salamandras, licranços, cobras com pernas... Todo o tipo de répteis e anfíbios de que se foge sem razão nenhuma. » [Público]

NO "APARELHO DE ESTADO"

"A penosa caminhada de Manuel Alegre", um post de Tomás Vasques:

«Manuel Alegre, em fim de carreira política (que no fundo se resume a trinta e tal anos sentado no Parlamento), candidatou-se à presidência da República acalentando o sonho de ser o Hugo Chávez português, o cavaleiro andante do "socialismo do século XXI", o quebra-bilhas da Europa capitalista.

Mas, para sua desdita, o poeta não tem os pergaminhos de militar de carreira do tenente-coronel venezuelano, nem Francisco Louçã, o seu inventor nesta segunda candidatura, tem força política para o levar ao colo até Belém.

Para Manuel Alegre, enquanto candidato à presidência da República, mais pesada que a derrota eleitoral de Janeiro próximo, foi a estrondosa derrota nas eleições legislativas de Setembro de 2009, há precisamente um ano.

O ex-deputado socialista apostou tudo na derrota do PS e num significativo crescimento eleitoral do Bloco. Procurou, ao lado de Louçã, no Teatro da Trindade e na Aula Magna, chamar ao BE os descontes de esquerda com a governação socialista e os órfãos partidários.

Não perdeu, então, uma única ocasião para se vilipendiar o partido onde sempre se abrigou, ameaçando dia sim, dia não com a formação de outro partido.

O sonho parecia simples e exequível: 1) um PS derrotado, em crise e à beira da implosão; 2) um BE forte, com 17 ou 18%; e Manuela Ferreira Leite a dirigir o governo e a aplicar duras medidas de austeridade.

Esta era a base de partida para o projecto "venezuelano": a vitória nas eleições presidenciais e a constituição de um partido socialista unificado, com o BE, destroços do PS e órfãos e descontentes de todas as matizes.

O PCP viria a reboque, tal como na Venezuela os comunistas andam a reboque do tenente-coronel e do seu "socialismo do século XXI" - uma mistela ideológica, onde a ambição pessoal ocupa um espaço privilegiado.

Raramente a realidade acompanha o sonho. A vitória de José Sócrates nas legislativas e o insuficiente resultado eleitoral do BE esburacaram a urdidura.

Agora, apenas assistimos a uma penosa caminhada de Manuela Alegre até Janeiro. Canta o guião como no sonho que inventou, fazendo eco dos discursos de Loução, mas atabalhoado, sem alma, nem jeito, vazio, sem se dar conta da realidade.

A vitória do PS há um ano foi a derrota do sonho "presidencialista" e do projecto "socialismo do século XXI" da dupla Manuel Alegre-Francisco Louçã. José Sócrates percebeu isso desde o primeiro segundo. Por isso, mesmo fazendo-se rogado, deu-lhe tranquilamente o abraço de urso.»

NO "RAIM'S BLOG"

YAKOVLEV A.

ANTONIO FEDERICI ICE CREAM