A semana que terminou ficará para a história das eleições presidenciais como a semana em que Cavaco Silva salvou o país mesmo a tempo de apresentar a sua recandidatura, depois ter dito que Portugal estava numa situação insustentável, fazendo ao país o que no passado fez à Bolsa de Valores de Lisboa, mandou Passos Coelho comer uns pastéis em Alcobaça enquanto o seu homem punha ordem na casa negociando com Teixeira dos Santos. Assim Passos Coelho não fará mais diatribes e na próxima quarta-feira os ses defensores poderão dizer que a sua recandidatura provocou a maior descida na taxa de juro da dívida soberana dos últimos seis meses.
Os portugueses ficaram a saber graças à Moody’s que o país enterrou cerca de 4,5 mil milhões de euros, mais ou menos aquilo que o governo vai cortar no Orçamento de Estado à custa de um aumento de impostos e do corte no vencimento dos funcionários públicos. Mas se todos sabemos onde é que o governo foi buscar os milhares de milhões de euros já nunca saberão para onde foram os 4,5 mil milhões de euros porque a bem da Nação e para tranquilidade de algumas boas famílias da burguesia política nacional o assunto é segredo de Estado. Enquanto uns vivem desafogadamente graças aos ganhos fáceis com negócios no BPN outros suportam a crise.
Parece que ainda antes de Cavaco Silva ter seguido a sugestão do conselheiro de Estado Capucho para nomear o facilitador Eduardo Catroga os deputados do PSD terão chegado a acordo em evitar que o iva a aplicar ao leite com chocolate seja de 23%. Ainda bem, num país onde parece que andam todos bêbados ficamos descansado que pelo menos as crianças estão sóbrias, ainda não é desta que as sopas de cavalo cansado entram nas ementas escolares.
Finalmente Manuela Moura Guedes ficou curada e deixou de viver à custa dos contribuintes, chegou a acordo com a TVI que lhe receitou uns milhões de euros para que deixasse de estar de atestado.
