domingo, outubro 03, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Janela, Coruche

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Guimarães [Imagem de A. Cabral]

A MENTIRA DO DIA

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

O primeiro-ministro deve debater mais e ameaçar menos, depois de tanta ameaça de se demitir ainda alguém se lembra de lhe recordar que de insubstituíveis está o cemitério cheio.

«José Sócrates não admite erros na governação. O governo fez e vai fazer o que pode mas em Maio "estava convencido" de que não eram necessárias mais medidas do que aquelas que foram avançadas no chamado PEC II. Agora, depois do anuncio do PEC III, Sócrates não desarma na dramatização. Caso o Orçamento do Estado para 2011 não seja aprovado na Assembleia da República, o primeiro-ministro demite-se. "Alguém pode pedir a um governo que governe com o orçamento dos outros?", questionou em entrevista à RTP para logo depois lançar o repto à oposição. "Se a oposição quiser" que o governo trabalhe com um orçamento deles, "venha para o governo."» [i]

O ÚLTIMO GRANDE ERRO DO PSD

Foi ter escolhido Pedro Passos Coelho em vez de Nogueira Leite para líder.

UMA FOTOGRAFIA DIZ MAIS DO QUE MIL PALAVRAS

Um dia destes, quando Sócrates for alvo de mais um processo manhoso já sei qual a fotografia escolhida pelo CM, vai mostrar as cuecas do primeiro-ministro penduradas ao sol, uma prova de que ele se terá borrado.

É assim o nosso jornalismo.

MONARQUIA?

No estado em que o país está o nosso monarca seria mais do género do rei dos Zulus do que da rainha de Inglaterra.

A "BONECA" QUE CARREGUE O DURÃO BARROSO

«Um Mercedes S450, de 134 mil euros, adquirido pelo Governo, está envolto em mistério. O gabinete do primeiro-ministro diz que o carro substitui outro em mau estado e se destina a transportar altas individualidades . Numa altura em que Sócrates pede sacrifícios, ninguém parece querer assumir a propriedade do luxuoso veículo.

O novo Mercedes deverá ser usado pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, na Cimeira da NATO, dias 19 e 20 de Novembro. Durão, aliás, costumava usar um outro veículo que S. Bento já tinha para esse efeito nas suas deslocações em Portugal.» [Sol]

Depois das medidas de austeridade os nossos jornalistas vão ter muitas oportunidades de trabalho, andam a vasculhar as compras do Estado e se o primeiro-ministro se lembrar de pedir uma bica pingada ainda vão concluir que é um mau exemplo, deveria ter poupado no leite. EM austeridade o país deve apresentar-se como miserável, os ministros devem andar de alpargatas e os convidados estrangeiros devem andar de Metro.

Eu vo mais longe, acho que o primeiro-ministro deve prescindir do carro de serviço e do motorista e comprar a famosa "Boneca" contratando os serviços do senhor Jorge Rodrigues já que foi impedido de conduzir a sua "Casal" mas pode continuar a circular com a carroça puxada pela sua "Boneca". Neste país de burros a "Boneca" seria o melhor símbolo da austeridade e pagaria para ver o Durão Barros, o Sócrates e Cavaco Silva, todos juntos para poupar na palha, a chegar ao Parque das Nações, onde se realizará a conferência da Nato.

SÓ PODIA TER SUCEDIDO EM MASSAMÁ!

«Apoiado em muletas e armado com dois punhais, um homem de 50 anos, deficiente físico, com uma perna amputada ao nível do joelho, tentou, na manhã de ontem, assaltar a Caixa Geral de Depósitos na rua Direita, em Massamá. Sem sucesso, acabaria por se barricar na dependência bancária até ser preso pela PSP.» [CM]

Parecer:

Um dia destes o Botas ainda vai dizer que o PSD também foi assaltado por um coxo de Massamá.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

MONARQUIA?

«É impossível saber quantos são os portugueses que defendem a restauração da monarquia, mas a verdade é que os ideais monárquicos têm vindo a ganhar visibilidade, quer na Internet quer em acções de rua. Dizem que, por precisar do apoio dos partidos políticos, o Presidente da República nunca pode ser completamente independente, e defendem que o rei não só é o representante natural e de todos os portugueses, mas também um garante da unidade nacional e da estabilidade do País. Num momento de crise - não só económica mas, sobretudo, de valores - os ideais monárquicos podem ganhar cada vez mais terreno. No dia 5 de Outubro, um grupo de monárquicos vai reunir-se em Guimarães para uma declaração de lealdade a D. Duarte.» [DN]

Parecer:

Com o país que somos o nosso rei seria mais do género do rei doz zulus do que da rainha de Inglaterra.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

TROPA ANDA AOS TIROS EM LISBOA SEM AVISAR

«Os residentes na zona da Encarnação, em Lisboa, viveram momentos de terror ao ouvirem, na madrugada de terça para quarta-feira, dezenas de tiros na rua. Quando espreitaram à janela, o que viram não os sossegou: um grupo de militares encapuzados, de camuflado, armados até aos dentes, tentavam entrar de assalto numas instalações do Exército.

De repente, parecia que o País tinha voltado atrás no tempo e se estava no 11 de Março de 1975, quando as tropas bombardearam o quartel dos Ralis, na Encarnação.

Era tudo a fingir, um simulacro do Exército para testar a segurança de instalações naquele local, mas ouve um pequeno esquecimento... ninguém tinha sido informado, nem mesmo a PSP. Os telefones do Comando Metropolitano de Lisboa não paravam de tocar. As pessoas, a quem o sono tinha sido roubado ao som de rajadas, estavam em pânico. A polícia, que ignorava tratar-se de um exercício, enviou carros patrulha com equipas de intervenção rápida. » [DN]

Parecer:

Um exercício perfeito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à tropa que da próxima assalte o Palácio de Beelém ou de São bento para dar mais realismo ao exercício.»

MÉDICOS PODERÃO FUGIR PARA O SECTOR PRIVADO

«A quase totalidade dos médicos que trabalham no SNS vai sofrer cortes salariais na sequência do novo plano de austeridade anunciado na quarta-feira. Há mais de 26 mil clínicos a trabalhar no sector público e, de acordo com as tabelas salariais para 2009 e 2010, só os médicos não especialistas auferem menos de 1500 euros e, por isso, estão isentos de cortes em 2011. Dirigentes sindicais acreditam que esta medida possa ditar a saída de médicos mais especializados, nomeadamente para o sector privado.

Mário Jorge Neves, dirigente da Federação Nacional dos Médicos, disse ao DN que "quase todos os médicos que estão no serviço público vão ser alvo de cortes, estão a contrato individual de trabalho ou de funções públicas", avança. O bastonário, Pedro Nunes, relembra que "mesmo os internos são afectados, porque ganham acima de 1500 euros". De fora, talvez fiquem apenas "os internos do primeiro ano (ano comum), ou seja, os que ainda não estão a especializar-se", acrescenta Mário Jorge Neves, porque estão no limite de 1500 euros.» [DN]

Parecer:

E estão a esquecer-se do fim das horas extraordinárias.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O último a sair que apague a luz.»

O LIBERAL TEIXEIRA DOS SANTOS

«O executivo já anunciou que pretende reduzir os salários da função pública em 2011 mas, para que a medida tenha o máximo alcance, terá de mexer no Código do Trabalho (CT). Só assim abrangerá o maior número de funcionários possível. Os patrões do privado dizem que mexer no CT não é uma prioridade, mas admitem que baixar salários é necessário. "Empresas de mão de obra intensiva e mais expostas à concorrência externa podem necessitar de algum ajustamento salarial em baixa", disse ao i, António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), ressalvando que "falar em alterar o CT sem explorar as suas potencialidades é abrir uma caixa de Pandora". Arménio Carlos, da CGTP, considera a ideia "totalmente irresponsável e perigosa face às necessidades da economia" e nem quer acreditar que tal proposta possa existir.

Na quinta-feira, em Bruxelas, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, deu as primeiras pistas nesse sentido, reagindo aos pedidos de mais reformas no mercado de trabalho por parte do Eurogrupo (que reúne os ministros das Finanças do euro): "Creio que temos de incluir elementos de maior descentralização no processo de formação dos salários, permitindo aí um elemento de flexibilidade adicional. E quando se fala em reforma do mercado laboral é mais essa a preocupação e isto atenta a evolução dos custos unitários do trabalho na nossa economia, nos últimos anos."» [i]

Parecer:

Este Teixeira dos Santos ainda vai surpreender-nos mais vezes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

COITADO DO VASCO FRANCO

«A medida do governo que acaba com a acumulação de vencimentos públicos com pensões de reforma do sistema público de aposentações não vai afectar os rendimentos do Presidente da República. O secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, também não vai ver os seus rendimentos reduzidos.

O Presidente da República recebe duas pensões de reforma - uma do Banco de Portugal e outra da Caixa Geral de Aposentações por descontos enquanto professor na Universidade Católica, que somam cerca de cinco mil euros - e o vencimento enquanto Presidente da República, que ultrapassa os sete mil euros. Ambas ficam a salvo com esta proposta do governo, apresentada na quarta-feira depois do Conselho de Ministros extraordinário. O executivo de Sócrates vai apenas aplicar a medida para o futuro, ou seja, para os novos pensionistas e não para aqueles que já acumulam os vencimentos com pensões de reforma. A medida só vai entrar em vigor com o Orçamento do Estado para 2011.» [i]

Parecer:

Anda uma pessoa a trabalhar toda uma vida para ganhar uma pensão, decide trabalhar mais uns tempos em nome do interesse público e fazem-lhe uma coisa destas... Mais sorte teve Cavaco Silva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

ACREDITE QUEM QUISER

«O primeiro-ministro afastou hoje a possibilidade de ser necessário apresentar um novo pacote de austeridade no próximo ano para garantir a descida do défice para 4,6% em 2011.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Ainda há poucos dias o ministro das Finanças assegurava que o défice estava em linha com as previsões e Sócrates assegurava que não iria cortar no vencimento dos funcionários.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não se considerem as afirmações do primeiro-ministro e do ministro das Finanças em matéria de política económica.»

AUSTERIDADE CORRIGIU O DÉFICE DE VOTOS DO PSD

«O PS já está a sentir o efeito das novas medidas de austeridade anunciadas na última quarta-feira. Segundo uma sondagem da Eurosondagem para o Expresso, o PSD já ultrapassou os socialistas nas intenções de voto.

Se as legislativas fossem hoje, 35 por cento dos portugueses votariam nos sociais-democratas e 33 por cento no PS. A CDU obteria 9,7 por cento dos votos, o BE 9,3 e o CDS 7. » [Portugal Diário]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se mais algum tempo para avaliar o impacto.»

NO "CÂMARA CORPORATIVA"

Faz-se a pergunta certa:

Bem, talvez o José Manuel Fernandes responda ao repto.

BARON