Uma música para tempos de crise, desta vez nem teremos fio dental!
Esta foi mais uma semana em que a palavra mais ouvida foi responsabilidade, não deixa de ser irónico que Cavaco Silva que teve de aturar Passos Coelho a promover revoltas estudantis contra as políticas de educação do seu governo, com Ferreira Leite como ministra, trata agora o mesmo Passos Coelho como um jovem imaturo que insiste em não perceber a diferença entre fazer política numa associação de estudantes e liderar o maior partido da oposição. É a mesma Ferreira Leite que esta semana abriu as hostilidades da ala cavaquista contra a miudagem de Pedro Passos Coelho, o suficiente para que a luta interna no PSD se tenha sobreposto ao conflito com Sócrates.
Mas Pedro Passos Coelho continua renitente em comer a sopa, dão-lhe uma colher tentando enganá-lo dizendo-lhe quai vai “um corte nos vencimentos dos funcionários” mas o puto embirrento não se deixa enganar e denuncia a presença de massa com números dos cortes nos benefícios fiscais, algo insuportável pois é preferível aturar as insinuações de Cavaco Silva do que as birras de Nogueira Leite. O Relvas bem se esforça fazendo sugestões para que melhorem a sopa mas sem resultado, Pedro Passos Coelho sabe que se comer a sopa vai ter de aturar Ângelo Correio, aquele que nos últimos anos lhe deu uns bifes.
Entre birras para comer a sopa o líder do PSD teve tempo para manifestar a solidariedade da alta sociedade de Massamá aos betinhos de Cascais, associou-se a uma importante iniciativa da vila piscatória e associou-se a uma iniciativa de solidariedade com os animaizinhos abandonados. Não sei se por lá encontraram algum dos líderes do PSD mas a experiência poderá ter sido útil a Pedro Passos Coelho, sempre pode apostar no seu futuro e promover uma sociedade protectora em Massamá, da forma como se está a enterrar bem pode vir a precisar de amparo num futuro próximo.
À margem do debate orçamental Manuel Maria Carrilho e José Seguro tiveram dois pequenos momentos de glória, o primeiro foi entrevistado por Mário Crespo para falar mal do desgraçado do “Magalhães” e das “Novas Oportunidades”, o segundo aproveitou para defender mais justiça nas medidas de austeridade. Este aquário em que se transformou a política portuguesa também tem os seus limpa-fundos, peixinhos que limpam o aquário alimentando-se da caquinha dos outros peixinhos.
