As políticas para a economia deste governo trazem-me à lembrança a velha anedota do compadre alentejano (pobre compadre alentejano que agora até leva com as diatribes governamentais) vendo a mulher agarradas aos pincéis lhe perguntou porque motivo se estava a pintar, perante a resposta de que era para ficar bonita interrogou-se então porque é que não ficas?
O então ministro da Economia, o sôr Álvaro que não gostava do tratamento por doutor, conseguiu um acordo de concertação laboral com a UGT do actual candidato ao tacho da presidência do CES, ele que intelectualmente brilha como a lua durante a lua nova. Desde Passos a Cavaco passando pela troika e pelo coxo das Finanças alemãs exibiram esse acordo como o exemplo a seguir, todos prometeram que agora sim, o mercado laboral era outro e ia ser criado emprego. A verdade é o desemprego disparou e apesar de mais um pacote laboral aprovado sem concertação e sem concerto, há quem ainda defenda mais medidas. Então porque é que não aparece emprego?
Passos Coelho descobriu que vendendo a EDP e a REN ao Partido Comunista da China e entregando tudo o que fosse público aos privados promoveria a democracia económica, uma revolução que combinada com a revolução do mercado laboral iria à formação de filas de investidores nas fronteiras do país. A verdade é que o Estado deixou de investir, que as empresas portuguesas deixaram de investir e os estrangeiros desapareceram. O único investimento de monta foi o realizado pela PT no centro de dados na Covilhã, mas esse já tinha sido lançado antes da chegada de Passos Coelho e da desgraças do BES/PT. Então porque não aparecem os investidores?
Durante dois anos quase era crime falar em crescimento económico, o pobre do sôr Álvaro chegou a ser enxovalhado em plena reunião do Conselho de Ministros por um tal Vítor Gaspar de quem já ninguém se quer lembrar. Como o enxovalho foi restrito alguma voz amiga do pobre ministro da Economia fez questão de tornar o enxovalho público e durante muito tempo a frase usada pelo colega canhalha, “não há dinheiro, qual das três palavras não percebeu” tornou-se na máxima deste governo e dos seus ideólogos. Entretanto o Gaspar fugiu e Passos percebeu que seria corrido se não mudasse o discurso, veio o bem cheiroso Pires de Lima que logo descobriu que vinha aí o milagre económico, em pouco tempo o caga tacos transformou-se em caga milhões e destronou a santinha da Ladeira como santa milagreira dos imbecis. A verdade é que desde o Verão que a economia não cresce e temos de perguntar como o compadre faria, então porque é que não cresce?
Passos fez a promessa de cortar as gorduras do Estado, o Gaspar trouxe um Rosalino do BdP e começou a revolução do Estado, mais tarde continuada e devidamente calendarizada pelo Paulo Portas. Acontece que os institutos, as direcções-gerais, as fundações, as gorduras, as despesas são as mesmas. Então porque é que o Estado não poupa?
Um dos maiores problemas da economia residia no financiamento das empresas e para resolver o problema os bancos foram recapitalizados com dinheiros públicos. Mas as empresas continuam com dificuldades de financiamento e o banco que mais as financiavam implodiu enquanto Passos Coelho passeava tranquilamente com as suas lindas xanatas pelas areias da Manta Rota. Se as empresas iam ser financiadas então porque não o foram?
Um dos maiores problemas da economia residia no financiamento das empresas e para resolver o problema os bancos foram recapitalizados com dinheiros públicos. Mas as empresas continuam com dificuldades de financiamento e o banco que mais as financiavam implodiu enquanto Passos Coelho passeava tranquilamente com as suas lindas xanatas pelas areias da Manta Rota. Se as empresas iam ser financiadas então porque não o foram?
O falhanço é tão grande que poderíamos fazer muitas perguntas como “porque é que o Citius falhou?”, “porque é que se morre nas filas de espera das urgências como se vivêssemos no norte da Nigéria?”, “porque é que que a dívida aumentou?”. Não há sector da sociedade onde o governo se possa gabar, excepto nos projectos que vindos do governo anterior não foram totalmente destruídos e persistem em dar resultados que os ministros oportunistas deste governo se apressam a abraçar, é o caso das energias renováveis ou do famoso Magalhães.