sábado, junho 28, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

 photo BES_zps4c09ed4f.jpg
     
Sede do BES, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Pires de Lima

Pires de Lima, a Santinha da Horta Seca para os seus amigos deste palheiro, ignora que não é ministro para fixar metas, mas também para dizer que medidas adopta ou propõe para as conseguir. Em vez disso cavalga na refinaria de Sines e continua a elogiar o falso milagre, projectando-o para o futuro como se tivesse alguma sustentabilidade.

Que medidas tem promovido Pires de Lima para atingir a meta que propõe para as exportações? Nenhuma.

«O governo quer que até 2020 as exportações representem mais de 50% do PIB, anunciou hoje o Ministro da Economia no discurso de abertura da Conferência Nacional Investimento e Empreendedorismo, na Fundação Serralves, no Porto.

"Portugal vive um processo de ajustamento muito exigente e que ainda não está completamente concluído. (...)Há um caminho que se tem feito de responsabilidade financeira, um caminho económico de mudança de paradigma", disse o ministro da Economia.

Em causa está um processo iniciado há vários anos que ditou um peso de 40% das exportações no PIB nacional, meta alcançada no fim de 2013. "Até 2020, as exportações têm que valer mais de 50% do PIB. Mais de metade da riqueza que se cria em Portugal tem que ser criada fora de Portugal, pela capacidade das empresas portuguesas poderem competir internacionalmente", afirmou.

António Pires de Lima sublinhou a recuperação económica do país por via de um aumento de 30% das exportações nos últimos quatro anos, reforçada por um decréscimo de 2% das importações no mesmo período. No primeiro trimestre do ano, o aumento das exportações em setores como o vestuário (+13%), calçado (+11%), turismo (+11%), viagens (+9%), agroindustrial (+9%), entre outros, foram fundamentais para equilibrar os efeitos produzidos pela queda das exportações de combustíveis (-38%).» [DN]
 
 Resumo da participação portuguesa no mundial

 photo FPF_zps89df977c.jpg

Ante-visão de um jogo de Portugal no Mundial 2018

Vamos ser campeões.
Não, não vamos porque o Ronaldo está lesionado.
Um azar nunca vem só, o Pepe também se lesionou.
Há uma epidemia de lesões, vamos tentar passar aos oitavos.
O árbitro foi um malandro, mostrou um vermelho e quando íamos recuperar não viu a grande penalidade.
Não vale a pena perder a esperança vamos ganhar os próximos dois jogos.
Este já está ganho.
Azar, eles empataram, mas ainda falta muito tempo para o jogo acabar.
Agora já não dependemos só de nós e ainda por cima os alemães e os americanos estão feitos.
Mesmo que Portugal ganhe ao Gana a Alemanha faz o jeito ao treinador alemão do adversário.
Agora já só falta a Alemanha fazer a sua parte e o Ronaldo marcar mais quatro golos.
Boa, a Alemanha já fez a sua parte, até talvez marque mais alguns, ainda falta muito tempo.
Azar, estamos empatados, mas aindda falta muito tempo.
Golo! Já só faltam três, perdão 4. Não faz mal, ainda falta mais de meia hora.
Portugal marca, ainda é possível.
Faltam três minutos mais os descontos ainda é possível o milagre.
Faltam três minutos, agora só um milagre.
Acabou.
Vamos contratar especialistas em geriatria para acompanhar a selecção do Paulo Bento até ao próximo mundial.
 
 Dúvida

Porque será que tenho a sensação de que o PS vai passar pela vergonha de ter umas directas dignas dos processos eleitorais do tempo de Salazar. Já faltou mais para que se possa votar nas farmácias ou para que os eleitores sejam transportados em autocarros alugados pelo Pingo Doce.
 
 Curiosidade

A mesma oposição que é contra a austeridade e defende um défice mais generoso criticou os resultados da execução orçamental porque com actual nível do défice orçamental o governo não conseguirá atingir as metas.
 
      
 Há três anos a separar a política dos negócios
   
«
 photo farm1_zps2a68f5e4.jpg

 photo farm2_zpsfc146fb1.jpg

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) está longe de ser apenas um ponto de encontro de proprietários de empresas de um determinado ramo de actividade. É muito mais do que isso. É a cabeça de um vasto grupo económico. A partir dos lucros obtidos pela intermediação entre o Estado e as farmácias, a ANF criou um império que se estende do fabrico e da distribuição de medicamentos à participação no capital social de clínicas e lares, passando pela posse de uma sociedade financeira. E através de um peculiar modelo de negócio, amarrou os proprietários da farmácias à própria ANF, transformando-os, em termos práticos, em franchisados.

Esta estratégia foi planeada e executada por João Cordeiro, que se converteu na grande força de bloqueio às reformas de José Sócrates na área do medicamento. Estranhamente, António José Seguro impôs, à revelia da estrutura local do PS, João Cordeiro como candidato à presidência da Câmara de Cascais nas eleições de 2013. No fundo, não há nenhum mistério nesta insólita escolha, dado que o próprio João Cordeiro revelou os laços que mantém com António José Seguro: «A Dra. Margarida é minha colega de direcção, o Dr. Maldonado [sogro de Seguro] foi meu colega e colega do meu pai, há aqui muita relação».

É esta mesma poderosa associação patronal que — soube-se hoje — está a colaborar activamente com o inner circle de António José Seguro no recenseamento para as eleições primárias do PS. Esta situação é grave. Veja-se: 

1. Aqueles que trazem sempre na ponta da língua a necessidade de separar a política dos negócios são os mesmos que recorrem ao mundo dos negócios para ganhar vantagens na esfera política, procurando manter à frente do PS uma grupo que os portugueses rejeitam (como o atestam as sondagens) e que os militantes não querem (como o confirmam as múltiplas moções aprovadas por federações e concelhias a exigirem a convocação de directas e de um congresso extraordinário). 

2. As notícias hoje publicadas revelam que está em gestação uma chapelada das antigas nas eleições primárias. Escreve Isaura Martinho — membro da comissão nacional do PS e do secretariado do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas — no ofício-circular enviado aos associados da ANF: «É muito importante que todos os colegas desse distrito se envolvam e subscrevam o maior número de pessoas sem grande alarido. O segredo é a alma do negócio. Nas legislativas votam onde entenderem, no dia 28 de Setembro temos que votar Seguro para que a tralha Socrática não volte.» 

Preto no branco: esta dirigente do PS apela a não-simpatizantes do PS que decidam a favor de Seguro as eleições primárias, procurando mobilizar a própria direita para o recenseamento eleitoral. Este apelo desesperado é também uma confissão de que o inner circle de Seguro dá por perdido o apoio dos militantes e simpatizantes do PS. 

3. Que se esconde atrás do desesperado apelo de Isaura Martinho — de resto, um caso de sucesso na separação entre a política e os negócios (vídeo) — para reunir votantes da direita para afastar a «tralha socrática»? A colaboração empenhada da ANF não é inocente. Foi José Sócrates que atacou os interesses da ANF, ao liberalizar a propriedade das farmácias, reduzir as obscenas margens de lucro de que elas beneficiavam e permitir a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias. A ANF não aceitou de bom grado as medidas reformistas da «tralha socrática» no âmbito do sector dos medicamentos. 

4. O recurso à narrativa da direita para combater António Costa mostra que há um vazio ensurdecedor no discurso de Seguro — e uma confluência com a estratégia da direita. 

5. Até ao momento, António José Seguro não se pronunciou sobre esta chapelada em gestação. Mas fizeram-no outros dois dirigentes nacionais do PS: António Galamba, que não condenou a iniciativa em declarações ao Correio da Manha, e Miguel Laranjeiro, que desvalorizou esta acção de enorme gravidade, atribuindo-a a uma «iniciativa individual». Ao responder assim, Laranjeiro ignora que está em causa um acto praticado por uma dirigente nacional do PS, que se pôs em marcha antes de o regulamento das eleições primárias ter sido aprovado. Os dirigentes nacionais do PS estão em autogestão? » [Câmara Corporativa]
   
Autor:
 
Miguel Abrantes.
      
 O PS cheio de tralha por todos os lados
   
«Lê-se 20 vezes e não se acredita. A direcção do PS decidiu não condenar expressamente o já famoso mail divulgado pelo "Correio da Manhã" e pelo "Jornal de Notícias" em que uma dirigente socialista, membro da Comissão Nacional, apela à inscrição em massa nas primárias de alegados simpatizantes de António José Seguro, quer sejam quer não sejam simpatizantes do PS - "nas legislativas votam onde entenderem, no dia 28 de Setembro temos de votar Seguro". A ausência de uma condenação firme por parte de Seguro (Miguel Laranjeiro referiu-se-lhe apenas como "iniciativa individual") lança obviamente uma suspeita sobre todo o processo de primárias proposto pelo secretário-geral e a dúvida sobre se "iniciativas individuais" deste género não estarão a ser multiplicadas por esse país fora.

O caso em si é gravíssimo, mas ainda se torna mais grave quando as declarações de dirigentes nacionais como António Galamba e Miguel Laranjeiro não o condenam objectivamente. E é evidente que a partir daqui qualquer pessoa se pode perguntar se a direcção de Seguro não estará a pactuar com o processo de arrebanhar militantes, sejam simpatizantes do PSD, do PCP ou do CDS, desde que tudo sirva para correr com "a tralha socrática" que está colada à candidatura de António Costa. O mail - e a complacência da direcção com essa peça política - é um exemplo acabado da existência de uma "tralha segurista" que não vai olhar a meios para atingir (se conseguir) os fins. Seguro respondeu ao desafio de Costa - e ao seu resultado de 31% nas eleições europeias - com o facto de se estar perante uma crise do regime (o que é absolutamente verdade) de que a mistura entre política e negócios é das mais graves manifestações (o que é totalmente verdade e no que os socialistas estão carregados de culpas). Infelizmente, ontem Seguro foi incapaz de condenar uma manifestação dessa crise de um dos seus defensores dentro do partido.

A autofagia que varre o PS e que vai continuar até 28 de Setembro só terá uma vantagem se produzir uma verdadeira catarse sobre o partido, os seus métodos, a sua história enquanto foi governo, os fenómenos de enriquecimento de alguns dos seus dirigentes e ex-dirigentes mais destacados, a promiscuidade entre partido, Estado e interesses económicos. Só dessa discussão pode sair alguma luz. O PS está cheio de tralha por todos os lados, e isso aplica-se ao passado e ao presente.» [i]
   
Autor:

Ana Sá Lopes.
   
   
 O regime da Madeira no seu melhor
   
«O governo da Madeira vai gastar mais de 550 mil euros com um estudo, encomendado por Alberto João Jardim em 2002 e que é apresentado esta sexta-feira em Lisboa, com o objectivo de contrariar “a ideia de despesismo que se associa a esta Região Autónoma”.

O projecto de investigação de investigação sobre o “Deve e Haver das Finanças da Madeira (séculos XV a XXI)” foi encomendado por Jardim, primeiro em 2002 e depois por despacho de 26 de Maio de 2010. O historiador Alberto Vieira foi nomeado responsável pela coordenação do projecto de investigação a desenvolver pelo Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA), instituto de que era director e entretanto extinto no âmbito dos cortes de “gorduras” na administração regional, determinados pelo Programa de Ajustamento Económico e Financeiro madeirense.

No entanto, as linhas gerais e conclusões do estudo – que será apresentado por Jardim na “Representação Permanente da Madeira em Lisboa/Casa da Madeira”, nas proximidades de representações diplomáticas localizadas no Restelo – foram antecipadas por Alberto Vieira no congresso do PSD-Madeira, a 24 de Março de 2000, em que interveio como orador convidado. O historiador já então concluía que a Madeira pode ser "auto-suficiente em relação o Estado português".» [Público]
   
Parecer:

O regime decadente e cada vez mais perto do colapso contrata um historiador do regime e paga-lhe uma fortuna para provar que o regime é muito poupadinho, que é roubado pelos cubanos e que daria lucro se fosse independente.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Da irrevogabilidade ao tabu
   
«Perante as dúvidas sobre novas decisões do Tribunal Constitucional e a disputa interna no PS, Passos Coelho terá optado por evitar mudanças no Executivo até final do ano, assegurou uma fonte próxima de S. Bento ao semanário Sol. A grande novidade da coligação será só nas legislativas de 2015: Paulo Portas não tem vontade de ser candidato.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Digamos que Paulo Portas não sabe muito bem o que fazer para se salvar ou para ir gastar as suas poupanças.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 A Santinha da Horta Seca abandonou-nos
   
«O processo de "reequilíbrio externo" da economia portuguesa sofreu uma interrupção grave no início deste ano. O défice externo voltou a aparecer após vários trimestres, tendo atingido o valor de 1,4% do produto interno bruto (PIB), o pior registo desde meados de 2012, estava Portugal a crise no seu auge.» [DN]
   
Parecer:

Deve ser dos sapatos, desde que disse que até já comprava sapatos portugueses nunca mais fez milagres.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um par de sapatos importados à Santinha da Horta Seca para que ganhe inspiração milagreira.»
      
 Até o FMI?
   
«O Fundo Monetário Internacional está a rever a excepção que permitiu emprestar dinheiro a Portugal, Grécia e Irlanda sem uma reestruturação da sua dívida. No início dos resgates houve dúvidas relativamente à sustentabilidade da dívida destes países, mas foi possível evitar a reestruturação. Agora, essa possibilidade pode acabar.

De acordo com um artigo apresentado ao Conselho Consultivo do FMI, e hoje citado pelo Jornal de Negócios, técnicos desta instituição defendem que existem vantagens em reescalonar as dívidas quando existem dúvidas de sustentabilidade.

No ano passado, a instituição chegou a mencionar o "erro" de não se ter renegociado a dívida grega no início do primeiro resgate. E agora, este técnicos mostram que Portugal e a Irlanda teriam saído a ganhar se tivesse havido uma renegociação.» [DN]
   
Parecer:

Um dia destes só o Passos Coelho e Cavaco SIlva defendem o fundamentalismo gaspariano.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a São Bento e Belém.»
   
 Declaração de vontade
   
«O ministro da Economia, António Pires de Lima, admitiu hoje que a carga fiscal em Portugal atingiu níveis "excessivos" e sublinhou a "declaração de vontade" do Governo de iniciar em 2015 um processo de redução de impostos.» [i]
   
Parecer:

Deixem-me imaginar uma conversa de Pires de Lima com a esposa: "ó filha, deixa-me fazer uma declaração de vontade para mais logo!". Enfim, tem vontade a mais e pica a menos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Maria de Belém no seu melhor
   
«A 94 dias das primárias, o PS já conta com um pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre os incidentes de domingo passado em Ermesinde, e acusações de "fraude eleitoral", num episódio que a presidente do partido também vai mandar apurar.» [i]
   
Parecer:

Primeiro deixou passar vários dias antes de tomar posição, passados outros tantos dias pediu ao MP para investigar uma senhor que deu beijinhos ao Seguro e vaiou Costa, daqui a uns tempos vai apresentar queixa contra a "popular". Ridículo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Maria de Belém se já perguntou aos seguristas de Ermesinde se sabem alguma coisa sobre o facto.»
   
 Durão está muito satisfeito
   
«O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou hoje estar "muito satisfeito" com a indigitação de Jean-Claude Juncker para lhe suceder no cargo, sublinhando que o luxemburguês é um amigo de Portugal.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Pois, lá se foi a possibilidade de fazer de rolha e ficar no cargo caso o esquentador tivesse sido rejeitado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Um mau dia para a Europa
   
«"Este é um mau dia para a Europa, que arrisca enfraquecer a posição dos governos nacionais", disse Cameron depois de o conselho europeu ter aprovado a escolha de Juncker por 26 votos a favor e dois contra (Reino Unido e Hungria).

"Se tivéssemos trabalhado juntos, teríamos encontrado um candidato alternativo", frisou.

Cameron admitiu contudo ter de "aceitar o resultado" da cimeira, embora a decisão tomada por 26 Estados membros nesta matéria "reforce a convicção" britânica de que "a Europa tem de mudar".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Deixar o Reino Unido de fora para ficarem com o esquentador da Merkel foi uma péssima solução.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver o que vai suceder no Parlamento Europeu.»
     

   
   
 photo Ian-Cameron-2_zpsb8816f03.jpg

 photo Ian-Cameron-4_zps4839fe51.jpg
 
 photo Ian-Cameron-3_zps7d613727.jpg

 photo Ian-Cameron-1_zpse8e33cbc.jpg
 
 photo Ian-Cameron-5_zps65c3aa86.jpg