Os bancos pagam menos impostos do que as outras empresas e o ministro das Finanças promete que vai estudar uma forma de pagarem mais, o mesmo ministro que sem grandes estudos aumenta os impostos a todos os portugueses. Entretanto volta a conceder a conceder as benesses que a própria direita tinha retirado, e como se isso fosse pouco ainda reduz os impostos às operações realizadas através de off shores.
A banca é apanhada na teia da corrupção e da evasão fiscal e após as primeiras notícias sobre a operação Furacão o patrão do BES ameaça o Expresso de que não voltaria a colocar publicidade naquele jornal, como era de esperar o jornal fez a sua afirmação de independência mas não voltou a colocar qualquer notícia. Aliás, nem o Expresso, nem qualquer outro órgão de comunicação social e até o Ministério Público teve um comportamento exemplar na preservação do segredo de justiça.
Um banco atrapalha-se com uma operação off-shore e não declara os devidos impostos, mas isso não é problema, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais faz um despacho idiota para perdoar o banco e até lhe dá um bónus, só vai pagar o imposto para o próximo ano.
O Millennium monta um carrossel para beneficiar ilegalmente de muitos milhões de euros, a IGF acha que deveria ter havido procedimentos disciplinares, mas nada, e nem acha incompatível que um empregado de um banco que recorre a truques para roubar o dinheiro pago por outros contribuintes esteja à frente da Direcção-Geral dos Impostos.
Alguém viu um político (a não ser o doido do Santana) adoptar uma medida que se traduza na redução dos lucros da banca? Ou o Banco de Portugal detectar alguma ilegalidade na relação da banca com os clientes antes da DECO denunciar? Ou um jornalista escrever um artigo incómodo para os bancos que clocam publicidade no seu jornal? Ou algun opinion maker como o Marcelo dizer uma frase que prejudique a magem da banca?
A banca lucra, compra, corrompe, financia a vida partidária, domina a seu bel-prazer e tudo parece normal. Até quando?