domingo, outubro 15, 2006

Umas no Cravo e Outras Tantas na Ferradura

FOTO JUMENTO

Janela de Monsaraz, Alentejo

IMAGEM DO DIA


[AFP]

JUMENTO DO DIA


Pior a emenda do que o soneto

Manuel Espinho decidiu armar-se num combinado de Ferreira Leite com Durão Barroso e declarou ontem o fim da crise económica. Como não bastava ficarmos a pensar que o ministro da Economia tem tiques de idiota, veio hoje dizer-nos que anunciar o fim da crise seria uma infantilidade. Foi pior a emenda do que o soneto, agora temos uma criança idiota.

REACÇÃO DEPRIMENTE DA OPOSIÇÃO

Se o ministro da Economia mostrou uma tendência natural para a asneiras, as críticas da oposição à infantilidade de Manuel Pinho foi deprimente, ficámos todos a perceber que os partidos da oposição não esconde o desejo de ver o país afundar-se na crise económico na esperança de isso poder significar uns quantos votos.

SÓCRATES E A AGENDA DA ESQUERDA

Enquanto o PCP esgota as suas energias em demonstrações de poder, numa tentativa clara de afastar o fantasma do BE, e este partido quase se afunda com a perde de humor de Louçã, Sócrates vai aproveitando para ganhar pontos à esquerda, primeiro com a defesa do actual modelo de Segurança Social, depois com o problema do aborto.

BAIXA-CHIADO

Nuno Teotónio Pereira critica o projecto apresentado por Maria José Nogueira Pinto para a Baixa-Chiado:

«Infelizmente, não foi bem isso que aconteceu. De facto, o plano é ambicioso, contém muitas e muitas propostas excelentes, mas também algumas incongruentes. E a razão para isso parece ter residido num facto insólito: a Câmara não abriu um debate público antes da conclusão e da aprovação do plano. Trata-se de um pecado original que só podia ter consequências como as que estão à vista. Isso, ao contrário do que tem sido a prática do Governo em iniciativas de índole semelhante, como é o caso do Programa Polis, cujos planos estratégicos foram elaborados com a participação de Comissões de Acompanhamento e sujeitos a debate público, e só depois dados por concluídos. O mesmo aconteceu com os planos de intervenção nos bairros críticos, recentemente apresentados, e com o PNPOT, ainda em alargado processo de discussão pública.» [Diário de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se resposta à visada.»

A CONTSTAÇÃO SOCIAL

As manifestações levam Judite Sousa a duvidar das sondagens:

«Perante estas manifestações a que se juntam as greves anunciadas pelos professores e pelos sindicatos da função pública, como explicar os resultados das diversas sondagens que confirmam a popularidade do governo e, em especial, do primeiro-ministro e que atribuem ao PS a esmagadora maioria das intenções de voto dos Portugueses ? Será que as sondagens estão erradas e o PS e o governo não estão numa posição tão confortável do ponto de vista da aritmética eleitoral ? É algo que está para conferir. Mas a dúvida faz todo o sentido.» [Jornal de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Judite Sousa se sabe quantos funcionários, militantes e votos tem o PCP.»

BASTA!

Diz Miguel Sousa Tavares ao Aberto das bananas:

«Em política, gosto daquelas frases curtas, incisivas, que, por dizerem o suficiente e o necessário, ficam para a história: o “obviamente, demito-o”, de Humberto Delgado acerca de Salazar, ou o ‘basta’ que Sócrates foi agora dizer à Madeira, sobre o eterno Carnaval financeiro de Alberto João Jardim. Como escreveu Eduardo Prado Coelho, foi um ‘basta’ recebido com alívio por todos os portugueses. Eu acrescentarei que não foi por todos (para minha grande surpresa, há portugueses do continente que parecem votar ao dr. Jardim uma espécie de indulgência plenária, como se a sua intangibilidade e irresponsabilidade fizessem parte do museu da República). Mas os outros, entre os quais me incluo, também não receberam a frase de Sócrates apenas com alívio: receberam-na com a satisfação de ver que pela primeiríssima vez parece haver quem se disponha a fazer aplicar o princípio de que todos são iguais perante a lei, pondo fim ao estatuto de excepção em que Jardim governa e a Madeira vive. Como se fosse, não uma ilha, mas um clube à parte.

Creio, sinceramente, que os que manifestam tanta indulgência com o sistema-Jardim de governo não devem ser grandes pagadores de impostos. Tanto lhes faz que, ano após ano, ele gaste o que não tem, que despreze todos os compromissos financeiros que assina com o Governo da República, que se esteja nas tintas para o que diz o Tribunal de Contas, que reclame do Estado o pagamento das dívidas que vai acumulando e que exija subsídios de região pobre, sem o ser já. Pouco lhes importa, porque seguramente o dinheiro para os desmandos financeiros do dr. Jardim não sai dos seus bolsos nem é fruto do seu trabalho. Esses, que acham que exigir responsabilidades financeiras ao governo da Madeira é atentar contra a autonomia constitucional da Região, representam a mentalidade instalada na maioria dos portugueses e que é hoje, talvez, o principal factor do nosso atraso: a crença de que o Estado deve tudo a todos, mesmo que não receba de todos o que lhe é devido; que em todas as regiões, todas as autarquias, todos os sectores socioprofissionais, todas as actividades culturais ou desportivas, existem sempre excelentes razões atendíveis para não negar o dinheiro do Estado; até porque o dinheiro do Estado, sendo de todos, não é de ninguém, e provém de uma fonte misteriosa e inesgotável, como o petróleo dos árabes, e que apenas é alimentada em parte pelo dinheiro de alguns idiotas que declaram todos os rendimentos e pagam os impostos até ao último tostão. Seguramente que aqueles que acham muita graça ao dr. Jardim não estão habituados a sofrer com os impostos.

Felizmente para o país e infelizmente para Jardim, as coisas parecem estar agora finalmente a mudar. Não é mais possível, a este e a nenhum governo, ter a carga fiscal ao nível que já temos, exigir sacrifícios para pôr na ordem as contas públicas e terminar com a iniquidade geracional que é ter um país com a dívida pública sucessivamente agravada, e ao mesmo tempo continuar a consentir, por razões de oportunidade política, na imoral gestão financeira da Madeira, de algumas autarquias e de sectores da administração pública. Todos instalados numa espécie de estranho direito adquirido a poderem gastar livremente o que bem entendem e depois reclamar que os outros lhes paguem as contas.

A partir de agora, e muito bem, a Região Autónoma da Madeira (e os Açores) receberá as verbas de solidariedade que, além de contemplarem o factor de distância e de isolamento, correspondam ao seu nível actual de riqueza, que é 21% acima da média nacional; deixará de ter as suas dívidas cobertas pelo aval da República, o que obrigará a banca a ter cautelas que até aqui dispensou; e, se se endividar para lá do que a lei permite, perderá no ano seguinte verbas do Governo central correspondentes a esse montante. Terminam assim os tempos em que o dr. Jardim, chantageando com os votos dos seus deputados-marionetas na Assembleia da República ou nos congressos do PSD, obtinha dos governos o perdão da dívida, com a solene promessa de ser a última vez - para logo recomeçar no ano seguinte, ao ponto de ter dobrado a dívida entre 2001 e 2005. Terminam os tempos em que, de três em três meses, o dr. Jardim vinha a Lisboa sacar ao ministro das Finanças uns dinheiros avulsos para despesas extra-orçamento e, uma vez com o dinheiro no bolso, regressava ao Funchal para destilar ameaças e insultos dirigidos ao ‘continente’, naqueles comunicados terceiro-mundistas que gosta de redigir, em acumulação com os seus editoriais no ‘Jornal da Madeira’ - o último jornal público do país, que existe para servir a propaganda do dr. Jardim, com os prejuízos a serem pagos pelo ‘continente’, como ‘custos de insularidade’.

A partir de agora, o invejável estilo ‘chinês’ de governação de Jardim (um país, dois sistemas: o regime tem o pior do capitalismo, o Estado tem o pior do socialismo), vai ter de se habituar a viver com as regras do mercado e as da gestão de coisa pública. E agora, agora sim, é que se vai ver se ele sabe governar ou se não passa de um diletante. Agora é que se vai ver se ele é capaz de ganhar eleições sem poder aliciar os eleitores com o saco sem fundo de dinheiro que sempre teve ao dispor.

À força de abusar no regabofe financeiro e nos insultos em todas as direcções, o dr. Jardim cansou as pessoas. Já não há pachorra para ele, o que diz já não chega às primeiras páginas nem faz rir ninguém, as ameaças veladas de separatismo dos seus patéticos acólitos deixam os portugueses absolutamente indiferentes, os insultos já não ofendem ninguém de tão desclassificado que está o autor, e os seus apelos a quem outrora, de barriga cheia, chamava ‘o sr. Silva’ e ‘o sr. Mendes’, já só inspiram desprezo. Num momento em que os portugueses começam enfim a perceber que não é possível viver eternamente acima das suas possibilidades, o exemplo de más maneiras do dr. Jardim, gastando alegremente o dinheiro dos outros sem travão e sem prestação de contas, chamando a isso ‘autonomia’, e ainda sendo pobre e mal agradecido, deixou de ter graça e de ter desculpa.

E é porque percebeu isso, porque percebeu que, pela primeira vez, está como a jibóia que perdeu o poder hipnótico e não sabe como há-de continuar a caçar, que ele anda manifestamente desesperado. Aqui para nós, e como contribuinte, confesso: só isso, de o ver assim desesperado porque lhe fecharam a torneira dos dinheiros públicos, dá-me tanto gozo que quase me compensa de anos e anos a ajudar a pagar as suas 27 vitórias eleitorais consecutivas.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao visado, com cópia para o secretário-geral da OUA.»

O PS BOTA ABAIXO

Fernando Madrinha critica (sem o citar) Jorge Coelho:

«Há um PS francamente incomodado com o Governo do PS. Um PS que aplaude os sindicatos dos professores e vai, ou gostaria de ir, às manifestações da CGTP. Um PS estatista, nostálgico e fixado nos ‘direitos e conquistas’, que considera pura blasfémia pôr-se alguém a verificar quanto eles custam, como se financiam e se são ou não sustentáveis nos tempos que correm. É um PS que detesta os tecnocratas, porque têm a mania de fazer contas, e não percebe que um ministro lhes dê ouvidos.

Esse PS, que, lá no fundo, é irmão gémeo do PCP e do Bloco de Esquerda, despreza o facto evidente de o mundo, a economia e a sociedade terem mudado muito nas últimas décadas. Não percebe que tais mudanças obrigam a repensar os slôganes, as frases feitas e, sobretudo, as políticas dos últimos 30 anos.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se e mande-se cópia para a Cavalgadura do Círculo.»

OS JUÍZES NO FUTEBOL

Notável o sentido de oportunidade de Saldanha Sanches:

«Há dois sinais exteriores de incumprimento dos deveres deontológicos inerentes à condição do juiz: a presença de magistrados nos tribunais do futebol e as aulas em universidades privadas.

As aulas em universidades privadas, com pagamentos em fraude à lei (direitos ditos de autor) ou mesmo por baixo da mesa não são nada tranquilizadores. Indiciam um grau de exigência ética demasiado baixo para a função de magistrado.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Saldanha Sanches se o artigo é um sinal de incómodo pela escolha de Pinto Monteiro para Procurador-Geral.»

O CASO PEDROSO

Um artigo de Clara Ferreira Alves que merece ser divulgado e lido na íntegra:

«SE BEM me lembro, Paulo Pedroso era um político promissor num dia, e um pedófilo no dia seguinte. Esteve meses em prisão preventiva, e sabiam-se cá fora pormenores grotescos, baldes de plástico para as necessidades, e outros. A revista «Time», que trazia notícia do escândalo que envolvia «políticos portugueses de topo» mostrou a sua fotografia como exemplo, e nas televisões, a cara lisa de Pedroso passava com regularidade e opróbio. Quando estava atrás das grades, passava a cara do irmão, sempre com um ar um pouco aflito. As acusações choviam nos corredores da intriga, que tinha cara de pedófilo, que tinha uma cara de pervertido, que devia ser pederasta, que era um tipo esquisito, que a namorada era falsa, etc. etc. Na cara lisa de Pedroso, com uns óculos atípicos, uma daquelas caras que não deixam memória, apareciam inscritos todos os pecados do mundo, alguns cometidos em conluio com o seu amigo e protector político Ferro Rodrigues. Ainda por cima, alguns cometidos quando Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso tinham a tutela política da Casa Pia. Sobre estes dois, e em particular sobre Pedroso, que estava preso, espirrou toda a lama e criou-se o verdete do ressentimento, que os portugueses tanto apreciam. Independentemente de se saber se Pedroso era culpado ou inocente, Pedroso estava condenado. Alguns clamavam a dobrar. Na sua culpa irremissível, Pedroso queria o tratamento de excepção dos «poderosos» e merecia o dobro das tormentas. Na dúvida, contra o réu. E assim o tempo foi passando.

Paulo Pedroso acabaria por não ser pronunciado e não ir a julgamento, por falta de provas, embora o seu nome apareça de vez em quando no outro julgamento. O de Ferro Rodrigues também. E até o de Jaime Gama. A prudência mínima aconselha-nos a não ligar muito a «testemunhas» que lançam estes nomes a que os jornais logo dão destaque. Afinal, o Presidente da República da altura também aparecia nas presumíveis listas de suspeitos, e fotografias de famosos tinham sido mostradas às «crianças» para elas identificarem culpados. Ninguém dorme descansado com estes métodos policiais. A história do «envelope 9» é o que é, uma ignomínia. Entretanto, Pedroso foi para a Roménia, li eu no EXPRESSO. Percebo que depois do que lhe aconteceu, nem a Roménia seja longe. A sua carreira política parece terminada, a sua vida nunca mais será a mesma, a sua reputação também não. Ferro Rodrigues foi para Paris. Saíram ambos de Portugal, moveram processos de difamação e passarão alguns anos a correr os tribunais na espera da justiça e de limpar o nome. Repare-se que não conheço Paulo Pedroso, nunca falei com ele e não sou, portanto, sua amiga ou defensora. Dele sei pouco, o que a sua pública persona mostra e o que os jornais e televisões trazem. Vejo o filme e repito que numa democracia e num estado de direito, num sistema judiciário e judicial funcionais, o que aconteceu a Paulo Pedroso não devia ter acontecido. O juiz que o «investigou» e o pôs «dentro» desapareceu. O procurador-geral da República, primeiro responsável, desaparece agora, com um «tudo de bom» e a pena de não ter contratado uns assessores de imprensa. Não sei se ele dormirá bem com a história de Pedroso, eu não dormiria. Destruir uma vida é coisa grave e séria. Em Portugal, com o medo atávico que temos ao sistema e a combatê-lo, o medo da polícia, dos tribunais, do estado, da repressão, do deus ex-machina que nos tolhe os movimentos e nos empurra para a tragédia, o desfecho do caso Pedroso passa despercebido. A sua prisão, com câmaras de televisão por perto, devidamente avisadas, e a sua libertação, foram um vexame colectivo. A investigação do seu caso, foi uma infâmia. O Estado e a sua cega incompetência fizeram de Pedroso um exemplo de justiça cega para ricos e pobres, fracos e poderosos. E o que não passava de injustiça tornou-se um exemplo moral. Um Estado destes é, de facto, assustador. Agora, com o procurador de fora, pergunta-se a Pedroso o que sente por ele e responde que é da sua «esfera privada».

Eu concordo e discordo. Nestas coisas, a arma é a publicidade dos actos, à americana. Se eu fosse Pedroso, haveria de querer a pele do senhor procurador, e haveria de gastar os meus anos a pedi-la e obtê-la. Muito em público e de modo a que o meu caso fosse tão exemplar que nunca mais esse caso se pudesse repetir em Portugal. Eu haveria de reclamar contra o Estado português e obrigá-lo a devolver-me o que me roubou, e a indemnizar-me pesadamente do que não me pode devolver e que é o mais importante por ser de ordem espiritual. Eu haveria de não descansar enquanto o «caso Pedroso» não se tornasse um manual de tudo o que o sistema não pode nem deve fazer. À americana, com publicidade e com grupo de pressão, associação, fórum, esses mecanismos que transformam a tragédia em mobilização cívica e de consciência contra os abusos do estado e a injustiça. Paulo Pedroso é um político, espero que use a política para mudar as coisas, e se use a ele mesmo para não deixar que outro caso Pedroso aconteça neste país.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Divulgue-se. Não se dê conhecimento a Souto Moura, o ex Procurador-Geral não merece tal consideração.»

FALEMOS ENTÃO DE IRRESPONSABILIDADE

Rui Tavares critica a direita portuguesa a partir da legislação de Portas e de um artigo de Mário Pinto sobre o aborto:

«Junto aqui estes exemplos do debate sobre imigração e do debate sobre o aborto porque para além da sua gravidade específica eles são uma janela sobre a essência da velha direita portuguesa, algo que deveria preocupar seriamente os seus partidários. O problema é que a nossa direita é mais atávica do que conservadora. Sendo conservadora, compreender-se-ia que tivesse uma relação crítica com a modernidade. Como é atávica, pretende apenas negá-la. A nossa direita não tem ilusões sobre acabar com o aborto: quer apenas fazer de conta que o criminaliza. A nossa direita não consegue lidar com a imigração: prefere apenas não a legalizar. Nada de novo: fingir que a realidade não existe se a negarmos é uma atitude mais velha que a Sé de Braga. Mas é também um caminho certo para a irrelevância.» [Público assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MANUEL PINHO ACHA QUE ELE PRÓPRIO É INFANTIL

Ontem anunciou o fim da crise, hoje diz que fazê-lo seria infantil:

«Manuel Pinho disse que queria apenas “deixar uma palavra de esperança aos portugueses” e que não se declara o fim de uma crise económica. “Isso é algo infantil e de quem não percebe nada de economia” afirmou o responsável pela tutela.» [Correio da Manhã Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuel Pinho se as suas palavras estimulam o que quer que se seja nos portugueses.»

UM PEQUENO EXAGERO DE SÓCRATES

Equiparar a bolsa de valores a um jogo de sorte ou de azar:

«O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou este sábado, em Braga, que o PSD quer transformar as pensões de reforma dos portugueses num “jogo de sorte e azar” sujeito às variações dos mercados de capitais.» [Correio da Manhã Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates se tenciona atribuir as competências da Comissão Nacional de Valores Mobiliários à Inspecção-Geral de Jogos.»

LADRÃO ESTÚPIDO

Neste país já nem os ladrões são competentes:

«Um indivíduo de 34 anos foi, anteontem à noite, detido pela GNR de Guimarães quando observava a intervenção da Guarda no assalto que o próprio havia perpetrado. Tudo aconteceu quando, pouco depois das 20.15 horas, a GNR foi chamada à freguesia de Silvares para tomar conhecimento de um assalto que minutos antes havia acontecido.

No local, os soldados interrogaram a proprietária que se queixou do roubo de vário material, entre o qual estava um telemóvel. Os homens da GNR efectuaram uma ligação para o número e um telemóvel tocou a cerca de 20 metros do local, onde um aglomerado de gente assistia à operação da Guarda.

O incauto assaltante foi imediatamente detido e confessou o assalto, no qual havia furtado, além do telemóvel "comprometedor", vários objectos em ouro e dois rádios portáteis.» [Jornal de Notícias Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Condene-se o ladrão com pena agravada por estupidez.»

MENTIROSOS

Condoleezza Rice mentiu a Freitas do Amaral:

«Rice preparou uma resposta diplomática sem detalhe português. Freitas tomou nota das palavras dela, numa ementa. “Nunca violámos a soberania de qualquer Estado, quando necessário sempre pedimos as autorizações exigíveis. Nunca transportámos ninguém para países ou lugares onde pudesse haver perigo de tortura, morte ou tratamentos cruéis; quando apropriado, sempre exigimos as garantias necessárias aos governos dos países em causa. Quero reafirmar que a convenção contra a tortura, que também vincula os EUA, obriga todos os cidadãos americanos, civis ou militares, dentro e fora dos EUA; quem a violar será entregue à Justiça”. E Condoleezza ficou-se pela opaca diplomacia pública, sentada na informalidade do jantar belga.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Coloque-se malaguetas em todos os orifícios húmidos da Condoleezza Rice.»

UMA PERDA IRREPARÁVEL



A ANA desmantelou o avião de Mobutu e mandou-o para a sucata:

«A ANA - gestora do aeroporto de Lisboa - conseguiu desfazer-se de um ‘ícone’ da Portela: o avião de Mobutu, que ali esteve estacionado nos últimos 15 anos. Há pouco mais de uma semana, o Boeing 707, abandonado pelo antigo Presidente do Zaire, Mobutu Sese Seko, foi desmantelado e levado por um sucateiro. A dívida (incobrável) pelo prolongado estacionamento estava avaliada em cerca de 800 mil euros, mas foi com grande alegria e maior alívio que a ANA recebeu 40 mil euros pelas cerca de 70 toneladas que sobraram do emblemático mono.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»

ONDE ESTÃO OS INVSTIMENTOS FEITOS NA AGRICULTURA?

Um estudo do ministério da Agricultura conclui que apesar dos investimentos e dos subsídios o produto agrícola não aumentou:

«“Em termos políticos precisamos de uma mudança de paradigma no sector. Neste país só se pensa em trazer dinheiro de Bruxelas - e as associações agrícolas agem muito dessa forma -, mas ninguém se preocupa em discutir como distribuí-lo e como avaliar a sua aplicação”, prossegue. A partir de agora, porém, o ministro diz que “o dinheiro que aí vem vai ser aplicado com objectivos claros, quantificados e vai ter que se responder por essa quantificação. Temos que produzir mais azeite, mais vinho, valorizar mais a floresta e a hortofruticultura e, depois, chegar ao fim desta programação e podermos dizer que as produções aumentaram, assim como as exportações e também a capacidade de auto-aprovisionamento”.

O que se passa actualmente é que Portugal só consegue ser auto-suficiente no vinho, nos produtos hortícolas e no leite. No azeite, nas carnes, nas frutas, nas pescas e nos cereais estamos ainda muito dependentes das importações. Aliás, o nosso grau de dependência do exterior em matéria de produtos agro-alimentares é quase o dobro do valor médio comunitário. Desde 1988 as importações aumentaram 188%, enquanto o consumo cresceu 83%. A parte menos má da equação reside no facto de as nossas exportações terem conhecido um incremento de 208% durante o mesmo período. Mas a verdade crua dos números mostra que em 2004, cerca de 75% dos bens de consumo da área agro-alimentar foram satisfeitos por produtos de origem comunitária.

O subsector com a pior «performance» é, sem margem para dúvidas, o dos cereais, onde actualmente temos um grau de auto-aprovisionamento de apenas 27,4%. O ministro da Agricultura considera que Portugal não tem, definitivamente, vocação para esta cultura, e diz que “nunca deviam ter sido gastos os biliões que se gastaram na área dos cereais. Mantivemos este subsector artificialmente e hoje está mergulhado numa crise terrível”.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Cavaco Silva, uma das personalidades que defendeu o diálogo com os senhores dos tractores de luxo.»

NÃO QUERIA MAIS NADA ...

O Belmiro de Azevedo:

«Fonte da Sonaecom considera que o facto de se tratar da maior operação em Portugal e de configurar inequivocamente o controlo em mãos nacionais da PT deveriam levar o Governo a equacionar a possibilidade de aprovar a desblindagem dos estatutos em vez de se abster, uma das condições colocadas pela Sonae para concretizar a aquisição. A mesma fonte lembra que o grupo já aceitou dar algumas garantias de longo prazo ao Governo, que por seu lado vai deixar cair a «golden share» que tem na empresa e que lhe permite escolher o presidente do conselho de administração e ter poder de veto sobre o presidente-executivo e sobre três dos membros da comissão executiva.» [Expresso assinantes Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Sócrates.»

ESPECTÁCULO NO TRIBUNAL DE SANTO TIRSO

Porque os detidos entraram no tribunal dez minutos depois da hora do fecho da secretaria:

«O Tribunal de Santo Tirso não queria ouvir os quatro suspeitos de assaltos à mão armada que a Polícia Judiciária anteontem deteve, numa operação que resultou em ferimentos graves em dois deles - um atingido de raspão numa nádega, o segundo baleado na perna, no ombro e na barriga.O motivo do desentendimento teve a ver com a hora em que a Polícia Judiciária apresentou os detidos. Segundo apurou o PÚBLICO, aqueles entraram no tribunal pelas 16h10 minutos, o que terá levado inicialmente o juiz a recusar recebê-los.

Passavam então dez minutos da hora de fecho da secretaria, mas as consequências, no caso, seriam dramáticas. O Ministério Público foi de imediato contactado e chegou a ser equacionada uma hipótese que se tornaria no mínimo surrealista. Os suspeitos seriam libertados de madrugada, mal perfizessem as 48 horas sobre a sua detenção, e o Ministério Público voltaria a emitir mandados, antes de os homens abandonarem as instalações policiais.

Duas horas de intensas "negociações", entre o juiz e o representante do Ministério Público, levaram a que o problema fosse sanado pelas 18 horas. Altura em que os quatro indivíduos, indiciados por associação criminosa e roubo a carrinha de valores, começaram a ser interrogados.» [Público Link]

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Abra-se a janela para que o juiz de Santo Tirso consiga ouvir a minha gargalhada.»

A JOGADA ERRADA DE PAULO MACEDO

A notícia publicada pelo Expresso sob o título "Governo abre excepção para Macedo" merece uma reflexão mais cuidada:

«O Executivo vai redigir uma cláusula de excepção para não ter que demitir todos os directores-gerais após a entrada em vigor das novas Leis Orgânicas dos vários Ministérios. Uma situação criada pela necessidade de encontrar uma forma de manter no cargo Paulo Macedo, director-geral das Contribuições e Impostos.

Estas mudanças decorrem do PRACE (Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado) que vai implicar a extinção ou a fusão de vários institutos públicos. A demissão dos directores-gerais é automática quando entra em vigor uma nova Lei Orgânica. Mas, normalmente, os detentores dos cargos são reconduzidos se essa for a vontade do Executivo.

(...)

Quem se encontra alheado desta polémica é o próprio director-geral que, segundo o Expresso apurou, não abordou este assunto nem com o ministro das Finanças nem como o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Macedo estranha, no entanto, que esteja em curso qualquer alteração, na presunção de que, se fosse para abandonar o cargo dentro de semanas teria sido já avisado pelo Ministério.» [Expresso assinantes Link]

Só um idiota pensaria que o Dr. Paulo Macedo que dedicou três anos a publicitar os seus feitos, que conseguiu vergar Bagão Félix que ao chegar às Finanças anunciou a sua partida, anda agora alheado dos acontecimentos. Nem anda alheado, nem anda parado, a estas horas já deve ter desencadeado uma das suas megas cobrança para efeitos publicitários.

Como interpretar esta notícia?

Seríamos muito ingénuos se concluíssemos que Paulo Macedo anda distraído ou pouco preocupado com o seu futuro, primeiro porque o assunto não lhe é indiferente e, em segundo lugar, porque os interesses em jogo ultrapassam a sua própria vontade. Aliás, de uma leitura atenta da notícia resulta que a única informação válida e que constitui notícia é a própria afirmação do director-geral dos Impostos.

Porque motivo Paulo Macedo usou o Expresso para tentar "encostar o Governo à parede"?

Não é aceitável que um director-geral mande recados ao Governo através da comunicação social, e muito menos quando o assunto é a sua recondução, até porque mais grave do que a pressão ilegítima sobre quem governa, da afirmação resulta a perda de autoridade do director-geral, e a Administração Fiscal não pode ter à sua frente gente sem autoridade ou que vê os lugares como cargos pelos quais se luta na praça pública.

Alguém acredita que se Paulo Macedo fosse administrador de uma das empresas do Millennium, de que é empregado, viesse para um jornal questionar o seu futuro a Paulo Teixeira Pinto? É evidente que não, horas depois teria uma carta na mão para poder receber o subsídio de desemprego.

A defesa dos interesses do Estado, que não pode brincar com assuntos tão itais como a receita fiscal, leva a que Paulo Macedo tenha colocado o Governo perante uma única alternativa: a sua demissão imediata. A partir de agora o seu mandato será mais um período negro na gestão da DGCI.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Sócrates.»

BRINCADEIRAS NA DISNEY

«La compañía Walt Disney aseguró el jueves que ya han tomado "las acciones apropiadas" contra los empleados de su parque temático de París que fueron descubiertos simulando mantener relaciones sexuales con los disfraces de los personajes de Disney en un vídeo que ha corrido como la pólvora en Internet. » [20 Minutos Link]

O ACESSO DEVE SER UM DIREITO CONSTITUCIONAL?

É o que defendem alguns deputados chilenos:

«Dos diputados socialdemócratas propusieron una reforma a la Constitución chilena para que el acceso a Internet sea incluido entre los derechos fundamentales de los ciudadanos de este país.

"La conectividad digital debe ser considerado, al igual que el acceso al agua potable o la luz eléctrica, un derecho humano que acorte las brechas sociales en Chile", afirmó el diputado Esteban Valenzuela, uno de los gestores de la iniciativa. » [20 Minutos Link]

SATÉLITE JAPONÊS FOTOGRAFA BURACOS NEGROS

Para a NASA:

«Científicos de la NASA y sus socios, utilizando el satélite japonés Suzaku han logrado una nueva y magnífica serie de observaciones de agujeros negros, según informan en su página web, e ilustran con didácticos vídeos.» [20 Minutos Link]

NOVO OBSERVATÓRIO ESPACIAL

Vai ser construído pela NASA:

«La NASA ha aprobado la construcción de un nuevo telescopio espacial que auscultará las estrellas y galaxias más cercanas a través del espectro infrarrojo, anunció hoy el Laboratorio de Propulsión a Chorro (JPL). El "Explorador Infrarrojo de Campo Amplio" (WISE, por sus siglas en inglés) ha estado en proceso de planificación durante los últimos ocho años y será puesto en órbita a finales del 2009, informó el JPL en un comunicado. "En el cielo hay un campo infrarrojo que está lleno de sorpresas. Al examinarlo nos encontraremos con objetos nuevos e inesperados", señaló Edward Wright, investigador principal de WISE.» [El Pais Link]

BILL GATES PROCURA OS MELHORES "HACKERS"

Para ajudarem a Microsoft a tornar os seus produtos mais seguros:

«La seguridad informática es una de las cuestiones principales en la agenda del equipo de Bill Gates. Cada día se inventan virus más peligrosos y los usuarios valoran más que los programas que utilizan no tengan problemas de seguridad, así que Microsoft ha decidido que, para poder luchar contra el enemigo, hay que unirse a él.

El objetivo: la más importante reunión de piratas informáticos de todo el continente asiático, donde se reúnen tanto experimentados piratas informáticos como expertos en seguridad de las compañías.» [El Pais Link]

TABLOID PHOTOGRAPHS FROM THE LOS ANGELES HERALD TRIBUNE (1936-1961) [Link]

PINTANDO UM AIRBUS A320 DA VIRGIN'S

SEX MACHINE MUSEUM [Link]


JOE GASTON [Link] (NSFW)


ELRISHA [Link]


LITHIUM PICNIC [Link1][Link2] (NSFW)


MICHAL TOKARCZUK [Link]


CENTRAL NUCLEAR FLUTUANTE

«The Russian nuclear-energy company Rosenergoatom is planning a mobile plant to deliver electricity to hard-to-reach northern territories near the White Sea, where harsh weather makes regular coal and oil fuel deliveries unreliable and expensive. The $200-million floating plant—slated for construction next year—could provide relatively inexpensive, reliable electricity to 200,000 people.» [Popsci.com Link]

EMMA MAERSK, O MAIOR PORTA-CONTENTORES DO MUNDO [Link]


GICKR [Link]

Para produzir imagens animadas a partir de imagens do Flickr.

JAJAH [Link]

Para telefonar "à borliu":

«El sistema no necesita un teléfono especial, ni auriculares ni micrófonos - El invento de Daniel Mattes y Roman Scharf ha conseguido el respaldo de sociedades de inversión que en su día apostaron por Yahoo! y GoogleScharf y Mattes, creadores de Jajah.com, dicen que aprovechan "lo mejor de Internet y de la telefonía" - "Una llamada internacional de 10 minutos cuesta con Jajah 1,50 euros, frente a los 10 del operador tradicional"» [El Pais Link]

BLUSÃO PARA O iPOD [Link]

MARCUS VERSUS HP DESKJET

SUSTO

DISCOTECAS SUECAS VERSUS DISCOTECAS INGLESAS [Link]

Do mal o menos, prefiro as suecas.

HALLOWEEN DOGS [Link]

UMA QUESTÃO DE APETITE

PAY LESS BOOKS SALE

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KODAK


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