1.º Os apoiantes
A ideia de criar mandatários é boa mas esgota-se no dia da candidatura, além disso ninguém sabe muito bem para que servem os mandatários pois no final não terão qualquer papel na gestão da autarquia. O mesmo se pode dizer das listas de apoiantes ou dos mega jantares de companheiros de partido na FIL.
Ninguém vota neste ou naquele candidato só porque num corre o Carlos Lopes e no outro a Rosa Mota, faria mais sentido que o “meu candidato” se apresentasse rodeado de gente de Lisboa genuína que o apoia, sem recorrer aos truques das visitas aos centros de dia da terceira idade.
2.º Os outdoors
Um outdoor importante se passar uma mensagem forte ou uma imagem do candidato que transmita confiança ou um projecto para a cidade. Até ao momento não se viu um outdoor de que se possa dizer “benza-te Deus”.
O outdoor do PCP é igual a todos os outros dos últimos 30 anos, monótono. No do CDS apareceu um grupo de pessoas que parece que se encontraram na fila para medir a atenção, ainda por cima o Nobre Guedes aparece a olhar de esguelha não se sabe bem para onde. Num outro há uma fulana que diz que sente falta do Zé, ainda não percebi se é algum amigo mais íntimo que não tema aparecido ou se foi o marido que emigrou. No de António Costa aparece o candidato com fundo de “azul cueca” que lhe dá um ar de funcionário do dia do “Pingo Doce”.
3.º O alvo
Uma boa parte dos candidatos não resistem à tentação de escolher os velhotes como o seu alvo fácil e preferido, no caso do candidato do PSD até chego a pensar que o homem está enganado e julga estar a concorrer a Santa Casa da Misericórdia.
Os idosos são importantes e até poderão ajudar o PSD a evitar desgraça maior, mas não chegarão para levar um candidato a presidente da câmara, o alvo devem ser os jovens, são deles, dos seus pais e avós os votos que farão a diferença.
4.º Um projecto sério e consistente
Até ao momento os candidatos não conseguiram passar a ideia de que têm o projecto, limitam-se a apresentar propostas avulso, a dizer que “o Zé faz falta”, a protestar contra a justiça nos telejornais ou, na melhor das hipóteses, a apresentar propostas avulso e incoerentes, produzidas espontaneamente e sem reflexão, mais a pensar na audiência do momento do que na cidade.
A não ser o Zé que de uma penada arranja solução para qualquer problema, os candidatos ainda não apresentaram propostas consistentes, nem para os problemas da cidade nem para os da própria câmara. Não basta ir ao Google e pintar meia dúzia de ruas de verde para que Lisboa pareça o Central Park ou fazer meia dúzia de contas para se assegurar que a autarqui vai respirar saúde financeira, a autarquia não é uma associação excursionista e exige propostas mais sérias e consistentes.
5.º A cidade
Os candidatos visitam muito as instituições e pouco a cidade, condicionam o sucesso eleitoral das suas candidaturas ao favorecerem contacto com intermediários dos eleitores em vez de se dirigirem a estes. O que os eleitores querem saber não é a ementa do almoço com o presidente da associação recreativa, preferem que lhes seja demonstrados que os seus problemas são conhecidos e que há quem procure soluções para eles.