Ao contrário do que seria de esperar a pré-campanha das autárquicas intercalares de Lisboa não promete nada de novo, partidos, independentes forçados ou independentes de ocasião não estão a propor nada de novo aos lisboetas.
A rotina dos candidatos é a do costume, sem coragem para propor uma mudança profunda da cidade optam pela caça ao voto, em relação às campanhas anteriores não há nada de novo, a visita às colectividades, as fotografias juntos dos velhinhos ou a questão do aeroporto de Lisboa dominam as estratégias de campanhas sem propostas e escassa imaginação.
Mais importante do que os velhinhos seria fixar os jovens na cidade, ao mesmo ritmo em que a cidade e os munícipes envelhecem, estes são metidos em albergues sem condições e os jovens são expulsos para áreas suburbanas dos concelhos limítrofes. O fenómeno é o mesmo mas em vez de abordar o problema na sua globalidade alguns deputados preferem o discurso eleitoralista da visita aos centros de dia.
Enquanto uns manifestam pena pelos velhinhos o Zé vai dando espectáculos, num misto entre trotskismo e Gato Fedorento, preocupando-se com problemas marginais ou mexendo nas asneiras em vez de propor soluções.
De fora ficam os grandes problemas da cidade, a degradação contínua da cidade, o divórcio com um rio cuja margem está em permanente estado de sítio graças a uma gestão abusiva e oportunista das autoridades portuárias que impedem que os lisboetas se virem para um Tejo que deu sentido à cidade, uma zona verde convertida em parque privativo do Rock in Rio, equipamentos infantis escassos ou entregues ao treino de pitbulls, uma boa parte da cidade ocupada por um parque industrial degradado e falido ou por infra-estruturas portuárias arcaicas.