Não percebo nada de engenharia nem considero que a questão da localização da Ota seja um debate de engenheiros. Mal estará o nosso país se a democracia for gerida corporativamente, cabendo aos técnicos tomar as decisões, não me recordo, por exemplo, de ter visto Cavaco Silva ler relatórios técnicos para decidir as suas obras, este recurso aos técnicos apenas traduz a falta de credibilidade dos políticos e quando um líder da oposição se faz acompanhar de engenheiros para apoiarem as suas propostas é porque admite que não tem argumentos políticos ou porque pretende que uma suposta legitimidade técnica se sobreponha à legitimidade política para decidir.
Não junto a minha voz ao coro conduzido pelo jornal Público de Belmiro de Azevedo a que se juntou Marques Mendes (sabe Deus porquê), Jerónimo de Sousa porque imagina que um aeroporto vai salvar as suas autarquias da decadência em que caíram depois de trinta anos a tentar construir uma little RDA na margem Sul ou Francisco Louça que apoia tudo o que lhe possa dar votos.
Mas não estou convencido de que a melhor localização seja a Ota e muito menos que seja necessário construir um novo aeroporto com a urgência dramática com que nos é apresentada pelo ministro Mário Lino. É mais do que evidente que uma obra pública desta dimensão não significa apenas a solução de um problema de transportes, o investimento envolvido é suficiente para afectar a nossa economia, a actividade económica gerada é suficiente para criar a ilusão de prosperidade económica que poderá assegurar condições favoráveis a uma vitória do PS em 2013.
É evidente que a Portela está a ficar saturada, mas também é verdade que na Portela não aterram apenas aviões com passageiros, aterram centenas de aviões de mercadorias (os das companhias de Express mail como a DHL, a TNT e muitas outras) e aviões militares. Não compreendo porque motivo Lisboa está cercada de aeroportos militares quando quase não temos força aérea, um aeroporto em Alverca, outro na Portela e um em Montijo. Ainda não me explicaram porque motivo os lisboetas vão ter que apanhar o avião algures quase no centro do país (para alegria de Vital Moreira) e Lisboa continua a ser reservada para aviões militares. Não entendo o porquê desta abordagem medieval de uma cidade fortificada, cheia de quartéis militares e rodeada de três aeroportos militares e uma base naval.
Se o Governo me provar que recorrendo a Alverca para os voos e mercadorias (aproveitando as sinergias com um importante terminar rodoviário numa época em que cada vez mais se combinam estas duas vias de transportes de mercadorias) e ao Montijo para um novo aeroporto internacional para onde poderiam ser desviados parte dos voos da Portela não se resolve o problema então que escolha a nova localização.
Se o objectivo do Governo é fazer renascer o keynesianismo com objectivos eleitorais então devo recordar que os resultados dos investimentos feitos pelos governos de Cavaco Silva estão à vista e que não salvaram o PSD que acabou por ser derrotado graças à confusão que fez entre o Estado e o partido, fenómeno que o PS está a produzir com menos tempo de governo do que sucedeu na época de Cavaco Silva. Se o objectivo do Governo é estimular a economia à custa das obras públicas isso significa que Sócrates não aprendeu nada nas viagens que fez à Finlândia e à Irlanda quando ainda era primeiro-ministro estagiário.
Direi sim à Ota mas só depois de Sócrates me mostrar a sua indispensabilidade, depois de convencer que a opção Ota nada tem que ver com os calendários eleitorais e depois me provar que o que pretende é resolver um problema e não criar condições para se eternizar no poder à custa do progresso de um país que em vez de investir em saber continua a betonar o desenvolvimento.
Não junto a minha voz ao coro conduzido pelo jornal Público de Belmiro de Azevedo a que se juntou Marques Mendes (sabe Deus porquê), Jerónimo de Sousa porque imagina que um aeroporto vai salvar as suas autarquias da decadência em que caíram depois de trinta anos a tentar construir uma little RDA na margem Sul ou Francisco Louça que apoia tudo o que lhe possa dar votos.
Mas não estou convencido de que a melhor localização seja a Ota e muito menos que seja necessário construir um novo aeroporto com a urgência dramática com que nos é apresentada pelo ministro Mário Lino. É mais do que evidente que uma obra pública desta dimensão não significa apenas a solução de um problema de transportes, o investimento envolvido é suficiente para afectar a nossa economia, a actividade económica gerada é suficiente para criar a ilusão de prosperidade económica que poderá assegurar condições favoráveis a uma vitória do PS em 2013.
É evidente que a Portela está a ficar saturada, mas também é verdade que na Portela não aterram apenas aviões com passageiros, aterram centenas de aviões de mercadorias (os das companhias de Express mail como a DHL, a TNT e muitas outras) e aviões militares. Não compreendo porque motivo Lisboa está cercada de aeroportos militares quando quase não temos força aérea, um aeroporto em Alverca, outro na Portela e um em Montijo. Ainda não me explicaram porque motivo os lisboetas vão ter que apanhar o avião algures quase no centro do país (para alegria de Vital Moreira) e Lisboa continua a ser reservada para aviões militares. Não entendo o porquê desta abordagem medieval de uma cidade fortificada, cheia de quartéis militares e rodeada de três aeroportos militares e uma base naval.
Se o Governo me provar que recorrendo a Alverca para os voos e mercadorias (aproveitando as sinergias com um importante terminar rodoviário numa época em que cada vez mais se combinam estas duas vias de transportes de mercadorias) e ao Montijo para um novo aeroporto internacional para onde poderiam ser desviados parte dos voos da Portela não se resolve o problema então que escolha a nova localização.
Se o objectivo do Governo é fazer renascer o keynesianismo com objectivos eleitorais então devo recordar que os resultados dos investimentos feitos pelos governos de Cavaco Silva estão à vista e que não salvaram o PSD que acabou por ser derrotado graças à confusão que fez entre o Estado e o partido, fenómeno que o PS está a produzir com menos tempo de governo do que sucedeu na época de Cavaco Silva. Se o objectivo do Governo é estimular a economia à custa das obras públicas isso significa que Sócrates não aprendeu nada nas viagens que fez à Finlândia e à Irlanda quando ainda era primeiro-ministro estagiário.
Direi sim à Ota mas só depois de Sócrates me mostrar a sua indispensabilidade, depois de convencer que a opção Ota nada tem que ver com os calendários eleitorais e depois me provar que o que pretende é resolver um problema e não criar condições para se eternizar no poder à custa do progresso de um país que em vez de investir em saber continua a betonar o desenvolvimento.