FOTO JUMENTO
Manequim numa janela da Rua Augusta
IMAGEM DO DIA
[Romeo Ranoco / Reuters ]
«Concours de beauté pour transexuels et travestis, Manille, Philippines, le 24 octobre 2008.» [20 Minutes]
JUMENTO DO DIA
Manuela Ferreira Leite, líder do PSD
Manuela Ferreira Leite tem nas obras públicas a fixação daquele que se arrisca a ser o mais pequeno mandato de um líder do PSD. O problema não está na escolha do tema está na facilidade com que muda de argumentos, começou por defender que o dinheiro deveria ser distribuído pelos pobres, depois defendeu que não havia dinheiro, mudou para dúvidas quanto ao custo das obras pública, agora é contra porque estes investimentos não criam emprego. Só que desta vez Ferreira Leite foi um pouco mais longe e fez o que é inaceitável em quem quer ser primeiro-ministro de um país civilizado, referiu a Ucrânia e Cabo Verde de forma menos elegante, para não dizer pejorativa, para reforçar a sua argumentação. Lamentável e triste.
UM NEGÓCIO MUITO ESTRANHO
Há muito que o BPN andava nas bocas do mundo, sem dimensão e sem grande expressão financeira chamava a atenção pelas ligações do mundo da política ao mundo dos negócios. Nos últimos tempos tornou-se notícias pelas guerras n sua administração que nunca foi muito pacífica, foram vários os administradores que bateram a porta pouco tempo depois de terem entrado.
O BPN era o banco de Dias Loureiro, um modesto advogado que se tornou o homem forte do cavaquismo e cujo último acto público foi o apadrinhamento de uma biografia de José Sócrates. Já algum tempo que se dizia ter-se desligado do banco e desde a apresentação da biografia de Sócrates quase desapareceu.
Mas é bom recordar que esteve por detrás de muitas nomeações dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Do mundo BPN chegaram a ministros Daniel Sanches, o responsável do SIS no tempo de dias Loureiro, que foi ministro da Administração Interna e Amílcar Teias que foi ministro do Ambiente. Depois soube-se do negócio do SIRESP e quanto ao ambiente tudo foi pacífico, a pretendida privatização das águas não chegou a concretizar-se por falta de tempo.
Era também o banco de Oliveira e Costa, o homem que cuidou das finanças do PSD de Cavaco Silva ao mesmo tempo que era secretário de Estado do Orçamento e cuidava das finanças do país. Ficou famoso pelos perdões fiscais e pela perseguição fiscal a personalidades.
Homem forte do gabinete de Oliveira e Costa era o actual director do contencioso fiscal do BC, Eduardo Tracana, de quem se diz que manda mais no fisco do que a maioria dos directores-gerais que por lá passam.
É evidente que os portugueses que vão suportar os custos desta falsa nacionalização (trata-se mais da aquisição a título gracioso dos prejuízos) nunca saberão toda a verdade sobre o BPN, nem sequer quanto custará esta operação ao Estado. É também evidente que os chamados partidos do “arco do poder” vão aprovar esta aquisição e impor um manto de silêncio em torno deste negócio. Dias Loureiro disse que já lá não tinha o seu dinheiro, será o único?
Agora percebe-se que Miguel Cadilhe não foi escolhido para gerir o banco, o seu papel foi arrumar o banco para que pudesse ter ocorrido. Resta saber o que por lá se passou durante os últimos meses.
DO RIGOR AO POPULISMO, DO SILÊNCIO AO BANZÉ
Parece que Manuela Ferreira Leite mandou a estratégia do silêncio para as malvas, agora já não quer ganhar as eleições apenas com o seu perfil esfíngico, uma mistura entre Salazar e Cleópatra, agora começou a fazer banzé.
Tudo leva a crer que desde que reuniu com Santana Lopes deixou de se aconselhar com Pacheco Pereira e passou a seguir as sugestões do menino guerreiro., até já mede o impacto financeiro das suas propostas em metros de auto-estrada. o mesmo tempo que passou do silêncio ao banzé, deixou a seriedade e optou pelo populismo. Ao que as sondagens eleitorais obrigam...
DÚVIDAS SOBRE NACIONALIZAÇÃO DO BANCO NACIONAL DO CAVAQUISTÃO
Há muito que o BPN estava sob suspeita, nasceu pela iniciativa dos enriquecidos pelos governos de Cavaco Silva desde há meses que o banco entrou em crise, a sua falência nada teve que ver com a crise financeira. O que o governo fez não foi salvar um banco vítima da crise, foi nacionalizar o prejuízo de um banco gerido por gente duvidosa que o usou para os seus negócios.
É bom lembrar que o BP foi uma criação de dois homens fortes de Cavaco Silva, Oliveira e Costa foi secretário de Estado do Orçamento (que tinha o pelouro do fisco) e tesoureiro do PSD, Dias Loureiro foi secretário-geral do PSD e mais tarde ministro da Administração Interna. Pela sua liderança passou também Daniel Sanches, o homem do SIS de Dias Loureiro
UM ILUSÃO?
«Durante a campanha para a eleição presidencial americana, houve um assunto de que não se falou (ou quase não se falou): a raça. O próprio Obama nunca disse a palavra "preto" ou "pretos". Preferiu sempre usar eufemismos: "os que marcharam", por exemplo, ou "os que não votavam". Os republicanos fizeram o mesmo. Toda a retórica sobre o herói que sobe na vida, por exemplo, se dirigia, no fundo, a opor o branco, anglo-saxão e protestante, aos pretos que não sobem na vida (como, de facto, poucos sobem), alegadamente por "inferioridade" ou "preguiça", e "preferem" uma carreira no crime. Esta omissão geral e sistemática é em si própria inquietante, tanto mais que Obama chegou onde chegou e que a sua simples candidatura (quer ele ganhe, quer ele perca) constitui um progresso decisivo na igualdade cívica e política entre americanos.
À superfície, tudo se passou como se não existissem diferenças entre o filho rico de uma dinastia militar, McCain, e o filho pobre de um emigrante africano, Barack Obama. Ninguém faltou às regras da ortodoxia estabelecida. Nem mesmo as sondagens se referiam à composição étnica deste ou daquele Estado e, como as sondagens, os comentadores trataram de evitar essa área perigosa. Quem viesse de um outro mundo, não acreditaria que em Setembro um inquérito da AP-Yahoo News e da Universidade de Stanford tinha de novo estabelecido que uma percentagem importante de eleitores reconhecia ser influenciada pela raça. E bastava olhar para as centenas de "entrevistas de rua" para reconhecer a hipocrisia de quem não tencionava escolher Obama: porque se chamava Barack Hussein Obama (e era, por isso, com certeza maometano), porque trazia com ele o socialismo ou porque não passava de um orador sem substância. Mentiras de ocasião e, principalmente, mentiras de ocultação.
Este fenómeno - o silêncio e o cumprimento formal das regras, que escondem intenções publicamente inconfessáveis - leva a suspeitar do resultado da eleição, apesar do avanço claríssimo de Obama. Mas, pior do que isso, leva a suspeitar do actual liberalismo do Ocidente. Sob a capa do "politicamente correcto", a América e a Europa não deixaram talvez nem o seu antigo racismo, nem a sua xenofobia; e continuam a execrar a homossexualidade e a lamentar a relativa "emancipação" da mulheres. Se Obama não ganhar (e espero fervorosamente que ganhe), a "tolerância" em que vivemos vai aparecer como a ilusão do século.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Vasco Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
GENERAIS COM CASAS A 100 EUROS
«Os militares das Forças Armadas pagam uma renda média mensal de 139 euros nas casas atribuídas pelo Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), organismo responsável pela execução da política social no Ministério da Defesa. Ao que o Correio da Manhã apurou junto de fontes conhecedoras, "há vários generais e almirantes que pagam menos de cem euros por mês de renda em casas com cinco e seis assoalhadas em zonas nobres de Lisboa."» [Correio da Manhã]
Parecer:
Coitados dos generais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos generais se também querem receber rendimento mínimo.»
PROPOSTA SINISTRA DE PORTAS
«O CDS-PP vai propor a transferência de um quarto dos 430 milhões de euros orçamentados para o rendimento social de inserção (RSI) para melhorar as pensões sociais, anunciou ontem Paulo Portas. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Este proposta só revela o desespero de Paulo Portas que não deve dormir a pensar em propostas que o relancem nas notícias.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelas legislativas para se saber o destino de Portas.»
UMA NACIONALIZAÇÃO MUITO ESTRANHA
«O Governo vai propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco Português de Negócios, anunciou o ministro das Finanças depois do Conselho de Ministros extraordinário deste domingo. Ao mesmo tempo, foi anunciada uma linha de crédito para entidades bancárias e o pagamento a curto prazo das dívidas do Estado às empresas.
"O Governo viu-se obrigado a decidir hoje propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros", declarou Teixeira dos Santos.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
O governo de Sócrates nacionalizou o banco dos amigos de Cavaco Silva?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Cavaco Silva.»
A ANEDOTA DO DIA
«A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, condenou a insistência do PS no Estatuto dos Açores, considerando que isso mostra que o primeiro-ministro, José Sócrates, ainda não percebeu o benefício de governar com a cooperação de Cavaco Silva.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
De vez em quando a líder do PSD até tem sentido de humor.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
TENTA-SE SALVAR O PRIOLO
«Cinco anos e 2,8 milhões de euros depois, um projecto ambiental conseguiu duplicar o número de priolos, uma das aves mais ameaçadas do Mundo e que apenas existe na ilha de São Miguel, nos Açores.
"Todos os dados apontam para que o declínio da espécie tenha sido travado. Mas claro que se trata de uma população muito pequena, de poucas centenas de indivíduos de uma população mundial que só existe numa zona de São Miguel", afirmou Joaquim Teodósio, que coordenou o projecto para salvar o priolo da extinção» [Jornal de Notícias]
COMO O DR. MACEDO PODE AJUDAR O PAÍS
Pode-se dizer que é director-geral dos Impostos por um dia sê-lo-á para toda a vida e estou certo que o dr. Macedo não só estará sempre ligado a uma instituição que tudo fez para proteger, até recorrendo à Interpol para calar vozes dissonantes, como sente a obrigação de servir uma casa transformou um gestor desconhecido numa vedeta nacional.
Na posição em que está o dr. Macedo pode ajudar o país e se usar os métodos a que recorreram para saber para quem e de quem recebiam mensagens os funcionários da Administração Fiscal diria que o sucesso é muito provável. Não me refiro ao Apito Dourado ou aos negócios da família Jardim Gonçalves, os primeiros deverão estar a ser investigados e os segundos fazem parte da intimidade dos accionistas.
Seria interessante, por exemplo, se o dr. Macedo pegasse num Correio da Manhã do ano passado que noticiava que um alto quadro do fisco recebia mais de 25.000€ anuais de um instituição financeira e mandasse verificar se nas folhas de pagamentos do banco consta algum funcionário do fisco.
É evidente que o banco pode pagar bem aos seus professores efectivos, para ficar tranquilo podia mandar o seu director de contencioso fiscal investigar se o tal professor efectivo tinha sido responsável por algum parecer que tenha conduzido a algum despacho simpático para o BCP. Não deve ser difícil conferir os requerimentos apresentados pelo gabinete de contencioso fiscal no fisco e investigar quem foram os intervenientes. Normalmente estes gabinetes acompanham todas as fases do processo, sabendo quais sã os intervenientes no processo.
Se não souber por onde começar posso dar-lhe uma pista, pegue num requerimento em que se pedia a isenção de impostos sobre o património imobiliário aquando do processo de fusão. Estava em causa a aplicação dos impostos a todo o imobiliário pertencente às empresas que foram alvo de fusão no âmbito do BCP e que totalizava milhões de euros. Será que o brilhante jurista que aplicou abusivamente normas do IRC ao IMI é o mesmo “professor” ao qual uma instituição financeira paga mais de 25.000 euros anuais?
RELAÇÕES FAMILIARES ENTRE O FISCO E O BPN
Um dos aspectos mais curiosos do BPN são as relações familiares entre alguns altos dirigentes da DGCI e funcionários daquele banco. Será coincidência.
Coincidência não é certamente e ainda mais curioso é o facto de o "padrinho" de alguns casamentos nem sequer ser funcionário do BPN mas sim do BCP. Trata-se do responsável pelo contencioso fiscal deste banco, que foi braço direito de Oliveira e Costa quando este desempenhava as funções de secretário de Estado do Orçamento, o governante que ficou famoso pelos generosos perdões fiscais e pelas acusações de perseguição fiscal a Luís Nobre Guedes.
As relações entre a gente do BPN e o fisco não se ficam por aqui, o driector de Finanças de Lisboa foi o chefe de gabinete de Dias Loureiro e só Deus sabe como migrou de Coimbra para Lisboa onde os resultados do fisco são muito maus.
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
- Obrigado pelos parabéns dados pelo "Tomar Partido" e "Blasfémias".
- Mais um prémio "Dardos", desta vez do "Photomics".
MINEIRINHO ZERO