FOTO JUMENTO
Carpinteiro, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Brennan Linsley, AP]
«In this image reviewed by the U.S. Military, detainees are seen from a tower overlooking a common area where Guantanamo detainees gather, at camp 4 detention facility at the U.S. Naval Base, in Guantanamo Bay, Cuba. A federal judge on Thursday, Nov. 20, ordered the release of five Algerians held ata Guantanamo Bay, Cuba, and the continued detention of a sixth in what is being called a blow to the Bush administration’s policy to keep terror suspects locked up without chrges.» [USA Today]
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva, Presidente da República
Cavaco Silva não tem muito mais tempo para demitir Dias Loureiro ou sugerir-lhe que coloque o cargo de membro do Conselho de Estado à disposição do Presidente da República. Mesmo que Dias Loureiro não cai nas malhas da justiça corre um sério risco de ver o seu nome envolvido em negócios menos claros daquele grupo duvidoso.
O BPN era muito pior do que banco gerido de forma duvidosa e irresponsável, era o centro financeiro de uma imensa teia de negócios menos claros, de gestão de influências e, muito provavelmente, de corrupção.
A DESORIENTAÇÃO DE DIAS LOUREIRO
A actuação recente de Dias Loureiro é típica de quem está inocente, e só quer provar a inocência quem não tem culpas ou quem receia uma acusação formal. Não é normal que alguém queira ser ouvido pelo parlamento, que no dia seguinte corra para as televisões e que veja as suas declarações desmentidas por um ex-governador do Banco de Portugal
Também não é muito digno tentar atirar todas as responsabilidades para Oliveira e Costa, num momento em que o velho amigo nem se pode defender. O que receia Dias Loureiro? Eu diria que está a defender
A COMISSÃO DE INQUÉRITO AO BPN
Enquanto produzia este post fui surpreendido com a notícia da Lusa de que o PS aprovou a constituição da comissão parlamentar de inquérito ao BPN, esperemos que esse passo tenha por objectivo levar a investigação a todos os níveis. Se a intenção do PS não for bloquear o funcionamento da comissão o país terá a oportunidade de conhecer muitos dos seus "podres".
UMA EXPLICAÇÃO CURIOSA
«Dias Loureiro, na entrevista a Judite de Sousa (já que o PS não o quer no Parlamento), disse coisas pouco habituais num homem experiente, ex-ministro, gestor de sucesso. Sobretudo, repetiu "não sei", "não sabia", "acreditei", "era o que me diziam", "não achava nada". Esclareceu ainda que no BPN "não havia reuniões" (supõe-se que da Administração do banco) e que Oliveira e Costa "falava (despachava?) individualmente" com cada colaborador. O mais que a sua atenção conseguiu foi "ouvir vozes", um "bruáaa", detectar "ali um certo mal-estar", o que até o levou em Abril de 2001 a referir isso mesmo a um elemento do Banco de Portugal. Só depois (em 2002) conseguiu arranjar forças para declarar a Oliveira e Costa que "não gostava do modelo de gestão". E depois disto tudo, quando bateu finalmente com a porta, o presidente, "homem brilhante", ainda lhe retribuiu com um indelicado "você não sabe de contabilidade" quando ele não viu reflectido nas contas, que no entanto assinou, os 71 milhões que se tinham evaporado com um negócio em Porto Rico. Foi pura sorte, então, que a actual crise no BPN não lhe tenha apanhado um cêntimo do milhão de contos que lá chegou a ter. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por João Marcelino.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NÃO SE GOVERNAM NEM SE DEIXAM GOVERNAR
«Eu acho (mas é apenas uma suposição pessoal...), que o que fez Manuela Ferreira Leite entrar em ritmo de asneira livre foi a imagem das criancinhas dos liceus a atirar tomates e ovos à ministra e aos secretários de Estado da Educação, entre risos, gritos, histeria e imbecilidades debitadas para os generosos microfones das televisões. E eu percebo-a: no meu tempo de estudante, nós corríamos à frente da polícia de choque, incendiávamos os carros dos “gorilas” da Faculdade, boicotávamos as aulas dos professores do regime, mas tínhamos uma causa concreta, a mais simples de todas: a liberdade. E a liberdade das coisas mais óbvias: poder dizer o que pensávamos, ver os filmes que queríamos, ler os livros e revistas que entendêssemos, sair para o estrangeiro livremente, não ter que desperdiçar dois anos de vida, ou até a própria vida, a defender a pátria em expedições coloniais punitivas com trinta anos de atraso histórico. Muito embora já então não ignorássemos por completo a máxima de que a única vantagem da condição de jovem-estudante é que se trata de um estado de estupidez inevitável que em breve passará, a verdade é que tínhamos razões para ter causas e tínhamos razão e tínhamos causas. Hoje, estas entusiastas criancinhas, que nada têm para arriscar, batem-se por quê: por mais um computador em casa, um telemóvel de última geração, uma nova discoteca para enfiarem «shots» até caírem de borco? É certo que tinham razão relativamente ao regime de faltas, cuja interpretação em algumas escolas conduzia ao absurdo de não distinguir faltas por doença de faltas justificadas - um absurdo, entretanto, corrigido e clarificado pelo Ministério. De resto, que sabem eles do assunto para declararem que querem a demissão da ministra porque ela é “muito autoritária”? Apetece mandá-los todos para trabalhos forçados, a colherem tomate dobrados até ao chão ou a apanharem ovos e limparem capoeiras - para saberem o que vale um ovo e o que vale um tomate.
Eu compreendo Manuela Ferreira Leite: ela já não sabe o que há-de pensar, o que há-de propor para governar este país. Em Março, avisa que abandonar a avaliação dos professores seria uma traição cometida por Sócrates contra o seu eleitorado; em Novembro propõe solenemente que se abandone a avaliação. Na semana passada, declara que não se podem fazer reformas contra as corporações respectivas; esta semana desabafa que, para conseguir fazer reformas, seria preciso suspender a democracia seis meses e fazer tudo por decreto, antes de retomar a normalidade democrática. Francamente, não me passa pela cabeça que ela pense mesmo aquilo que disse: o problema é que ela dá mostras de não saber o que pensar. Perdeu o norte, já não reconhece o chão que pisa. Chegou à mesma conclusão que eu cheguei há uns anos e os romanos já há dois mil anos: que nós não somos governáveis. Não nos governamos, nem nos deixamos governar.
O problema de Manuela Ferreira Leite é que ela não tem um pensamento político sólido nem estruturado para o país e, na situação de emergência em que vivemos, não tem tempo para o formar. Achou que lhe bastava uma dose normal de senso comum e a capacidade de ir gerindo os problemas à medida que eles fossem aparecendo. Primeiro, ficou calada, a ver se percebia o que se passava: depois, como toda a gente lhe gritava que falasse, ela resolveu começar a falar sem ter tido tempo para perceber. Começou a falar como quem pensa em voz alta e desataram a sair as asneiras, como aquela de não poderem ser os jornalistas a escolher a informação dada ao público (quem deveria ser, então: o Zeca Mendonça, do PSD, o ministro Santos Silva, do PS, ou o Cunha Vaz, o especialista em ensinar aos políticos o que eles devem dizer?).
Por exemplo: a guerra dos professores, de que o país está farto, deveria merecer-lhe uma linha de rumo definida, e não oscilante, conforme a rua ou as sondagens o determinam. Anteontem, o Governo voltou a recuar na avaliação, dando finalmente sinais de maleabilidade. Mas é duvidoso que os professores aceitem, mesmo que a alternativa seja a de ficarem aos olhos da opinião pública como o único sector do funcionalismo do Estado que não aceita ser avaliado profissionalmente - nem sequer para permitir que os melhores sejam premiados. Tal como as coisas se apresentam, é quase certo que a Fenprof e Mário Nogueira não aceitarão nada que não seja a continuação da “luta” até à derrota final da ministra e do Governo. Como bom comunista, Mário Nogueira não terá esquecido ainda os ensinamentos de Lenine de que “a revolução é impossível sem uma crise nacional”, e esta passa por “uma crise governamental que atraia para a luta política até as massas mais retardatárias” (‘A doença infantil do comunismo’, 1920). A agenda da Fenprof passa por uma crise governamental, mesmo que não se alcance o que tem o país a ganhar com isso, excepto o caos. Há várias alternativas possíveis neste quadro, mas seguramente que a suspensão da democracia por seis meses não é uma delas. Haveria que ter pensado a sério no assunto antes.
Os problemas urgentes e graves são outros. São as fábricas de automóveis a encerrarem durante semanas e a despedirem por quebra de vendas. É o desemprego que vai disparar e o défice público, tão penosamente diminuído nos últimos anos, que vai ter de crescer para fazer face ao problema. São as exportações em queda a pique, porque os mercados compradores estão todos em recessão. São as empresas descapitalizadas e sem capacidade de endividamento para poderem voltar a investir. É, segundo muitos, uma crise económica sem precedentes depois de 1929, que nenhum dos que estão vivos teve de enfrentar até hoje. Conseguir que Portugal sobreviva neste oceano de tempestades que nos espera ao virar do cabo vai ser tarefa imensa e de resultado mais do que incerto. Não sei se os portugueses perceberão desta vez que é inútil esperar que a salvação venha toda do Governo. Sei que há ainda quem acredite que o Governo (este ou qualquer outro), se quisesse, fazia uma lei e acabava com a crise: podia-se subir salários, pensões, subsídios, financiar as empresas e garantir a banca, fazer obra pública e multiplicar as ajudas à agricultura. Esses nunca perceberão que não há políticas que possam salvar uma economia que, em grande parte e historicamente, se habituou a ser parasitária. Vive do Estado, das ajudas do Estado, dos negócios do Estado, da assistência do Estado. Faz parte da filosofia do “viver habitualmente”, de que falava Salazar: nunca seremos um país desenvolvido nem de gente independente, mas viveremos sempre remediados e aconchegados na protecção do Estado. Seja isso o que for e venha de onde vier o dinheiro: antes das colónias, depois da Europa, hoje cada vez mais dos pagadores de impostos sérios, que são uma minoria. 2009 vai ser um ano terrível, mas de uma coisa estou certo: apesar de irem falir muitos que o não mereciam e que vão ser apanhados na voragem, os que sobreviverem - se o jogo for limpo - é porque não ficaram encostados à espera que os viessem salvar.
Vem aí sangue, suor e lágrimas e é preciso saber mobilizar as pessoas para isso. É nisso que Manuela Ferreira Leite se deveria concentrar: em distinguir o essencial do acessório. Quem chefia a oposição lidera uma fatia importante dos portugueses. E quem lidera tem de saber muito bem e tornar claro qual é o caminho que propõe. Não pode dar uma imagem de cata-vento, ultrapassado pela dimensão do desafio.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Miguel Sousa Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
VARIAÇÕES SOBRE A GUERRA DA AVALIAÇÃO
«A guerra aberta entre os professores e a ministra da Educação é um manancial de perplexidades e incómodos. Registo alguns dos que me tocam.
1. É normal a ministra da Educação receber o líder da Fenprof, Mário Nogueira, depois de este afirmar que sairia da reunião caso a ministra, nos primeiros cinco minutos de conversa, não dissesse o que ele queria ouvir? Uma ministra, que representa o Estado, deve negociar nestas condições?
2. É normal um Governo desencadear um processo de avaliação sem, pelo menos, acautelar que um número significativo de visados compreende e aceita o modelo proposto?
3. É normal as escolas decidirem e, efectivamente, suspenderem um processo ao qual estão obrigados por lei e pela dependência orgânica do Ministério da Educação?
4. É normal existirem professores que, dentro do espaço da escola, façam autênticos comícios junto dos alunos contra a ministra e o Governo? E é normal que esses e outros professores incentivem alunos a ir a manifestações de rua contra a ministra?
5. É normal que um processo de avaliação seja tão odiado que leve 120 mil professores para a rua? Ou tudo isto não passa de uma explosão dos professores que ainda tem em vista o Estatuto da Carreira Docente que os obriga a muito mais permanência nas escolas, a mais trabalho e a mais dedicação?
6. É normal o Ministério da Educação apresentar um modelo de avaliação tão complexo que, passados uns tempos, necessita (segundo afirma a própria ministra) de um ‘simplex’?
7. É normal os professores verem-se envolvidos numa clara e evidente disputa pela liderança da CGTP, pelo facto de o líder da Fenprof ser o nome que o PCP gostaria de ver à frente da central, para substituir o ‘moderado’ Carvalho da Silva?
8. É normal que o próprio conceito de avaliação tenha de ser discutido pela ministra como se de uma questão política se tratasse, e, ao invés disto, nunca se ver uma discussão séria sobre a qualidade do ensino o qual, de acordo com os indicadores internacionais, é lamentável?
9. É normal nunca termos visto uma classe tão mobilizada como os professores protestar contra a degradação do ensino ou qualquer outro aspecto directamente relacionado com a Educação, mas apenas com as suas próprias condições e retribuições?
10. É normal um Conselho de Ministros discutir como se devem avaliar professores?
Estas 10 perguntas simples têm, a meu ver, todas a mesma resposta: não, não é normal.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Henrique Monteiro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
QUEM QUER ESCONDER O QUÊ?
«Agora, quando a Caixa Geral de Depósitos já aplicou mais de mil milhões de euros no BPN (mais 400 milhões do que a quantia que Cadilhe tinha pedido), e quando tudo indica que ainda vá ter de lá colocar muito mais, impõe-se a pergunta: a quem aproveita a nacionalização? Não teria sido preferível o Estado assegurar, como decorre da lei, 100 mil euros por depositante e deixar o banco, pura e simplesmente falir? Quem ficaria prejudicado se a operação fosse assim? E quem beneficia por não ter sido?» [Expresso assinantes]
Parecer:
Editorial do Expresso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
O HAMLET DO PS
«Muitos reformados vão deixar de votar PS por causa da reforma da Segurança Social. Muitos funcionários vão deixar de votar PS por causa da (tímida) tentativa de reforma do Estado. Muitos trabalhadores vão deixar de votar PS por causa do Código Laboral. Muitos professores vão deixar de votar PS por causa da reforma das carreiras de ensino. E muitos portugueses vão deixar de votar PS por qualquer razão estimável e desconhecida. Isto é evidentemente o preço de "fazer qualquer coisa", mesmo que má e mal. Mas nada perturbou o PS como a resistência dos professores. Por uma razão simples. Os professores foram sempre, e pela Europa inteira, de esquerda ou de extrema-esquerda, e em Portugal, apesar de seguir ocasionalmente a Fenprof, uma parte substancial é, ou era, socialista.
Não admira que algumas personagens do partido se opusessem à intransigência da ministra e, por extensão, do eng. Sócrates. Manuel Alegre esteve, como de costume, à cabeça do descontentamento interno. Embora sem mandato (excepto o milhão de votos nas "presidenciais"), Alegre passa por ser uma espécie de "consciência" do PS, encarregada de guardar (e defender) a herança socialista. Um papel mais sentimental do que prático, porque nem ele sabe o que é hoje o socialismo e anda confessadamente à procura de um outro "paradigma". Só que, perante um governo de que a direita gosta (e que deliberadamente a serve), o sentimento basta; e Alegre acabou por se transformar na esperança de uma certa esquerda órfã e desiludida. Uma esperança equívoca, como se verá.
Sucede que Alegre até aqui ainda não conseguiu decidir se usa ou não usa o poder que tem. Diz que não apoiará a campanha de Sócrates; diz que "dificilmente" se candidatará a deputado; diz que não se candidatará a Presidente; diz que nada o liga à gente que rodeia Sócrates; diz que o PS se tornou um apêndice do Governo, sem autonomia ou vida própria; diz que não se admira se aparecer por aí um novo movimento de esquerda; e diz, principalmente, que nunca diz nunca. Diz tudo isso e não se mexe. Mais do que a "consciência" do PS, Alegre é agora o Hamlet da política portuguesa, com um pequeno exército de activistas atrás, que já despeja por e-mail uma enorme quantidade de propaganda em casa de cada um. A maioria do PS depende dele. Mas quer ele liquidar a maioria do PS, em nome de uma indignação sem forma e de um hipotético "paradigma"?» [Público assinantes]
Parecer:
Por Vasco Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
OLIVEIRA E COSTA: DE TESO A RICO
«Oliveira e Costa planeou cuidadosamente a partilha e salvaguarda do seu património pessoal, avaliado em 6,5 milhões de euros. Uma semana após ser decretado o divórcio, a 3 de Março de 2008, e menos de um mês depois de ser afastado da presidência do Banco Português de Negócios (BPN), Oliveira e Costa e a mulher fizeram uma escritura de partilhas num notário privado em Lisboa.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Um exemplo de sucesso do cavaquismo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a democracia de sucesso dos tempos de Cavaco Silva.»
COINCIDÊNCIAS
«O Presidente da República, Cavaco Silva, alertou ontem os empresários portugueses e estrangeiros para a necessidade de mais transparência nos mercados financeiros e o aperfeiçoamento da sua regulação. » [Correio da Manhã]
Parecer:
A política tem destas coisas, no dia em que aquele que foi o seu secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e tesoureiro do PSD ficou em prisão preventiva Cavaco vem pedir mais transparência aos empresários. A que transparência se estará a referir, será aos perdões fiscais que o seu governo concedeu?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva.»
MAIS UM MOMENTO ALEGRE
«A próxima grande reunião do "alegrismo" está marcada para 14 de Dezembro, na Aula Magna da reitoria da Universidade de Lisboa. A organização está em marcha e na comissão promotora figura o nome de Francisco Louçã, o líder do Bloco de Esquerda que já tinha estado presente no comício do Teatro da Trindade, no princípio de Junho. Além dos dirigentes bloquistas, a comissão promotora integra ainda militantes e ex-militantes do PCP e muitos independentes.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Manuel Alegre prossegue na preparação da sua candidatura presidencial.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alegre se vai anunciar a sua candidatura.»
O ESPECTÁCULO TRISTE DE DIAS LOUREIRO
«"Se o dr. Dias Loureiro anda a dizer isso (que informou o Banco de Portugal em 2001 de problemas de gestão do BPN) ou está a fazer confusão com a pessoa ou a mentir", afirma ao Expresso António Marta, vice-governador do banco central, com a supervisão, à altura dos acontecimentos.
Marta vai mais longe e diz: "Ele veio perguntar-me porque é que o Banco de Portugal (BdP) andava tão em cima do BPN, ao que eu lhe respondi que isso tinha que ver com o facto do banco ter uma gestão pouco transparente e de haver muitos negócios entre a administração e os accionistas".
António Marta diz que Dias Loureiro saiu do BdP a dizer que as pessoas à frente do BPN "eram boa gente" e especifica: "Foi uma conversa a sós, até me lembro da sala onde decorreu. Se fosse uma coisa como ele diz, certamente que a teria transmitido ao senhor governador".
Dias Loureiro, que foi administrador-executivo da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), afirmou esta semana: "Em Abril de 2001 fui ao Banco de Portugal e disse a António Marta que o modelo de gestão do grupo não me inspirava confiança e que havia accionistas que eu sentia que faziam negócios com o banco". Ao Expresso queixou-se que Oliveira Costa não despachava com ele, fazia poucas reuniões e não havia actas. "Quando pedi para haver actas deixou de haver reuniões", diz.» [Expresso]
Parecer:
Dias Loureiro evidencia sinais de medo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
DIAS LOUREIRO NÃO PERCEBE NADA DE CONTABILIDADE
«Ao Expresso o agora Conselheiro de Estado - que esteve no universo BPN, entre Janeiro de 2001 e Março de 2002 como administrador-executivo da SLN e depois disso como não executivo até 2005 - diz que depois de ter questionado o facto de as participações não estarem no Relatório de 2001, Oliveira Costa lhe respondeu: “Não as vê porque estas vão ser consolidadas na Seac Banche (tecnológica italiana que tinha sido adquirida pela Datacomp)”. Acrescentou: “As participações estão parqueadas num veículo «offshore» e como vamos proceder a uma fusão na área tecnológica em 2002, não se preocupe. porque os revisores não fizeram qualquer reserva às contas”. Por isso, diz, “assinei as contas. Não percebo nada de contabilidade”.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Esta vai ser a anedota do ano.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Dias Loureiro que peça umas explicações a Cavaco Silva, antes de se licenciar em economia o PR fez o curso do antigo Instituto Comercial.»
MFL MUDOU DE OPINIÃO
«Manuela Ferreira Leite anunciou que o PSD apoiará a comissão parlamentar de inquérito proposta pelo CDS sobre o caso do BPN - uma mudança face ao que a líder do PSD defendeu há seis meses, quando estava em causa uma iniciativa semelhante a propósito do BCP. Na altura, Ferreira Leite estava contra a comissão de inquérito proposta pelo PSD, então dirigido por Menezes e Santana. Em entrevista à ‘Sábado’, a 29 de Maio, explicou porquê: “Foi por uma questão de sentido de Estado. Considero que é extremamente gravoso estar-se a pôr em causa, através de um inquérito parlamentar, o papel do Banco de Portugal como regulador.”
Ora, é mesmo isso que o CDS pretende. Os centristas querem investigar “a forma como tem sido exercido o poder de supervisão do sistema bancário e financeiro” e a forma como actuou o BdP no caso do BPN. E vão ainda mais longe: querem “aferir da existência de falta grave do governador do BdP, enquanto máximo responsável da instituição, no desempenho dos seus deveres estatutários”.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Estando em causa o Banco Central do Cavaquistão seria muito interessante um inquérito parlamentar, aliás, é uma estupidez o PS sofrer as consequências de bloquear um inquérito às actividades dos velhos amigos de Manuela Ferreira Leite. Aliás, Ferreira Leite aprova a comissão parlamentar de inquérito esperando que o PS vota contra, para depois colher dividendos políticos. É uma manobra oportunista.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vote-se a favor da comissão parlamentar de inquérito.»
E O PS MUDOU DE POSIÇÃO
«O grupo parlamentar do PS viabilizou, este sábado, a criação de uma comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN, noticia a Lusa.
«O grupo parlamentar do PS considera prioritário o esclarecimento de toda a verdade e de todos os factos que conduziram à grave lesão do interesse nacional e que levaram à intervenção do Estado e à nacionalização do BPN», pode ler-se no comunicado do líder do grupo parlamentar do PS, Alberto Martins. » [Portugal Diário]
Parecer:
Ou estou muito enganado ou MFL deu um tiro no pé.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se todas as ligações do BPN, incluindo os serviços públicos que foram liderados pelas personalidades que dirigiram aquele banco.»
O ZÉ VAI LIMPAR LISBOA
«Quando as relações entre o aliado de Costa, José Sá Fernandes, e o partido pelo qual concorreu vão de mal a pior, avultam na reestruturação os novos poderes do independente eleito pelo Bloco de Esquerda. Fernandes assume o Ambiente Urbano, nas mãos do vice-presidente Marcos Perestrello. Segundo fonte da presidência, Sá Fernandes “vai centrar-se mais na questão da higiene urbana, umas das prioridades da acção camarária”. A iluminação, o parque automóvel da autarquia e o espaço público (esplanadas e publicidade exterior, por exemplo) são outros sectores a afectar a Sá Fernandes.» [Expresso assinantes]
Parecer:
António Costa matou dois coelhos com uma cajadada, livrou o seu vice-presidente de um pelouro onde a autarquia falhou redondamente e aprofundou o conflito entre o Zé e o BE.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos que chova, desde que o Perestrelo chegou à Praça do Município foram as únicas ocasiões em que Lisboa ficou lavada.»
FOI JOAQUIM COIMBRA QUE AMEAÇOU MENEZES
«Devido a esta questão, Joaquim Coimbra apresentou a demissão da CP do PSD. No entanto, essa demissão "ficou congelada", depois do demissionário ter sido "esclarecido sobre o verdadeiro enquadramento" da questão, acrescentou o actual autarca de Gaia.» [Público assinantes]
Parecer:
Os senhores do BPN nunca brincaram em serviço.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se tudo.»
A IGREJA DA VIRGEM DOS ORGASMOS VAI SER RECONHECIDA CULTO OFICIAL NA SUÉCIA
«"El orgasmo es Dios y el orgasmo debe ser adorado". Esta es la 'palabra de Dios' que proclama Carlos Bebeacua, un uruguayo que vive en Suecia y que es el líder de un culto religioso conocido como la "Iglesia de la Virgen del Orgasmo".
Este credo particular de nombre tan extático ha saltado a los medios de comunicación suecos porque está a punto de conseguir ser registrado, en igualdad de condiciones, con el resto de cultos e iglesias del país, según The Local.» [20 Minutos]
Parecer:
Devem ser muito divertidas as preces deste culto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Verifique-se se já há local de culto em Portugal.»
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
- O "Imhotep Portugal" gostou de roubar um post.
- O "Câmara de Comuns" sugere a leitura do post do governo sombra de Manuela Ferreira Leite e reproduziu um comentário a propósito do O Costa [CdosC].
- O "Singral" também pergunta quanto gasta o Estado a defender malandros.
- O "Aberractio Ictus" e o "Câmara de Comuns" destacam o post onde se critica a falta de convicção de MFL na democracia.
- O "Blogmora" e o "Monitor Amigo" passaram a constar na lista de links.
AIDES: EXPLORE