sábado, novembro 22, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO


Girafa do Jardim Zoológico de Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Ramon Espinosa-AP]

«Venecia Lonis, 4, suffering from malnutrition, is held before being weighed at the Doctors Without Borders hospital in Port-au-Prince, Haiti. At least 26 children have died of conditions exacerbated by malnutrition recently. » [Washington Post]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Depois de se ter batido para que fossem suspensas as obras públicas Manuela Ferreira Leite prevê dificuldades em obter financiamentos junto das empresas que tradicionalmente são mais generosas por ocasião das campanhas eleitorais. Antecipando as dificuldades Manuela Ferreira Leite está procurando alternativas e a sorte bateu-lhe à porta, inspirados nas frase inigmáticas proferidas pela líder do PSD,que só Miguel Relva, líder parlamentar, consegue interpretar, a Ferrero Rocher vai produzir um anúncio publicitário para o mercado português. Neste vídeo Manuela Ferreira Leite faz de senhora e Miguel Relvas desempenha o papel de Ambrósio.

JUMENTO DO DIA

Oliveira e Costa, arguido

Conheci Oliveira e Costa há vinte anos, era um jovem técnico ele era secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, acompanhei-o a uma reunião no ministério da Agricultura onde ia ser decidida a eliminação do que restava do período de transição da Agricultura, uma medida desastrosa adoptada por Cavaco Silva para inverter uma tendência para a alta dos preços dos produtos alimentares. Durante o percurso a conversa foi escassa, quase se limitou a fazer um comentário sobre o serviço onde eu trabalhava, "a DG** está uma merda não está?".

Nunca tive a mais pequena consideração por esta personagem, um dos anónimos falhados que chegaram ao poder pela mão de Cavaco Silva e de lá saíram como banqueiros ou empresários de sucesso. A sua constituição como arguido não me surpreende, o que me surpreende foi nunca o ter sido antes depois das perseguições e dos perdões fiscais.

O procurador-geral de então foi promovido por Cavaco Silva com um lugar no Tribunal de Justiça Europeu.

A MINISTRA, OS SINDICATOS E A AVALIAÇÃO

Deve ser a terceira vez que repito a anedota neste espaço, mas não resisto a fazê-lo a propósito das posições assumidas pelos sindicatos dos professores em relação à avaliação. Aqui vai.

O compadre que estava no quarto do bordel com duas meninas foi surpreendido por uma rusga, questionadas pela polícia uma das meninas justificou-se dizendo que era manicura, a outra explicou que era cabeleireira. Fou quando o nosso compadre exclamou que "querem ver que a prostituta sou eu?".

No outro dia ouvi o líder da FENPROF assegurar que nem lhe passa pela cabeça que não haja avaliação, hoje ouço o líder da UGT assegurar que os sindicatos sempre foram a favor da avaliação. Perante tanto sindicalista a defender a avaliação começo a pensar que é a ministra da Educação que está contra a avaliação.

Enfim, não há limites para a hipocrisia e para a falta de honestidade intelectual.

MAIS UM FALHANÇO DA CGTP/PCP

A manifestação de ontem não foi uma manifestação, foi um ajuntamento de militantes do PCP. A vontade de transformar tudo em conquista de votos para o PCP leva Carvalho da Silva a descredibilizar o sindicalismo.

GOSTAR DOS MIÚDOS

«A manifestação, é incontroverso, foi um êxito. 120 mil pessoas na rua é uma grande manifestação. Não disse o resto. Não disse que quando no dia 8 de Novembro passei na Avenida da Liberdade e ouvi as palavras de ordem pensei nela. Do que acharia de "categoria só há uma, a de professor e mais nenhuma", e de "aposentação antes do caixão". Pensei se ela, Maria do Rosário Gama, presidente do Conselho Executivo da Escola Infanta D. Maria, de Coimbra, a tal que nos célebres rankings (que desvaloriza) é a primeira das públicas, gritaria aquilo com os outros. Ela que me disse que se tinha dessindicalizado por achar que os sindicatos do sector "só falavam de salários" e me certificou ter durante anos repetido "vamos pagar caro o laxismo e a degradação da imagem do professor". Ela que reconhece ser mais tempo de permanência obrigatório na escola "uma boa medida - havia quem desse 12 horas por semana e fosse para casa" -, que há professores melhores que outros e que "é preciso gostar dos miúdos". » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O DISLATE, O TALENTO E A SOBERBA

«Se os deprimentes silêncios da dr.ª Manuela Ferreira Leite têm suscitado comoventes apreensões, os seus improvisos causam o regalo da oposição e a volúpia da sociedade jornalística. Aquela de interromper a democracia, durante seis meses, promover o doce regresso da ditadura, que colocaria ordem nas coisas e paz nas ruas, retomando-se, depois, a balbúrdia, é de cabo de esquadra.

Alguém tem de dizer à senhora que deixe de escutar os conselhos de Pacheco Pereira, cuja influência ou é nefasta ou é hilariante.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Por Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

GAFFES

«Se a dr.ª Manuela Ferreira Leite estava, ou não, a tentar ser irónica não interessa nada ou muito pouco. A ideia de uma ditadura provisória para resolver, fácil e expeditivamente, problemas que não se conseguem resolver de outra maneira não é uma ideia nova. Vem da velha Monarquia Constitucional. Quando um governo ficava imobilizado pelo excesso de virulência da oposição (no parlamento, na imprensa ou na rua), o rei mandava os deputados para casa - sem tocar, em princípio, na liberdade de imprensa ou de reunião - e o governo fazia em sossego o seu serviço, suspendendo um jornal aqui e ali ou proibindo as manifestações que lhe pareciam mais perigosas. No fim voltava tudo ao mesmo. O rei convocava o parlamento (em geral fabricado para a ocasião) e o parlamento passava, à inglesa, um "bill de indemnidade" ao governo. Este exercício era conhecido pelo nome de "ditadura administrativa" e deu uma grande contribuição para a queda da Monarquia.

As gaffes da dr.ª Manuela Ferreira Leite (com ou sem "ironia") revelam uma tendência especial para a "ditadura administrativa". Educada politicamente no espírito autoritário do "cavaquismo", e boa discípula do mestre, sofre com irritação os vexames da democracia. Os jornais não publicam o que ela quer, os professores resistem à ministra e até a lei "transforma o polícia em palhaço": Portugal inteiro parece incontrolável. Pensando não só em Sócrates, Manuela Ferreira Leite começou a ver as dificuldades de reformar o país com as restrições que existem. Como, de facto, reformar a justiça sem os juízes? Como reformar a saúde sem os médicos? No fundo do seu coração, Manuela Ferreira Leite não sabe. Sabe apenas que não há reformas sem eles, nem com eles.

A "ironia" não foi uma ironia. Foi um desabafo: se a deixassem a ela e às pessoas como ela (com inteligência, visão e capacidade) mandar a sério, bastavam seis meses para pôr as coisas "na ordem". Mas daí a pedir, ou a sugerir, uma ditadura vai um abismo. Infelizmente, é com declarações destas que se chega pouco a pouco ao descrédito da democracia. A imagem da democracia como um reino de interesses particulares, que impedem o progresso e anulam a razão, embora antiga, não perdeu ainda a sua eficácia. E, com os desastres que se preparam, não precisa de ajuda para dissolver os restos de respeito pelo regime.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A GENERALA NO SEU LABIRINTO

«Na passada semana critiquei alguns aspectos do formato burocrático das avaliações dos professores e da estratégia de comunicação do Governo em relação a isso. Parecia-me que a intenção era adiar as reformas, tentando assim comprar paz (como se a paz fosse uma commodity que resultasse de um negócio...).

Felizmente que estava, pelo menos parcialmente, enganado. Não, o Governo não vai adiar nem desistir das avaliações. Sim, o Governo percebeu que o Ministério da Educação só por acaso é que prepararia algo prático e eficaz e vai simplificar e agilizar o modelo para o tornar mais adequado à realidade. Sim, a estratégia de comunicação do Governo melhorou.

Ainda bem para o sistema educativo e para o processo reformista. Adoro, neste tipo de situações, não ter razão. E até admito - quiçá sem modéstia - que críticas como as minhas (e de outros poucos que defendem as avaliações) tenham contribuído para o que parece evidente ter sido uma entrada em jogo do primeiro-ministro, com os efeitos de que adiante se falará.

Não podemos ter ilusões. Se eu tivesse ou viesse a ter razão no que escrevi há uma semana, o sinal estava dado: reformas na educação pública não se fariam mais e as já feitas iriam regredir pela pressão dos sindicatos e dos professores. E avaliações de docentes nunca mais seriam viáveis: alguém imagina um governo de direita a conseguir dos professores o que um governo de esquerda deixasse de tentar, com isso reconhecendo a inevitabilidade de permitir que o ensino público se continue a degradar por comparação com o privado?

A situação parece clara. Os sindicatos - fortes da sua convicção de que podem paralisar o sistema, numa lógica soreliana que me não surpreende, mas deveria preocupar os comunistas - radicalizam as posições e assumem uma postura onde não haverá armistício possível. José Sócrates - por convicção, teimosia, sentido de Estado e visão estratégica, em doses que cada leitor decidirá conforme lhe parecer melhor - vai transformar o combate pela educação pública e pela accountability dos professores numa peça central da sua estratégia política para 2009.

A situação é também evidente. Os sindicatos - ao radicalizarem após a entrada em cena do primeiro-ministro - querem derrubar o Governo (porque Sócrates queimou os barcos e recuar já não é viável) ou que as eleições decorram pela confrontação entre o Governo e a sua esquerda tendo a avaliação como factor determinante. Isso é bom para as ambições de Mário Nogueira, bom para o poder sindical (pois os exemplos copiam-se e a estratégia seria repetida um pouco por todo o lado) e bom para o PCP.

Mas Sócrates sabe isso e também tem tudo a ganhar com esta contraposição. Sobretudo porque as cedências que agora irá fazer servem para mostrar à opinião pública e ao PS que não é intransigente, ao contrário do outro lado. Para todos nós vai ficar mais evidente que os professores não querem ser avaliados e que os sindicatos lutam pelo privilégio que ganharam em 30 anos: na prática o direito a dirigir nos bastidores a política educativa através dos sucessivos governos.

Os reflexos nas famílias e nos cidadãos vão virar-se contra os sindicatos e os professores que insistirem em os apoiar, se o Governo for capaz de aguentar a pressão, as greves, a recusa de dar notas aos alunos, até o caos em muitas escolas. E o veredicto popular se encarregará de reforçar a legitimidade para continuar o programa de reformas sem o qual a escola pública nunca poderá ser o essencial e nuclear sistema de criação de igualdade de oportunidades.

Neste contexto, o PSD e a sua líder agiram com uma falta de sentido de Estado e com uma ingenuidade e impreparação que bradam aos céus. Manuela Ferreira Leite, para o bem e para o mal, foi ministra da Educação. Exigir-se-ia que nestas matérias tivesse opiniões consolidadas e propostas preparadas. Para um partido com ambição de governo, e a um ano de eleições, não basta colar-se aos sindicatos e exigir a suspensão do processo de avaliação. Para isso há o PCP e o BE. O mínimo que se deve exigir é que, em simultâneo com a proposta de suspensão, tivesse apresentado um modelo alternativo de avaliação. E o razoável é que o tivesse apresentado há muito tempo, visto que a questão dura há muitos meses.

Nada disso aconteceu. O resultado é perda de credibilidade, perda de autonomia estratégica em relação ao PCP e ao BE (o que não é pouco...) e improbabilidade de o PSD se apresentar a eleições com um credível programa que não possa soar a deslocado, atrasado e inviável, por causa da própria atitude do partido em questão.

O problema que isto revela, como venho aliás dizendo há muito tempo, é a dificuldade do PSD agir como um partido reformista. O lapsus linguae de Ferreira Leite só por isso tem importância. É disparate dizer que ela quer suspender a democracia: é disparate dizer que estava a fazer ironia. O que exprime a sua frase é a terrível constatação do óbvio ululante. O PSD não consegue deixar de dizer que quer fazer reformas e não consegue deixar de pensar que as não conseguirá fazer. Vendo o Governo numa linha reformista, deveria limitar-se a pedir mais e melhores reformas, em vez de agir de modo a inviabilizá-las. Este tipo de dilema interior é insustentável de forma permanente. Tem de se libertar a tensão. Perante este tipo de contradição psicológica profunda entre o dito e o indizível, as palavras vingam-se e surgem os lapsus linguae ou calami.

Assim, perdida no seu próprio labirinto, invadida e paralisada por contradições, fazendo lapsus atrás de lapsus, Manuela Ferreira Leite em nada contribuirá para o que sei que quer: melhorar e tornar mais justo o nosso país. E é pena. Por ela, pelo PSD e acima de tudo pelo país que precisava de uma oposição pela direita e não de uma direita a fingir opor-se pela esquerda.» [Público assinantes]

Parecer:

Por José Miguel Júdice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UMA FORMA ENVIESADA DE VER A JUSTIÇA

«Eu sou das pessoas que não se escandaliza com isso porque eu quero acreditar que em Portugal se vive um Estado de Direito. Se um magistrado judicial declarou que o dr. Paulo Pedroso não era pronunciado, quando as mesmas vítimas o relatavam na casa de Elvas com os outros nos mesmos dias às mesmas horas, se o magistrado judicial teve dúvidas e disse in dubio pro reu, então eu acho que o Estado de Direito que mantém qualquer cidadão preso e depois vem a declarar através dos órgãos próprios para o efeito que ele não era culpado, terá que manter a face e assumir as consequências de dizer que esse cidadão não era culpado.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Há duas justiças, a dos tribunais e a da Dra. Catalina Pestana.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

CATROGA TAMBÉM NÃO AMEAÇOU MENEZES

«O ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga assegurou ontem que nunca fez "críticas ameaçadoras" a Luís Filipe Menezes quando este propôs um inquérito parlamentar à supervisão bancária, mas mostrou o seu "desagrado" com a decisão numa carta dirigida ao então líder do PSD, na qual anunciou a suspensão da sua colaboração com o partido.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Ninguém foi.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se a Menezes quye diga quem foi.»

OLIVEIRA E COSTA CONSTITUÍDO ARGUIDO

«Foi perto das 21.00 de ontem que José Oliveira e Costa, ex-presidente do BPN, entrou, como arguido, para a garagem do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC). Ficando para a História como o primeiro banqueiro de topo em Portugal suspeito de cometer crimes no exercício de funções: burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais são, segundo apurou o DN, as suspeitas que incidem sobre o antigo homem forte do BPN.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Uma medida com mais de 20 anos de atraso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelas investigações.»

E FICA EM PRISÃO PREVENTIVA

«O antigo banqueiro José Oliveira e Costa ficou em prisão preventiva, por decisão do juiz de instrução. O ex-administrador do BPN, que esteve a ser interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, desde as 10 horas desta manhã, é suspeito de burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, entre outros crimes.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Agora sim que a prisão começou a ser mal frequentada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avise-se os restantes prisioneiros para que guardem bem os ben pessoais.»

LADRÃO QUE ROUBA A LADRÃO...

«Após roubar um carro e sequestrar o seu proprietário, um jovem de 16 anos com um longo passado criminal acabou por ficar sem o veículo da mesma forma como se apoderou dele: foi roubado. Ao que o DN apurou, o rapaz que, inicialmente vestiu a pele de ladrão, terá logo depois sido vítima de um grupo de jovens que lhe tinha acabado de vender droga.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Até entre os criminosos há vítimas de roubo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a gargalhada do costume.»

ADEUS ZÉ

«O Bloco de Esquerda prepara-se para retirar o apoio a Sá Fernandes, depois de o vereador independente que fez eleger para a Câmara de Lisboa ter aceite ficar com vários pelouros que até aqui pertenciam ao vice--presidente da autarquia, o socialista Marcos Perestrello.

A decisão será discutida na próxima terça-feira, numa assembleia geral de militantes do concelho de Lisboa. Na base da discórdia está a transferência dos pelouros da iluminação, lixo e espaços públicos para Sá Fernandes, até aqui apenas responsável pelos espaços verdes e pelos cemitérios. Na prática, significa também que o vereador eleito pelo BE será coadjuvado pelos assessores do PS das respectivas áreas, o que incomoda muito os dirigentes bloquistas. Questionado sobre se Sá Fernandes discutiu com o partido o alargamento das suas competências na autarquia, o coordenador autárquico do BE, Pedro Soares, dá uma resposta inequívoca: "Há já muito tempo que ele não discute nada com ninguém".» [Público assinantes]

Parecer:

Está-se mesmo a ver como se vai candidatar o Zé nas próximas eleições autárquicas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se que vai ser candidato independente pelo PS.»

LADRÃO QUERIA QUEIXAR-SE PORQUE O BANCO NÃO TINHA DINHEIRO

«Un ladrón amenazó con elevar una queja oficial después de entrar a robar en un banco en el municipio de Springettsbury (Pensilvania, EE UU) y observar que las cajas de la entidad carecían de dinero en efectivo.

El portavoz de la Policía comentó que Joseph Goetz, de 48 años, intentó robar una oficina del banco Susquehanna a primera hora de la mañana, con tan mala suerte, que cuando exigió a las cajaras que le entregaran todo el dinero, ellas respondieron que tenían los cajones vacíos.» [20 Minutos]

ALEXEI KRIVTSOV

NOKIA