Manuel Alegre nunca aceitou a derrota nas presidenciais, poderá ter ficado contente por ter recebido o prémio de consolação de vencer Mário Soares, mas não ficou convencido de que seria derrotado caso o PS o tivesse apoiado. Toda a sua estratégia política desde então é um visto de vingança e de preparação das próximas presidenciais.
Mais motivado pela vingança do que pela ambição de vir a ser Presidente da República Manuel Alegre tem cometido erros sucessivos. Começou por imaginar que criando o seu movimento, misturando uma facção do PS com alguns deserdados da política teria uma base de apoio que alimentaria a chama de uma futura candidatura. Depois pensou alcançar o pleno da esquerda.
Foi um erro, os seus apoiantes poderão ser suficientes para dividir os votos e entregar a Câmara Municipal de Lisboa a Pedro Santana Lopes mas nunca conseguirão levá-lo a Belém. Foi igualmente um erro pensar que Louça lhe daria um apoio consistente, o objectivo do líder do BE sempre foi marginalizar o PCP ao mesmo tempo que promovia a divisão do PS. Cometeu um terceiro erro ao deixar-se ludibriar por Louça, ao fazê-lo comprometeu ainda mais a possibilidade de um dia conseguir o apoio do PCP.
Ao tentar projectar a sua imagem com vista às presidenciais Manuel Alegre deixou-se enredar num jogo de chantagens com o PS, a tentação da vaidade de se sentir o centro do debate político foi maior do que o discernimento, os apoios e falsos apoios que conseguiu à esquerda perdeu-os no PS, partido sem o qual poderá chegar à presidência. Alegre até poderá vencer um candidato do PS, mas nunca vencerá as presidenciais sem o apoio do seu partido e muito menos contra o seu partido.
Acabou por dar uma ajudinha na erosão eleitoral do PS e quando as sondagens apontaram para a possibilidade de o PS não alcançar a maioria absoluta Manuel Alegre perdeu protagonismo, percebeu que só era importante para Louça e para muitos dos seus amigos jornalistas que só seria notícia enquanto o seu apoio fosse indispensável para essa maioria absoluta.
Quem se deve estar a rir dele é Cavaco Silva, salvo raras excepções mereceu a atenção de Manuel Alegre que apostado numa candidatura presidencial só encontrou motivos para criticar José Sócrates.
Parece que Alegre percebeu o logro em que caiu, motivado pela vaidade e vingança, poderá ter conquistado um ou outro simpatizante no BE mas acabou por perder o seu partido e com ele o centro. Esqueceu-se que o apoio do BE ou do PCP só serão importantes numa segunda volta das presidenciais, só que ao centrar a sua atenção nestes dois partidos comprometeu a hipótese de alguma vez chegar a essa segunda volta.
Se Manuel Alegre voltar a candidatar-se a Presidente da República não só vai ter que enfrentar um provável candidato do PS, vai também ter que disputar a corrida com um candidato do PCP e um outro do seu velho amigo Louça.
Cavaco Silva e Francisco Louça deverão estar muito gratos
Mais motivado pela vingança do que pela ambição de vir a ser Presidente da República Manuel Alegre tem cometido erros sucessivos. Começou por imaginar que criando o seu movimento, misturando uma facção do PS com alguns deserdados da política teria uma base de apoio que alimentaria a chama de uma futura candidatura. Depois pensou alcançar o pleno da esquerda.
Foi um erro, os seus apoiantes poderão ser suficientes para dividir os votos e entregar a Câmara Municipal de Lisboa a Pedro Santana Lopes mas nunca conseguirão levá-lo a Belém. Foi igualmente um erro pensar que Louça lhe daria um apoio consistente, o objectivo do líder do BE sempre foi marginalizar o PCP ao mesmo tempo que promovia a divisão do PS. Cometeu um terceiro erro ao deixar-se ludibriar por Louça, ao fazê-lo comprometeu ainda mais a possibilidade de um dia conseguir o apoio do PCP.
Ao tentar projectar a sua imagem com vista às presidenciais Manuel Alegre deixou-se enredar num jogo de chantagens com o PS, a tentação da vaidade de se sentir o centro do debate político foi maior do que o discernimento, os apoios e falsos apoios que conseguiu à esquerda perdeu-os no PS, partido sem o qual poderá chegar à presidência. Alegre até poderá vencer um candidato do PS, mas nunca vencerá as presidenciais sem o apoio do seu partido e muito menos contra o seu partido.
Acabou por dar uma ajudinha na erosão eleitoral do PS e quando as sondagens apontaram para a possibilidade de o PS não alcançar a maioria absoluta Manuel Alegre perdeu protagonismo, percebeu que só era importante para Louça e para muitos dos seus amigos jornalistas que só seria notícia enquanto o seu apoio fosse indispensável para essa maioria absoluta.
Quem se deve estar a rir dele é Cavaco Silva, salvo raras excepções mereceu a atenção de Manuel Alegre que apostado numa candidatura presidencial só encontrou motivos para criticar José Sócrates.
Parece que Alegre percebeu o logro em que caiu, motivado pela vaidade e vingança, poderá ter conquistado um ou outro simpatizante no BE mas acabou por perder o seu partido e com ele o centro. Esqueceu-se que o apoio do BE ou do PCP só serão importantes numa segunda volta das presidenciais, só que ao centrar a sua atenção nestes dois partidos comprometeu a hipótese de alguma vez chegar a essa segunda volta.
Se Manuel Alegre voltar a candidatar-se a Presidente da República não só vai ter que enfrentar um provável candidato do PS, vai também ter que disputar a corrida com um candidato do PCP e um outro do seu velho amigo Louça.
Cavaco Silva e Francisco Louça deverão estar muito gratos