quarta-feira, maio 06, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Sala de audiência do antigo Tribunal da Boa-Hora, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Koen Suyk/AFP]

«A scarecrow guarded a field in Haarlemmermeer, the Netherlands, on Monday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA


Paulo Rangel

A sugestão do ministro Manuel Pinho a Paulo Rangel para que o candidato do PSD comesse mais Maizena, chamando-lhe indirectamente bebé, não é a forma mais digna de debate político, é mesmo menos própria e não fica nada bem a um ministro. Mas as críticas de Paulo Rangel a Basílio Horta tratando-o como um mero funcionário administrativo só porque o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) revelaram baixo nível.

Desde há algum tempo que o candidato do PSD diz que todas as decisões do PS são antigas propostas do PSD, bastaria isso para que tivesse cuidado ao fazer ele próprio novas propostas, o pior que poderia suceder-lhe era cair no erro de que acusa o Governo. Foi isso que aconteceu, Basílio Horta chamou a atenção para o facto e Paulo Rangel reagiu desvalorizando o presidente da AICEP, tratando-o com sobranceria.

Mas se Paulo Rangel acha que Basílio Horta extravasou as suas competências envolvendo-se no debate político, então é bom recordar-lhe que esta situação teve um precedente mais grave. Quando Guterres era candidato a primeiro-ministro Patinha Antão, que na época era director-geral de Estudos e Previsão no ministério das Finanças, entrou activamente na luta política contestando as previsões económicas do candidato do PS.

Não me recordo de na época alguém ter tentado rebaixar Patinha Antão recorrendo ao expediente agora usado por Rangel. O candidato do PSD ainda não aprendeu a distinguir o debate político nacional de uma RGA de estudantes.

AVES DE LISBOA


Rabirruivo-preto fêmea [Phoenicurus ochruros]

FLORES DE LISBOA

Flor do Jardim Botânico de Lisboa

A PANCADA EM VITAL MOREIRA À LUZ DA SAGRADA ESCRITURA

«Ocalendário dizia 1.º de Maio, mas eu estou certo de que era Sexta-Feira Santa. Vi um senhor cabeludo, com um ar simultaneamente delicado e sofrido, a caminhar por entre uma multidão em fúria que o agredia aos gritos de "traidor, traidor". Desfile do Dia dos Trabalhadores? Nada disso: nova versão da via-sacra, com Vital Moreira a caminho do Gólgota. Infelizmente, a multidão estava a levar tão a sério o seu papel que o ungido do PS às europeias resolveu pisgar-se antes de chegar à parte da cruz. Quem naquela situação tivesse agido de outra forma que atire a primeira pedra.

Numa triste inversão dos papéis históricos, de seguida apareceram dois Pôncios Pilatos (Jerónimo de Sousa e Carvalho da Silva) a lavar as mãos em relação ao que tinha acontecido. Um argumentou não ter visto o que se passou e o outro aconselhou-nos a compreender o desespero dos judeus - perdão, dos trabalhadores - que decidiram apaziguar o seu sofrimento amassando o senhor que abandonou a antiga religião. A partir daí, iniciou-se uma velha discussão teológica: o Partido Socialista criticou o Partido Comunista por querer demonstrar que Vital é mortal, e o Partido Comunista acusou o PS de andar há muitos anos a afastar-se do caminho da verdade.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por João Miguel Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DIAS LOUREIRO DIZ QUE NÃO MENTIU

«Dias Loureiro, que esta terça-feira presta pela segunda vez depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito ao BPN, afirmou que ficou "indignado" com o título do Jornal Expresso. "Eu tenho 57 anos, 35 anos de trabalho e boa parte do meu trabalho foi feito com grande exposição pública", continuou o ex-administrador da SLN, lembrando que foi "sempre escrutinado por muita gente".

O conselheiro de Estado afirmou que 'não se falseia um carácter durante 30 anos', construído com 'coragem e sacrifício'. 'O que vi na imprensa foi que sobre este assunto do negócio de Porto Rico em relação às minhas declarações houve duas discrepâncias'. 'Disse aqui a estrutura fundamental do negócio e disse aqui porque é que aquele negócio falhou', afirmou Dias Loureiro.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Este Dias Loureiro tem sentido de humor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

ISLTINO GANHAVA MUITO DINHEIRO COM ACÇÕES

«"O Isaltino ganhava bem, tinha muito dinheiro, bastante dinheiro que ganhava em acções." Foi desta forma que Maria Manuela Morais, ex-mulher do presidente da Câmara de Oeiras, justificou a proveniência de avolumados depósitos feitos por Isaltino Morais na Suíça, numa conta de que a própria só teve conhecimento pelos jornais. "Já estávamos separados", sustentou perante o colectivo de juízas do Tribunal de Sintra. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Só não percebo porque não abandonou a política para se dedicar à bolsa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Isaltino o porquê dessa opção.»

O MOMENTO BLOQUISTA DE MANUEL PINHO

«Manuel Pinho, que falava aos jornalistas, em Ponte de Lima, durante a apresentação da nova linha de apoio para o Turismo de Habitação e Turismo no Espaço Rural, reagia assim às declarações do candidato do PSD às eleições europeias que advertiu o presidente da AICEP, Basílio Horta, de que "corre o risco de estar a violar o seu dever de isenção" ao contestar uma proposta do PSD.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A falar desta forma o ministro Manuel Pinho parece um jovem trotskista do Bloco de Esquerda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao ministro que eleve o debate político.»

AOS POUCOS VAI-SE DESMONTANDO O CASO FREEPORT

«Quatro anos depois de ter pedi- do elementos à policia inglesa, o procurador e os inspectores da Policia Judiciária do caso Freeport regressaram na passada quinta- -feira com os dados. Estes se- rão anexados à investigação portuguesa que tem dois arguidos, Charles Smith e Manuel Pedro, ambos indiciados pe- lo crime de tráfico de influências. Mas houve mesmo crime ou apenas lóbi? Qual a fronteira entre um e outro?

O procurador Vítor Magalhães e a directora do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) deslocaram-se a Londres para recolher elementos bancários, cruzando-os com os obtidos em Portugal, e para, tal como refere a Carta Rogatória conhecida em Janeiro deste ano, fazer pesquisas no servidor informático da empresa Freeport. A investigação procura movimentos de dinheiro sem justificação e a ligação destes a eventuais pagamentos corruptos. » [Diário de Notícias]

Parecer:

É por isso que a TV da família Moniz já mudou de tema.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo final da investigação.»

HÁ SEMPRE UMA VOZ QUE SE CALA

«Além do extremar de posições entre o PS e o PCP, as agressões e os insultos a Vital Moreira na manifestação da CGTP-IN, no 1º Maio, geraram mais um conflito, agora dentro do PS. Ontem ao início da tarde, o secretário nacional do PS, José Lello censurou Manuel Alegre, por não se ter insurgido contra o episódio quando foi tão célere a fazê-lo, no caso das regras impostas ao vestuário na Loja do Cidadão, em Faro.

"Afinal, há sempre uma voz que se cala", referiu o presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (AR), sobre o vice-presidente da AR, pelo PS, Manuel Alegre.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Lello tem alguma razão, já ouvia a voz grossa de Manuel Alegre por muito menos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuel Alegre se acredita mesmo no apoio do PCP à sua futura candidatura presidencial.

VAMOS ESCAPAR DA PANDEMIA

«Portugal confirmou ontem o primeiro caso de gripe A (H1N1) no dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que, apesar de serem mais de mil os casos disseminados por duas dezenas de países, não tenciona para já aumentar o nível de alerta para o máximo (pandemia). Hoje chegam a Lisboa dois voos provenientes do México com passageiros que vão ser sujeitos a avaliação. Mas, para o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, Portugal deveria estar também atento à situação vivida em Espanha, país europeu com mais casos confirmados e onde ontem havia já quatro casos de transmissão secundária ("local") da nova estirpe.

Com o tempo quente a ajudar à não disseminação do A H1N1 (o vírus da gripe é conhecido por gostar do frio), os próximos dias vão ser fulcrais para se perceber se a OMS conseguiu evitar a pandemia ou se apenas a retardou, sublinha Mário Jorge Santos, para quem Portugal está bem preparado para responder a este desafio. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) deu entretanto ordem para que todas as férias e dispensas dos funcionários fiquem suspensas por 15 dias, enquanto nos aeroportos os passageiros provenientes do México e dos EUA (quatro mil, nos últimos dias) têm recebido informação das autoridades sanitárias.» [Público assinantes]

Parecer:

Para já anda para aí um grande pandemónio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se.»

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