FOTO JUMENTO
Estendal de roupa nas águas furtadas, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Timothy A. Clary/Agence France-Presse]
«A volunteer victim with a fake shard of glass in his head participated in Operation Safe PATH 2009 at a train station near New York’s World Trade Center site Sunday. Hundreds of first-responders swarmed Ground Zero for the security exercise that included simulated bombs in trains. » [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Cardeal Patriarca
Neste tempo de grandes manifestações medidas em centenas de milhares a Igreja Católica decidiu prever uma adesão em massa às comemorações dos 50 anos do Cristo Rei. O resultado foi um fiasco, o número de participantes ficou muito aquém do previsto.
AVES DE LISBOA
Garçote [Ixobrychus minutus]
Aliás, um Goraz ou Garça-nocturna [Nycticorax nycticorax] *
Local da fotografia: jardim da Estufa Fria, Parque Eduardo VII
Correcção feita graças Paulo T.
TÍTULO 09
Flores do Jardim Tropical de Lisboa
INSANIDADES
«Tão necessário que seria um debate sobre temas europeus e logo uns argumentam que o essencial é a agenda doméstica. Tão útil seria discutir o compromisso nacional para uma reforçada Europa e logo outros se arvoram em representantes, na Europa, dos municípios lusos. Tão pedagógico seria discutir o melhor uso dos fundos, reforçando o seu encaminhamento para desenvolvimento humano e logo outros atiram com a poeira agrícola aos olhos dos cidadãos, ou com irresponsáveis propostas de gastar primeiro e justificar depois. O desconhecimento e a má informação sobre a agenda nacional por empolgados e estridentes candidatos leva-os, contra toda a evidência, a traçar um "panorama negro" no ensino superior, que em três anos adquiriu mais 11 mil alunos, aumentou de 30 para 33% a taxa de participação na população com 20 anos e aumentou em 19% o número de diplomados. Uma atrevida ignorância refere o "desmantelamento do sistema científico", quando ele foi reconstruído de 0,74 em 2003, para 1,18% do PIB, em 2007, superando o vergonhoso desinteresse da direita pela ciência; da passagem de 1200 para mais de 2000, por ano, das novas bolsas de doutoramento; do aumento de número de patentes registadas, de 32 em 2004, para 84 em 2007. Não se hesita em mentir com despudor, clamando não ter o Governo entregue em Bruxelas os sistemas de gestão e controlo para desbloquear verbas e validar despesas, quando os apresentou dentro do prazo, obteve certificação de pelo menos seis programas operacionais e validação de despesa no valor de 12% dos fundos aprovados. Acusar o País (governo, empresas e municípios) de inacção é esquecer que apesar de todas as longas etapas em que se desdobra um QREN (concurso, apreciação, assinatura de contrato, execução física e financeira, apresentação do pedido de reembolso, apreciação da regularidade da despesa e pagamento da comparticipação comunitária) já foram distribuídos 1,8 milhares de milhões e criados mecanismos de adiantamento até 50% nos sistemas de incentivos, até 30% para centros escolares de parceria municipal e em outros projectos municipais, nomeadamente de requalificação urbana. Os arautos da desgraça não desgraçam o País: registam-se quase 14 mil candidaturas, garantiu-se a componente nacional em 5,1 milhares de milhões, para investimentos totais de 10,6 milhares de milhões de euros. E ainda estamos no início. Pouca coisa, como se vê!» [Diário Económico]
Parecer:
Por António Correia de Campos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
CULPAR OS PEQUENOS
«Por que razão andam o CDS, o ministro Vieira da Silva e alguma imprensa excitados com a descida das quotas para entrada de imigrantes no exacto momento em que, para dizer a verdade, somos pouco procurados por imigrantes?Vejamos: estas quotas nunca foram preenchidas em ano algum, nem perto disso. E muito menos o serão quando não há emprego e o fluxo migratório começa a inverter-se em direcção aos países de origem. A descida das quotas serve então apenas para contentar o CDS fingindo que se fecham as portas de uma casa onde pouca ou nenhuma gente está a entrar. Se assim for, muito bem: o CDS hoje em dia contenta-se com pouco e não custa nada agradá-los. No fundo, isto é um pouco análogo ao solitário que anuncia diminuir a sua quota de futuras namoradas que de qualquer modo não vai ter: tão lisonjeiro quanto irrelevante.
Mas há também uma leitura menos generosa. Sabendo nós que a questão das quotas é quase irrelevante quando comparada com a obtenção de visto para quem já cá está, este fechamento de portas pode resultar numa bolsa de ilegais para ir "aquecendo" a economia com trabalho sem direitos. E nesse caso, saímos todos pior: imigrantes, nacionais, segurança social e economia. Todos, menos os empresários pouco escrupulosos.A ironia cruel é que a verdadeira notícia está nos imigrantes que estão a sair: os chineses que fecham as lojas ou os brasileiros que já não tiram cafés em shoppings que faliram. O sinal que isto dá é que a nossa crise vai ser prolongada, dura, e que ainda estamos longe de chegar ao pico do desemprego. O nosso país tornou-se pouco apetecível. A verdadeira notícia é péssima para quem - nacional ou estrangeiro - ainda se vai aguentando por cá.
Ninguém está muito interessado nestes sinais.
Uns, por preguiça. Políticos, opinadores e jornalistas terão de reaprender a interpretar a realidade, a ver a crise onde ela está: no almoço que passou a ser só sopa, ou no jantar de que se prescindiu. Isto é trabalhoso: coisa de todos os dias, quase invisível, e que não dá notícias.
Outros, porque estão em pânico. Agarram-se a qualquer coisa que lhes permitisse voltar aos bons velhos tempos em que podiam pôr as culpas na arraia-miúda: nos "privilegiados" dos sindicatos, nos imigrantes, nos jovens e - claro - nos malandros do rendimento mínimo (sabem que gastamos um milhão de euros em RSI na Bela Vista? Uma família pode receber para aí cinquenta euros por pessoa e é forçoso que isto seja um grande escândalo).
Mas estão em pânico porquê? Porque receiam que alguém se lembre que o BPN sozinho já nos custou mil e quatrocentos milhões de euros. Que em Porto Rico uma única pessoa (Dias Loureiro, que alega que apenas "abriu" e "fechou" o famoso negócio) terá perdido cerca de trinta milhões de euros que entram nessas contas. Que no BPP de João Rendeiro podem estar em risco 450 milhões de euros e ninguém sabe onde a coisa vai parar. Dinheiro deste dava para criar uma agência para fazer prevenção em todos os bairros complicados e outra para recuperar os centros das cidades e, como brinde, criar acessibilidades para deficientes nos edifícios antigos. E talvez ainda sobrasse algum para investimento em transporte público de proximidade. Estaríamos ocupados agora e sairíamos como novos quando a crise passasse.
É por isso que há muitos políticos e opinadores que, no meio da confusão, esperam que ninguém se pergunte: afinal de contas, quem eram os amigos dos Loureiros e grandes defensores dos Rendeiros?» [Público assinantes]
Parecer:
Por Rui Tavares
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
RONALDO FICA FELIZ QUANDO MARCA AO PORTO
«Coube a Andy Cole, ex-avançado dos ‘Red Devils', entregar o prémio ao extremo português, que na hora do discurso, admitiu que o golo teve um sabor especial. 'Sinto orgulho no meu país, mas fico muito feliz quando marco ao FC Porto', disse Ronaldo.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Quem não fica?
PRESIDENTE DO BENFICA APOIA MARGINAIS?
«O Presidente do Benfica tem dá apoio expresso aos No Name Boys, claque ilegal cujos vários membros são suspeitos de tráfico de armas e droga, roubos, incêndios e agressões. Luís Filipe Vieira garantiu ao Ministério Público que nem sequer reconhece os No Name Boys, mas um relatório da PSP; citado pelo ‘Correio da Manhã’, diz precisamente o contrário. Estas informações já estão nas mãos da Liga de Clubes.
De acordo com este relatório, Vieira reuniu-se, a 18 de Junho de 2008, com ‘Zé Gago’, elemento dos No Name Boys, “oferecendo-lhes total apoio, afirmando que iria devolver a sede à claque, despedir o chefe de segurança Paulo Dias por ajudar a PSP e autorizar o uso de tochas dentro do estádio”.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Há muito que é evidente que algumas claques infiltradas por marginais são tropa de choque de presidentes dos clubes de futebol.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
E SE OS ALEMÃES FOSSEM TÃO NACIONALISTAS COMO OS NOSSOS POLÍTICOS
«O fantasma da deslocalização regressou à VW Autoeuropa hoje depois de a administração da fábrica ter apresentado exemplos de fábricas do grupo alemão a trabalharem abaixo da capacidade instalada e com espaço para absorverem a produção da unidade de Palmela.Foi um slide projectado por Andreas Hinrichs, em que mostrava várias fábricas do grupo, a respectiva produção actual face ao que poderiam produzir, e em especial, a situação da unidade de Emden, na Alemanha – uma das maiores fábricas da VW a trabalhar mais que a Autoeuropa e mesmo assim com capacidade para receber toda a sua produção – que acabou por suscitar esse receio. A informação sobre a situação do grupo e do grupo VW foi apresentada a quatro grupos de trabalhadores durante todo o dia de ontem.» [Público]
Parecer:
Se a VW fosse portuguesa e uma fábrica portuguesa trabalhasse abaixo da capacidade há muito que estaria encerrada a fábrica alemã.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se.»
DEPUTADO LEGISLA EM CAUSA PRÓPRIA
«O advogado Pedro Biscaia enviou, na semana passada, uma carta ao presidente da Comissão de Ética da Assembleia da República, Matos Correia, questionando-o sobre a legitimidade da participação do deputado do PSD Luís Montenegro nos trabalhos de alteração da lei de investigação da paternidade, em vigor desde 1 de Abril e com efeitos num processo que envolve um seu tio-avô.
Na carta, a que o PÚBLICO teve acesso, Biscaia - membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados e defensor legal do homem que reivindica o direito a ser reconhecido como filho do tio-avô de Montenegro - quer saber se essa ligação familiar "deveria ou não constituir um impedimento" na participação do deputado social-democrata nos trabalhos de elaboração da nova lei.
(...) Esta posição do Tribunal Constitucional não é considerada na nova lei, que altera as condições em que passam a ser apreciados estes processos e em cujos trabalhos de preparação participou Luís Montenegro. Em vez de dois, estende-se agora por dez anos o prazo para requerer a investigação da paternidade, sendo esta norma aplicável a todos os processos pendentes. » [Público assinantes]
Parecer:
Isto cheira mal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o deputado.»
ENTERPRISE [imagem]
ASSOCIATION FRANCE ALZHEIMER