domingo, maio 10, 2009

Semanada

Desde que Cavaco chegou A Belém já foram publicadas dezenas de sondagens e, tanto quanto se sabe, nunca o Presidente da República se pronunciou ou questionou futuras soluções políticas. Bastou a publicação de uma sondagem que aponta para a possibilidade do PS não ter a maioria absoluta para Cavaco Silva mandar ir os partidos a Belém para discutir futuras soluções governativas. Temos agora um Presidente da República, precisamente aquele que governou com menos de 30% de votos dos portugueses, a dar às sondagens mais importâncias do que ao voto dos portugueses, principalmente quando essas sondagens dão alento ao seu partido.

Enquanto Cavaco esqueceu que as próximas eleições são as europeias e usa as sondagens para brincar às legislativas o país assistiu a um imenso programa “Perdoa-me” com todos os envolvidos nos incidentes do 1.º de Maio a exigir pedidos de desculpa. Todos? Não, há um irredutível grupo de militantes da esquerda moderna que aproveitaram o incidente para dar lições de moral política e, cobardes como de costume, não assumiram a presença dos seus militantes no incidente.

Ainda não foi esta semana que se soube a conclusão das investigações às supostas pressões de um intermediário de Sócrates às investigações no caso Freeport. Aquele que parece ter sido um pequeno caso de peixeirada provocado por quem tentou transformar uma conversa de almoço num incidente grave vai colocar o Procurador-Geral numa situação difícil, se não forem provadas as pressões o que vai fazer de investigadores que usam conversas de almoço para tentar provocar uma crise institucional? Uma coisa é certa, esses senhores não terão condições para merecerem a confiança exigida a magistrados do Ministério Público.

Manuel Pinho teve o seu momento de argumentação política bloquista e mandou Paulo Rangel comer papa Maizena. Sugestão lamentável, o candidato europeu do PSD já está demasiado redondinho para adoptar uma dieta à base de Maizena, Manuel Pinho deveria encontrar soluções mais honestas para se livrar do irrequieto e impertinente líder parlamentar do PSD.

Dias Loureiro diz que não mentiu e teve sorte, não lhe cresceu o nariz, ainda que não seja por medo de entalar o nariz do seu velho companheiro que Cavaco Silva não usa a porta do Conselho de Estado para reunir este órgão, nem mesmo para discutir as consequências políticas das últimas sondagens.