FOTO JUMENTO
"Esqueça a crise e coma", Lisboa
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva
O Presidente da República está a tornar-se num humorista, primeiro decidiu fazer piadas com os bilhetes guardados no bolso do casaco, agora pede aos portugueses para não irem de férias e votarem nas europeias.
UMA PERGUNTA AO DN DA PJ
Enquanto Leonor Cipriano esteve presa nas instalações da PJ de Faro estava em contacto com quantos agentes e inspectores da PJ? Pela forma como se conclui que é impossível identificar quem torturou a detida até parece que esta esteve detida na estação da CP local.
É triste, diria mesmo que é uma vergonha que uma instituição como a PJ não apure os culpados pela tortura permitindo que se pense que está a encobrir os seus criminosos.
AVES DE LISBOA
Toutinegra-de-barrete-preto [Sylvia atricapilla]
Local da fotografia: Parque Eduardo VII
FLORES DE LISBOA
Flores de jacarandá [Jacaranda mimosifolia]
Local da fotografia: Parque Eduardo VII
CARO ELEITOR, VOCÊ ESTÁ ENGANADO
«Entrámos em campanha eleitoral. Eu mesmo estou em campanha eleitoral. Talvez seja a ocasião certa para me dirigir desde já aos eleitores e repreendê-los - se fosse depois das eleições poderia parecer falta de desportivismo.
Dizem os estudos, a imprensa e os comentadores que a grande maioria não vai votar nestas eleições europeias, que consideram ser a feijões. Nesse caso, vocês - a grande maioria de vocês - estão enganados. Três razões:
Três quartos das leis por que nos regemos vêm de Bruxelas e passam pelo Parlamento Europeu. Decisões que estavam já tomadas pelos líderes - Sócrates, Sarkozy, Merkel e os seus pares - podem ser chumbadas pelos eurodeputados. E ainda bem: foi assim que se impediu que as 60 horas de trabalho semanal se tornassem regra (ao invés das 48 horas) e que uma qualquer empresa pudesse administrativamente cortar-nos a Internet por "mau uso" (ao invés de serem os tribunais a fazê-lo). Nada disto - e há muitos mais exemplos - é a feijões.
Ao contrário do Parlamento nacional, tolhido pela disciplina partidária, o Parlamento Europeu toma decisões mais imprevisíveis e dramáticas, como um bom parlamento pode ser. Na votação sobre os direitos de uso da Internet, a esquerda e os verdes convenceram os liberais a contrariar o bloco central europeu (de socialistas e conservadores) e com isso arrastaram até uma maioria de socialistas em nome individual. Uma coligação esquerda-verdes-liberais a defender um novo direito (de acesso à informação em rede) como outras diversas coligações poderão defender direitos sociais ou ambientais? Parece-me uma boa notícia.
A terceira razão é que, à medida que a crise se desenvolve, é cada vez mais difícil os 27 governos chegarem a compromissos que não sejam imposições dos grandes. É no Parlamento Europeu, por outro lado, que o debate de ideias mais profundo se vai fazendo de forma crescente - mais uma razão para querer participar na escolha de eurodeputados que cheguem lá com vontade (e capacidade) de fazer esse debate de ideias.
Releio as linhas que escrevi e - se querem que vos diga - acho fraco. O que está ali poderia ser dito sobre qualquer eleição. E esta não é uma eleição qualquer.
Por acaso do calendário, este ano vamos decidir sobre as três escalas: a europeia, a nacional e a local (para meu gosto, falta ainda a regional). Ou seja, do grande para o pequeno, podemos sair de 2009 muito diferentes de como entrámos. O ano da grande crise poderia ser o ano da grande transformação.
Do meu ponto de vista, é mesmo isso que deveríamos fazer. Não acredito que a lição da crise tenha sido aprendida; na primeira ocasião, os governantes, os banqueiros e os opinadores esquecerão tudo e voltarão aos velhos hábitos. E o preço de subestimar esta crise é alto: será não ter solução para a próxima.
Enquanto isso, a nossa situação continua injusta quanto já era: os que se sacrificaram pelas reformas são agora sacrificados pelo desemprego; os que se endividaram estão com a corda na garganta. Em Portugal, temos das famílias que mais pagam para ter os filhos na universidade, mas os jovens doutores ou engenheiros acabam a atender telefonemas no call center. Assim nunca daremos a volta por cima.
A sua demissão, caro eleitor, não sobressalta os líderes. Eles acham que têm a situação sob controlo e que as boas decisões já estão tomadas. Eu, pelo contrário, acho que um sobressalto só lhes faria bem: não vejo como sairemos da crise de forma satisfatória, se esta situação de base se mantiver. Quem tem razão? Pode ser que sejam eles, e eu não. Nesse caso, é simples. Vá votar noutro (ou noutra). Não vote em mim: prove-me que estou enganado.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Rui Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NÃO À PISCIPEDOFILIA
«O nosso maior erro gastrocultural é tabu mas aqui vai: é uma enormidade comermos sardinhas na Primavera e no Verão. Elas só ficam boas lá para Setembro. Mas nós, apanhados pelo remoinho de ganância, saudade e folclore que afoga a alma portuguesa, desatamos a comê--las em Abril, mal as desgraçadas petingam, numa orgia pedofilíaca que já nos garantiu uma sentença colectiva de morte no tribunal de Neptuno.
Quando as sardinhas atingem o apogeu, já nós estamos fartos delas. Vão direitinhas para as latas. É por isso que as conservas portuguesas são tão apreciadas por esse mundo fora: são os estrangeiros que comem as sardinhas crescidas que conseguiram escapar à nossa impaciente chacina de jovens inocentes. É por isso, também, que estranhamos o facto de as sardinhas congeladas serem muitas vezes melhores do que as frescas: porque foram congeladas quando estavam perfeitas (em Setembro e Outubro), muito depois de as termos comido frescas mas subdesenvolvidas (de Abril a Julho).
Os Santos Populares que tenham paciência. Troquem-se bulímicos carapaus pelas sardinhas anoréticas. Deixemos crescer as bichas. Deixem-nas comer à vontade, para ficarem rabudas e boas. E complexadas de estarem tão gordas, que é para se atirarem para as redes em vertigem suicida. Não continuemos a ser piscívoros adolescentes. Aprendamos a dominar a nossa ansiedade sardínea: é o equivalente gastronómico da ejaculação precoce. Não é mau de todo, mas podia ser muito melhor. » [Público assinantes]
Parecer:
Por Miguel Esteves Cardoso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
SANTANA É LÍDER DO PSD NA AM DE LISBOA?
«O candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, afirmou esta segunda-feira que se o passivo da Câmara de Lisboa for analisado "num clima de verdade" e sem mistificação, os deputados municipais do PSD podem viabilizar o relatório de gestão das contas de 2008, amanhã, na Assembleia Municipal.
"Se as verdades forem ditas, com serenidade, se elas foram assumidas, estou certo que os deputados municipais do PPD/PSD viabilizarão as contas de 2008", declarou Santana Lopes, fazendo um pedido de clarificação sobre o passivo da Câmara entre 2001 e 2005.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Pela forma como fala parece que é ele que manda nos deputados municipais do PSD.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite se delegou poderes em Pedro Santana Lopes.»
CAPOULAS DIZ QUE FOI O COVEIRO DO PCP NO ALENTEJO
«O eurodeputado socialista Capoulas Santos assumiu-se hoje como "o coveiro do PCP" no Alentejo, vincando que, enquanto ministro da Agricultura dos governos de Guterres, esteve directamente envolvido em projectos de desenvolvimento da região, como o Alqueva.
As declarações de Capoulas Santos surgiram em resposta à cabeça de lista europeia da CDU, Ilda Figueiredo, que na véspera, em Beja, o acusou de ter contribuído para a "destruição de milhares de pequenas explorações familiares" e de ficar para a história como mais um dos candidatos "a coveiros da agricultura portuguesa".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Pelo que se vê só lhe enterrou os pés.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Capoulas que seja menos boçal na forma de argumentar.»
Ao Blog Viciado pela distinção dada ao Jumento como postagem da semana pelo trabalho que aqui se tem feito e ao "A escrever é que a malta se entende" pela escolha para "Blog Dorado".
KAMASUTRA CONDOMS