O país político, os jornalistas e os especialistas de comunicação fizeram o papel de prostitutas armadas em virgens com o caso de Moreira de Sá, que veio tornar públicas as manipulações desenvolvidas na comunicação social por gente de Passos Coelho. Sobre os métodos de propaganda a que o país tem sido sujeito pouco há a dizer, cheira a Joseph Goebbels que tresanda.
Todavia, ninguém se pronunciou sobre a dimensão humana deste comportamento, ninguém disse de forma clara que o que aquele senhor fez foi trair os seus pares, foi denunciar publicamente o trabalho sujo em que participou, muito provavelmente por ter ficado desiludido por não ter sido remunerado como outros que participaram na mesma tarefa.
O facto de ter escolhido uma dissertação de mestrado para se denunciar revela a impunidade moral e ética em que se vive em Portugal. Só no nosso país é que uma organização política, uma entidade pública ou uma empresa poderá confiar em alguém que torna público os jogos sujos de propaganda em que participa. Enfim, ao contrário de Roma no nosso país os traidores são bem remunerados.
Não é a primeira vez que um traidor vem a público denunciar os seus, talvez esperando que outros o comprem. Em Portugal muda-se de partido como quem muda de camisa, é bom lembrar que na equipa de assessores e adjuntos de Miguel Relvas a contratações de bloggers chegou a incluir gente próxima do PCP, o que à luz do que hoje se sabe faz recear o pior.
Nas eleições anteriores também houve um blogger, um senhor professor universitário, que traiu os seus pares e tentou vender as cópias de emails que tinha trocado com os seus pares para ganhar protagonismo, chegou mesmo ao ponto de mandar um email a alguns dos seus ex-companheiros gabando-se de que até já escrevia no jornal Público. Até o autor deste blogue foi vítima de uma primeira página do jornal “i”. É bom recordar que os jornalistas, prostitutas que habitualmente gostam de se armar em virgens, tiveram a oportunidade de vasculhar na vida privada de terceiros, usando esse conhecimento para produzirem primeiras páginas tão sujas como os golpes do Moreira de Sá.
Não sei se o mais grave nestes casos está naquilo que o Moreira de Sá diz ter feito com amigos eu confiaram nele ou se no facto desta gente sem quaisquer princípios conseguir progredir no nosso país. Não sei se o jogo sujo desta gente será mais grave do que o trabalho sujo feito pelos jornalistas com o apoio destes golpistas, transformando-se muitas vezes nos seus colaboradores.
Numa democracia saudável esta gente seria banida da vida política e os jornalistas que lhes fazem os fretes e sujam as mãos em golpes baixos não progrediriam nas suas carreiras. Mas, infelizmente, esta gente em vez de ter vergonha do que é ainda sentem vaidade em serem e comportarem-se como porcos.