Estes
rapazolas que nos governam estão convencidos de que isto é uma associação de
estudantes onde se ganham as eleições e se faz o que quer durante um mandato.
Mas Paulo Portas, o ideólogo e verdadeiro primeiro-ministro deste governo, foi
mais longe e decretou que em democracia a forma de expressar a opinião é o
voto. Isto é, Paulo Portas, o rapazola que em tempos até foi o director do
semanário Independente descobriu que a partir de agora devemos andar todos de
bico calado e se tivermos alguma coisa a dizer ou alguma manifestação a fazer
teremos de esperar pelas próximas eleições.
Cavaco
Silva deu ares da sua graça ao anunciar de forma estapafúrdia a intenção de
enviar o diploma da convergência das pensões para o Tribunal Constitucional.
Tanta generosidade vinda de um Cavaco promovido a presidente do conselho é para
desconfiar, mas entende-se o gesto, denunciado como incompetente por Mário
Soares, com as sondagens a fazer dele um presidente de uma junta de freguesia e
com o anúncio do PS de que iria solicitar a fiscalização sucessiva do diploma não
lhe restava outra decisão.
Dividida
entre os traumas do passado e a mania da autoridade a direita não soube como
reagir à manifestação dos polícias. Até ao princípio do dia seguinte ficou
feliz, tinha evitado mais uns “secos e molhados”. Mas perante as críticas
generalizadas à bandalhice a que se assistiu o governo achou que devia dar
mostras de autoridade e ao fim de um dia de hesitações demitiu o director
nacional da PSP para nomear para o lugar o responsável operacional da bandalhice.