Esta
foi mais uma semana em que quase não se deu por Cavaco Silva que parece mais um
agente da secreta do que um Presidente da República, o homem quase não se
dirige aos portugueses, para aparecer em público é preciso que o Passos lhe
peça para tramar o Seguro ou que o Mário Soares lhe mande uma das suas bocas
irritantes, neste caso Cavaco aparece logo, caso contrário justifica o seu silêncio
dizendo que já escreveu, que está no site da presidência ou que o seu papel é
digno de um agente secreto.
Quem
também anda quase desaparecido é o Passos Coelho que das funções de
primeiro-ministro parece estar limitado ao chá das quintas em Belém, todo o
protagonismo é de Paulo Portas e dos muito activos ministros do CDS, até a ida à
China serviu para Portas promover Portugal a um grande exportador de arroz, só
não se percebe onde iria produzir arroz para tapar a cova num dente a todos
aqueles chineses mal nutridos, só se incluiu a Ilha no Pessegueiro na
distribuição de terras aos jovens da JC ara ali instalar um vasto arrozal
regado com a água do Atlântico. Provavelmente era este o milagre a que o Senhor
Super Bock se referiu quando se dirigia aos deputados da maioria.
Bastou
que se insistisse no regresso de Sócrates à vida política e que alguém
insinuasse que ele ainda poderia remeter Seguro para o estatuto de onde nunca
devia ter saído para que as águas se agitasse na vida portuguesa, só Cavaco
parece ter resistido a fazer comentários, mas mesmo assim ainda insistiu mais
uma vez numa união de facto entre Passos e Seguro o que seria uma garantia de
estabilidade partidária. Parece que a direita anda muito nervosa, ataca Sócrates
de toda a forma, até a CMTV entrevistou Santana Lopes (um senhor que como toda
a gente sabe é muito educadinho e não faz política suja) mais uma tal Moura
Guedes cuja boca se assemelharia ao Arco da Rua Augusta se este fosse pintado
de vermelho berrante.
Depois
de tanta impotência o governo teve um orgasmo precoce com os dados sobre o
desemprego, ao que parece diminuiu e todo o governo mais os seus deputados
festejaram uma suposta criação de emprego. Por acaso até têm razão, só se
esqueceram de dizer que o tal emprego que foi criado e que permitiu a redução
da taxa de desemprego não ocorreu em Portugal mas sim por outras paragens, nos
países para onde estão fugindo numerosos jovens altamente qualificados que estão
sendo rejeitados no seu país ou por quadros de empresas que abandonam Portugal
porque não estão dispostos a ganhar menos do que ganhava a secretária do Passos
Coelho no tempo em que o Ângelo Correia lhe dava de comer.
Parece
que Durão Barroso se lembrou de que quando fugiu do país justificou-se com o
argumento de que poderia ajudar Portugal. Finalmente ajudou Portugal, reduziu o
seu país a uma pouca de merda ao tratá-lo como uma Nação onde as regras
constitucionais valem menos do que um rolo de papel higiénico.