Como é que um ex-primeiro-ministro acredita que várias pessoas se suicidaram e nem se dá ao trabalho de confirmar tal notícia ou de aguardar que seja notícia, em de ser o próprio a usar a informação a título de denúncia? Qualquer político de bom senso teria o cuidado de confirmar a notícia e só depois de alguma agitação pública se pronunciaria, com o máximo cuidado pois o suicídio é um tabu com origens religiosas. Passos não fez nada disso e quando falava foi avisado de que a informação não se confirmava, em vez de recuar e pedir desculpa foi em frente e garantiu que não morreram, mas estavam feridos na sequência de tentativas falhadas de suicídio.
Passos poderia ter aprendido a lição e quando um jornal falou de que havia uma pessoa que tinha sido atropelada que não tinha sido considerada uma vítima dos incêndios, ou quando uma qualquer destravada garantisse que os mortos poderiam ter sido cem Passos poderia ter pensado que isto não é o Congo e vinte e cinco mortos não seriam escondidos por autoridades como o Ministério Público ou pelo Instituto de medicina legal. Mas Passos preferiu acreditar na “maluquinha dos cem” e foi em frente, ainda que desta vez fosse mais cobardolas e optasse por mandar o tal que parece taberneiro e mais a deputada Teresa Morais dar a cara. Mais uma vez Passos acreditou sem pensar.
Como o próprio declarou, os seus assessores informaram-no de uma grande derrapagem das contas públicas no ano de 2016. Como a execução orçamental é objeto de um relatório mensal, mandava o bom senso que Passos Coelho aguardasse tranquilamente pela divulgação do relatório desejado, o de setembro. Mas a euforia de Passos Coelho foi tanta que não resistiu à tentação de que vinha o diabo, estava convencido de que o país ia de novo à bancarrota. Enganou-se, as contas de 2016 mereceram o elogio internacional e Passos fez mais uma figura triste.
Como é possível que um político que foi primeiro-ministro se revele tão descuidado e irresponsável? Como é que um primeiro ministro anuncie o diabo numa qualquer intervenção. Que fale de mortos por suicídio com a mesma leviandade com que se fala de garrafas de vinho ou que ignore que não é competência de um governo fazer listas de falecidos e muito menos esconder cadáveres na residência oficial do primeiro-ministro?
Compreende-se que Passo esteja desesperado, que faça tudo para poder voltar ao governo a tempo de concluir a sua agenda económica que ficou por acabar. Mas o nervosismo, o desespero e a ambição são uma coisa e a estupidez é outra. Os três exemplos são mais um exemplo de estupidez e de baixo nível ético do que de ambição ou desespero. Passos parece querer que ocorram muitas mortes ou que o país caia na desgraça, a vontade de que tal se torne realidade leva-o a cair que nem um patino em quem lhe vem com a cantiga do ladrão.
Como diria o Próprio Passos numa qualquer festarola de aldeia, caramba como é possível um partido com a história do PSD ter um líder tão fraco, tão incompetente e com valores éticos tão sofríveis? Como é que alguém que foi primeiro ministro de Portugal parece ter um orgasmo cada vez que lhe dizem que o país vai à bancarrota ou que morreram mais alguns portugueses em condições dramáticas?
Não o tirem da liderança do PSD… o país agradece que gente desta esteja fora do governo por muitos e bons anos.
Não o tirem da liderança do PSD… o país agradece que gente desta esteja fora do governo por muitos e bons anos.