Julho ficará para a história desta legislatura como um dos mais baixos momentos da oposição e de alguns setores do jornalismo. Depois de um ano e meio de frustração, de erros estratégicos sucessivos, de boas notícias na economia, os setores mais conservadores da sociedade portuguesa “saíram à rua” animados pelas mortes de Pedrógão Grande.
A pouca vergonha foi tanta que Passos inventou suicídios, enquanto Ricardo Costa, diretor do Expresso, promoveu uma vaga de suspeições sobre diversas instituições do Estado, para passar a ideia de que este país era uma espécie de Zaire, onde o governo mata e esconde os cadáveres em falsas estatísticas de vítimas de um acidente. Passos e Ricardo Costa sabiam muito bem o que estavam fazendo, o líder do PSD assaltou o poder sem argumentos de competência que lhe permitam vencer um debate democrático, o diretor do Expresso usou as vestes de jornalista para promover a contra-informação.
Depois de ter lançado a sua candidatura a Lisboa Assunção Cristas teve uma oportunidade de ouro de se demarcar do PSD e afirmar o CDS, mas optou por acreditar que os golpes baixos dados por Passos Coelho teriam sucesso. Errou e acabou fazendo declarações políticas absolutamente ridículas. Em vez de se afirmar como líder do CDS num momento difícil do país, preferiu desonrar a memória dos líderes dignos que estiveram à frente do seu partido, nunca um presidente do CDS tinha aceitado o estatuto de caniche do líder do PSD.
Catarina Martins também não se escapou, tentando combinar o papel de boazinha da geringonça com o de grande líder da oposição a dirigente do BE fez o que tem vindo a ser uma constante, quando julga que a dica da direita é boa junta-se a esta. Já o fez em muitas ocasiões, fê-lo agora e de forma descarada com as estatísticas da vítima. Acreditou na mentira e não resistiu á tentação de se armar em virgem, acabou por se armar em parva e ter de mudar de posição de uma hora para o outro. Mais uma vez Jerónimo de Sousa ganhou aos pontos em inteligência e seriedade a Catarina Martins. A líder do BE foi em busca de lã e acabou tosquiada.
Mas se temos visto os líderes do CDS, PS, BE e PCP darem a cara, Passos Coelho, o grande arquiteto da estratégia suja de julho de 2017, anda escondido, em vez de dar a cara tenta distanciar-se dos acontecimentos, mandando deputados sem grande credibilidade, como o truculento Carlos Abreu Amorim dar a cara, normalmente este é o artista escolhido na hora de Passos não querer fazer figura de urso, é o palerma de serviço deste PSD.