terça-feira, abril 08, 2008

Overdose de Luís Filipe Menezes


Portugal corre um sério risco de ter mais uma doença exclusiva à semelhança da “doença dos pezinhos”, os portugueses arriscam-se a começarem a ter sintomas de overdose de Luís Filipe Menezes, eu próprio começo a sentir algumas preocupações. É como assistir a vários jogos sucessivos de ténis, com tanto movimento de cabeça acabamos por dessincronizar o movimento dos olhos com a direcção da bola. Com Menezes sucede mais ou menos o mesmo, o ritmo a que faz propostas é tal e as mudanças de posição são tão frequente que quando quero saber o que ele pensa já não confio na sua última intervenção, fico calado à espera da sua próxima intervenção sobre o tema.

Menezes tem uma necessidade compulsiva de propor, tão compulsiva que quando nada lhe ocorre propõe o que já propôs ou altera uma das suas propostas. Ainda este fim de semana foi à Madeira para dizer que não era necessária mais uma ponte em Lisboa, mas mal chegou à capital já pensava que talvez desse jeito uma travessia em Algés, imagino que esteja ocupado com os afazeres de Gaia pois nestes dois dias não fez mais nenhuma proposta sobre o tema.

Menezes propõe sobre tudo, ao mais pequeno indício de problema ele dispara logo a sua proposta, nada escapa à inspiração de Menezes. Propôs novas regras sobre horários, que as legislativas e as autárquicas ocorressem no mesmo dia, que os impostos descessem, a alteração do figurino da Quadratura do Círculo, um pacto para as obras públicas, uma nova Constituição, isenção de IRC a investimentos no interior, voto dos emigrantes nas autárquicas, a extinção do Tribunal Constitucional, desmantelar o Estado em seis meses.

Menezes adormece e acorda a pensar em novas propostas para surpreender os portugueses, só não percebo se a intenção é não dar tempo a que se pense muito sobre o que diz, se pretende que o consideremos um político muito imaginativo, ou se não quer deixar a liderança do PSD sem inscrever o seu nome no livro dos recordes como o político que apresentou mais propostas, ficando ao lado do maior cozido à portuguesa ou do português que comeu mais sandes de courato.