terça-feira, abril 15, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Foto de artifício no Rio Tejo (Imagem de A.C.)

IMAGEM DO DIA

[Susana Vera / Reuters]

«La primera ministra de Defensa. Carme Chacón, la primera mujer que ocupa la cartera de Defensa en España, pasa revista a las tropas en la ceremonia en la que ha asumido el cargo en la sede del ministerio en Madrid. » [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Bando de loucos?

Cavaco Silva é o primeiro magistrado da Nação, não pode fugir às perguntas dos jornalistas ou fugir a comentar as palavras de Alberto, cabe ao Presidente da República explicar aos madeirenses, ao Alberto e à sua seita independentista o que é uma democracia. É inaceitável que Cavaco Silva vá à Madeira ver as obras do Alberto e esqueça a sua principal obra, a violação das regras elementares da democracia.

Veremos se quem está na Madeira é o Presidente da República ou o senhor Silva, do primeiro esperemos que defenda os valores da República, mas se for o segundo até pode ir beber umas ponchas com o Alberto que isso não nos diz respeito.

O BANDO DE LOUCOS

A forma indigna como Alberto João referiu aos eleitos pelo povo da Madeira para o parlamento regional pelos partidos da oposição revela o o que o líder do PSD-M pensa da democracia e a forma como respeita as instituições e a democracia. Esta forma de caracterizar os opositores não é uma novidade, todos os ditadores referem-se aos seus opositores desvalorizando-os para dessa forma justificar o seu papel salvador.

Só se lamenta que personalidades como Jaime Gama elogiem quem em tempos designaram por Bokassa e que o Presidente da República não tome uma posição clara em defesa das instituições democrática, desvalorizando ou suspendendo os encontros formais com quem tem um tão grande défice de formação democrática e de respeito pelas instituições da democracia.

Lamenta-se também que o mesmo PSD que há poucos dias tentou convencer-nos que em matéria de democracia estamos a viver no Zimbabué, fique agora cobardemente calado em mais uma manifestação de subserviência a Alberto João.

A LUTA DOS PROFESSORES

O "memorando de entendimento" entre sindicatos e ministério da Educação veio evidenciar que a "luta dos professores" estão muito para além dos seus interesses profissionais, sendo evidente que há lutas políticas por detrás de alguns grupos de professores supostamente independente. Basta ver o seu discurso para se perceber que estão mais preocupados em transformar a escola em comunas por eles lideradas.

Não sou contra a existência de escolas que funcionem de acordo com o modelo defendido por esses professores, mas como ninguém os mandatou para decidir como deve ser uma escola e vivem à custa dos contribuintes não me parece aceitável que dirijam as escolas. Saiam, criem as suas próprias escolas, suportem os seus custos e implementem as experiências que bem entenderem.

PORTAS NÃO OUVE O FMI

Ouve sim, mas só quando lhe interessa. Quando o FMI divulgou uma previsão pessimista para o crescimento da economia portuguesa Paulo Portas foi a correr para os jornalistas comentar os dados que lhe interessavam. Mas agora que o FMI alertou para os riscos decorrentes da alta dos preços agrícolas Paulo Portas não ouviu o FMI e veio exigir ao governo que inspeccionasse o aumento dos preços agrícolas.

Este Paulo Portas está a transformar a sua luta por votos num peditório do Santo António.

OS FUNCIONÁRIOS DA CML ESTÃO BEM DE SAÚDE?

«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) acaba de dispensar cinco médicos que ali prestavam serviço na área da medicina do trabalho e prepara-se para passar essa área para uma outra entidade, autónoma, os Serviços Sociais da autarquia. O projecto - que deverá ser apresentado numa das próximas sessões de câmara - merece críticas do PSD e contestação por parte dos médicos afastados, que questionam os critérios adoptados.

"O que parece estar a passar-se é o desmantelamento dos serviços de medicina no trabalho na câmara, que é contrário ao espírito da lei, que obriga todas as entidades com esta dimensão a ter serviços próprios de medicina no trabalho", disse ao DN o vereador do PSD, Fernando Negrão. "Isto é ainda mais premente quando mais de 200 funcionários da autarquia exercem funções em que estão particularmente expostos ao risco de doenças profissionais", sublinhou.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Cheira a medida infeliz, esperemos que não se esteja a poupar no farelo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelas consequências.»

O Y DO REY

«Na década de 1770, o Marquês de Pombal pediu aos censores do rei que tomassem uma decisão entre as várias propostas de ortografia que então surgiam - a de Luís António Verney, a de António José dos Reis Lobato e a de João Pinheiro Freire da Cunha, entre outras - para que a coroa a pudesse utilizar nos seus documentos oficiais. Depois de dois anos em discussão, os censores discordavam de quase tudo e baixaram os braços.

Havia apenas uma decisão tomada: uma vez que a letra y não tem, em português, uma pronúncia diferente da letra i, poderia com vantagem ser abolida. Até que alguém se lembrou: não podemos! Não podemos, porque el-rey se escreve com ípsilon... e sua majestade "assim escreve na sua real firma".

E ora aí está como nem o Marquês de Pombal, no auge da monarquia absoluta, conseguiu chegar a um acordo ortográfico. E porquê? Por causa de alguma dificuldade intrínseca à língua? Não - por causa de uma dificuldade política.A dificuldade política era esta: colocados perante uma decisão, os decisores mal chegaram a perguntar-se o que podia fazer-se, porque estavam obcecados com o que não se podia fazer. A obsessão com o que não se pode fazer, em Portugal em geral e em particular, ganha sempre à ideia do que se pode fazer.

Por esse mundo fora, as universidades correm para abrir departamentos de inglês e, também, de espanhol. Quanto aos departamentos de português temos de pedinchar para abrirem novos e rezar para não fecharem os que existem. Mas não lhes facilitamos a vida: o professor brasileiro vai ensinar na aula da manhã que o professor português, na aula da tarde, está errado - e vice-versa.

O Instituto Cervantes, tal como a Alliance Française, tem meios ao seu dispor com que o Instituto Camões só pode sonhar. Mas se um dia quiséssemos juntar dinheiro e esforços com os brasileiros para tentar dar um pouco mais de luta, a primeira pergunta seria: sim, mas em que ortografia?

Passei os últimos dias no "Letras em Lisboa", a versão portuguesa do excelente Fórum das Letras de Ouro Preto. Como é natural, toda a gente - portugueses, brasileiros e africanos - se entendeu perfeitamente. Mas se os respectivos governos quisessem emitir um comunicado sobre o evento, teriam de emitir dois comunicados - um em cada ortografia.Com esses dois comunicados oficiais, dirigir-nos-iamos às Nações Unidas para pedir que o português fosse língua de trabalho, com duplicação de custos, incerteza sobre a norma a utilizar e mais trabalho em geral. Para quê fazer fácil, quando se pode fazer difícil?

Como em 1770, estamos obcecados com o que não podemos fazer. Os brasileiros não podem perder o trema em lingüiça, com medo de não saber pronunciar a palavra e morrerem à fome. E os portugueses não podem perder as consoantes mudas, para saberem que têm de abrir a vogal anterior. Porém, mostrem-me um português que pronuncie actividade com a primeira vogal aberta, e eu mostrar-lhes-ei dez que pronunciam "âtividade".

E, por último, temos Vasco Graça Moura prevendo que as famílias portuguesas terão de inutilizar milhares de livros quando o acordo for aprovado. Quero daqui lançar um apelo público a Vasco Graça Moura: não deite no lixo os seus livros na velha ortografia quando ela caducar. Não deite fora os seus livros oitocentistas que escrevem pharmacia com ph, nem os setecentistas que escrevem el-rey com ípsilon. Não lance esses livros no lixo: ofereça-mos.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AUMENTAM AS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO

«O número de denúncias enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suspeitas de corrupção está a registar um ritmo de crescimento imparável desde 1 de Janeiro. Em menos de três meses e meio, a instituição liderada por Pinto Monteiro já contabilizou 152 comunicações, um número que representa mais de um terço do total de 452 denúncias registadas em 2007. E, ao que o Correio da Manhã apurou, na origem desta torrente de denúncias está o alerta lançado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, em 5 de Outubro de 2006, contra os efeitos perversos deste fenómeno. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Parece que a causa foi o apelo lançado por Cavaco Silva no seu discurso do dia 5 de Outubro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por resultados práticos.»

CONFUSÃO NOS PROFESSORES

«Os professores estão divididos. As associações cívicas de docentes contactadas ontem pelo DN garantiram que o entendimento alcançado entre o Ministério da Educação e a plataforma sindical do sector representa uma "cedência preocupante" ao modelo de avaliação defendido pela tutela. Entre os professores já há quem fale em utilizar o Dia D, que se realiza manhã nas escolas, para pressionar os sindicatos a não assinar o acordo com o Governo, agendado para quinta-feira.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Cheira-me a "professores-eufémios".

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se para se perceber melhor.»

ASSESSOR DE SÓCRATES QUERIA PROCESSO CONTRA CAMARADA QUE O CRITICOU

«Artur Penedos não gostou e pediu à comissão federativa de jurisdição do PS-Porto, presidida por Carlos Cal Brandão, uma "acção disciplinar" sobre José Vieira. Só que, ao contrário do que esperaria, este órgão decidiu não fazer isso.

Pelo contrário: produziu um acórdão assumidamente em "tom irónico" onde, por exemplo, se pode ler que "felizmente a esta comissão federativa de jurisdição não estão cometidas atribuições no campo da crítica literária". "Só me faltava mesmo receber, de um órgão com funções bem definidas, um tal desabafo!", respondeu Artur Penedos, numa carta dirigida ao órgão jurisdicional do PS portuense, a que o DN teve acesso.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O acórdão do conselho de jurisdição merece uma boa gargalhada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma gargalhada que se faça ouvir no gabinete do tal Penedos a quem a importância parece ter subido à cabeça.»

COMANDO DA POLÍCIA PRESTA HONRAS MILITARES AO SOGRO

«O comandante metropolitano da PSP do Porto, superintendente-chefe Gomes Pereira, destacou vários agentes da esquadras da cidade, para prestarem honras fúnebres ao seu sogro, que nunca fez parte de uma instituição policial e que, por isso, e de acordo com a lei, não tinha direito a elas.

As ordens dadas a oficiais - e transmitidas aos agentes - indignaram os polícias, que viram as suas escalas de serviço alteradas. Alguns sindicatos acusam o comandante metropolitano de ter usado meios da PSP e dinheiros públicos para uma situação particular e ilegal e querem ver tudo esclarecido.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Enfim, o homem gostava do sogro o que é sempre de elogiar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se a factura ao comandante a título de serviços remunerados.»

AFINAL O PSD APENAS PRETENDE PERSEGUIR FERNANDA CÂNCIO

«A direcção do PSD considerou hoje inaceitável a participação de Fernanda Câncio num programa do canal 2 da RTP alegando que a jornalista do "Diário de Notícias" faz jornalismo de intervenção favorável ao PS e insulta o PSD.

Através de um comunicado, o secretário-geral do PSD, José Ribau Esteves, questiona "qual seria a reacção dos analistas do costume se a mulher ou companheira de um primeiro-ministro do PSD insultasse o líder da oposição socialista nos jornais ou lhe fosse atribuída a responsabilidade de produzir um programa na televisão pública". » [Público]

Parecer:

Para a pergunta de Ribau basta recordar a presença da esposa de António Costa na manifestação dos professores.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Ribau que emigre para a Venezuela, por lá fecham-se as estações de televisão que não agradam a Chávez.»

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. "A Minha Matilde & C.ª" também gostou da candidata a deputada italiana Milla d'Abbraccio.
  2. O "Papa Açordas" gostou da escolha para "Jumento do Dia", aliás, para mim o Rui Gomes da Silva é jumento todo o ano.

OLGA ULKO

O TÚNEL AO FUNDO DO TÚNEL

O QUE FARIA O MACGYVER?

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