domingo, abril 05, 2009

Semanada

A semana foi marcada pela evolução no Caso Freeport, não só os que pretendem linchar Sócrates na praça pública mudaram de estratégia, como Manuela Ferreira Leite, Jerónimo de Sousa e Louça parecem ter achado ser a altura de mudar o discurso. A mais afoita foi Manuela Ferreira Leite que achou oportuno lançar uma proposta que condena o enriquecimento ilícito, desenterrando uma velha proposta, ainda mais velha do que a da privatização da Segurança Social. Parece que as pressões, intimidações e insinuações avulsas do senhor Palma levaram o senhor Jerónimo de Sousa e Louça a mudar de posição, talvez porque sentirão grandes afinidades com o magistrado do sindicato.

De qualquer das formas Sócrates deve ter gostado da evolução, se os que aparentam estar dentro do processo aproveitaram uma conversa de café para lançar um grande espalhafato em torno de supostas insinuações é porque o que sabem não dá para incriminar Sócrates pela via judicial, resta-lhes recorrer a golpes menores golpes menores. A estratégia até prece boa, mas revela pouca inteligência, evidencia que alguns dos nossos sacerdotes e justiceiros das magistratura não só não têm provas como ainda confiam menos na justiça que fazem do que os muitos portugueses que são vítimas da sua incompetência.

A partir de agora os magistrados terão ter muito cuidado com os almoços que combinam ou com o que dizem à mesa, deverão abster-se de comentar qualquer assunto público e muito menos qualquer processo. Correm o risco de um dos comensais ou alguém que estava na mesa ao lado ir contar o que ouviu ao senhor Palma. Horas depois está tudo na comunicação social e entregue o competente pedido de audiência ao Presidente da República, que raramente vê o Jerónimo de Sousa mas passa a vida a aturar os seus emissários.

Se no caso Freeport todos sabemos tudo e mais alguma coisa, até as conversas de café dos magistrados, já no caso BPN parece que os segredos estão bem guardados ou. o que é mais provável, parece há menos gente interessada em que os podres da elite do PSD cavaquista venham a público, nem o senhor Palma sabe o que dizem os magistrados durante os seus almoços. Os segredos do BPN estão tão bem guardados que ninguém sabia das actas das reuniões da Sociedade Lusa de Negócios, veio depois a saber-se que um cuidadoso Rui Machete as tinha guardado na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Por este andar as actas dos congressos do PSD ainda vão parar aos cofres dói Atlético!

Bem, aqui fica a sugestão aos magistrados do Ministério Público, quando não quiserem que as suas conversas venham a público vão almoçar à Fundação Luso-Americana ou então falem do BPN porque nesse processo ninguém está interessado.